quinta-feira, 30 de junho de 2016

SOCIEDADE PLURALISTA... UM MITO!

A História registra vários modelos de sociedades humanas. As sociedades primitivas (modo de dizer), as sociedades escravitas, autoritárias, religiosas, absolutistas, capitalistas (burguesas) e, atualmente, as sociedades pluralistas. Numa visão moderna da História nunca existiram sociedades superiores ou inferiores, mas sim, estágios de evolução cultural e de organização social.

Essas são algumas denominações. Os historiadores sociais, com base em suas premissas as classificam ao seu bel prazer e, portanto, numa pesquisa rápida, na internet, pode-se encontrar definições muito diferentes. Mas no fundo são a mesma coisa.

Na verdade o que hoje se procura idealizar é uma sociedade que acompanhe a evolução dos tempos, principalmente na  era da plena tecnologia,, em que as delimitações territoriais, políticas e geopolíticas, perdem espaço  para a globalização da informação. A pretensa globalização física ainda está longe de se implantar e muito menos de se consolidar. Há muitas barreiras (culturais, sociais, religiosas, políticas e econômicas), basta o exemplo da Inglaterra, hoje saindo da Comunidade Europeia. Há muita coisa por trás dessa decisão.

Portanto, o mundo de hoje ainda está muito longe de viver uma sociedade pluralista., uma vez que esta presume o acolhimento de todas as tendências humanas, religiosas, políticas, sociais e econômicas.  Há, sim, um retrocesso a estágios anteriores da civilização, haja vista os fundamentalismos hoje existentes. Que não são apenas religiosos, mas principalmente econômicos, como o capitalismo.

Uma sociedade pluralista respeita as minorias... E não acusam grupos minoritários de estarem vivenciando castigos divinos, como se a cor da pele, tipos de culturas, tidas como exóticas, opções sexuais, ou estilos de vida, façam parte de seu destino ou determinismo histórico. Tais posturas são plenas de preconceitos, uma chaga que mancha terrivelmente a humanidade.

Uma sociedade pluralista não aceita preconceitos com quem quer que seja. A verdadeira sociedade pluralista coloca o ser humano em primeiro plano e jamais prioriza os interesses de grupos dominantes.

Assim pensando, de fato. estamos longe de uma sociedade ideal. Ela pode existir nos discursos, na mídia, no marketing... Mas na prática não!

E será que vai existir um dia? Se depender da estrutura  política atual, da  qualidade da educação e da vontade do povo jamais existirá.



Imagens: Google

quarta-feira, 29 de junho de 2016

O CONTRADITÓRIO


Ser do contra é uma posição pessoal, uma maneira de ser, até inconsciente, talvez. Não resta dúvida que ser do contra torna-a pessoa chata, indesejável, de difícil convivência...

Porém, os relacionamentos não prescindem do “contrário”, do questionamento, do contraponto. Nelson Rodrigues já dizia que “...A unanimidade é burra”.

Isso quer dizer que para um diálogo construtivo é sempre necessário que todos os lados contribuam com suas opiniões e que estas devem ser ouvidas, valorizadas e levadas em conta. Não há problemas em oferecer um questionamento contrário. Na pior das hipóteses, servirá para que outros ângulos da questão possam ser vistos ou revistos.

Existem no mínimo três opiniões: a minha, a sua e o consenso. É muito difícil, em termos de opinião, a opinião correta. Pode ser a definitiva, a imposta, a opinião da maioria, mas sempre validada pela análise do contrário, do contraditório.

A essência da democracia é o respeito pela minoria... A democracia deve existir em todos os campos da atividade humana. A democracia política (do Estado, dos poderes constituídos) é o grande guarda-chuva que acolhe todo o movimento democrático da sociedade.

Entretanto, a democracia, o diálogo democrático, se essencial para o equilíbrio de todo o corpo social, não é panaceia, banalidade ou “caixa de Pandora”. Há uma lei maior, a Constituição que a tudo organiza... Há as normas e procedimentos... Há a cultura organizacional e os regulamentos internos das empresas... Se há algo injusto nisso tudo, estão abertos os caminhos legais para a correção dos rumos e melhoria das leis e regulamentos estabelecidos. A Democracia e a Constituição permitem isso.

Sim, há problemas... Principalmente os políticos... A culpa não é deles... A culpa é de quem os colocaram lá. Nas mãos deles está o aperfeiçoamento da Democracia. Tem que haver o contraditório, o questionamento. “Fraldas e políticos devem ser trocados periodicamente, sempre pelo mesmo motivo” (Eça de Queirós)

Respeitar a opinião alheia... Aceitar o diálogo... Acolher o contraditório... Acatar as leis e regulamentos... Conhecer o funcionamento da Democracia... Não ser sistematicamente do contra... Exemplos de maturidade... Caminhos para a  paz e equilíbrio da sociedade.



Imagens: Google

quarta-feira, 22 de junho de 2016

A CONDIÇÃO HUMANA


“A Condição Humana” é o título de um dos mais importantes livros da filosofia contemporânea, escrito pela não menos importante pensadora Hannah Arendt. É uma obra essencialmente humanista, tratando dos mais diversos aspectos da vida do homem, com ênfase nas suas condições de sobrevivência.

Arendt, autora de várias outras obras, tem sido estudada, reestudada, visitada, revisita por tantos e tantos pensadores da atualidade e tema recorrente no meio acadêmico, isto é, nas universidades.

A sua obra é realmente atraente e importante... Porém, sua análise não cabe neste espaço, ma vez que exige profundidade e contextualização abrangente.

Pegando uma carona no tema gostaríamos tratar da condição humana de forma mais pragmática, não muito filosófica. O humano destaca-se sobre o animal pela Inteligência e sensibilidade. O animal é gerido pelo instinto natural e nele tudo funciona naturalmente. Qualquer quebra ou alteração de seu ritmo de vida ou de seu círculo biológico ele sofre e morre. O ser humano tem a capacidade de superação das condições adversas. Tem o domínio sobre si mesmo (quando amadurecido) e sobre a natureza e sobre os animais. As vezes sofre, quando a natureza se revolta. Vide as catástrofes naturais...

O homem tem algo mais que os animais não têm: o livre arbítrio, a capacidade de escolha. O homem tem mais, tem a capacidade de responsabilizar-se por seu atos e assumir as consequências desses atos.

É aí que mora o perigo. Muitas vezes o homem é irresponsável e não assume as responsabilidades de seus atos. Nem dela deseja saber... Fez, está feito e pronto. A destruição da natureza, a poluição, a violência, as desigualdades sociais, a corrupção, continentes inteiros à deriva como a África, as intermináveis guerras espalhadas pelo mundo... Exemplos mínimos da irresponsabilidade humana... Evitamos a expressão animalização do ser humano, pois os animais não destroem, não poluem, não fabricam armas, não traficam, só lutam pelo seu espaço natural. É uma ofensa a eles a comparação com os seres humanos.

Hannah Arendt vivenciou as maiores atrocidades humanas como o holocausto. Ela tem a noção exata do desequilíbrio da mente humana, quando entra em cena a banalização da vida e o fundamentalismo político.

Na prática, mas em escala menor, mas pulverizada por todo o planeta, a  banalização e o fundamentalismo ( em suas várias apresentações, com destaque ao fundamentalismo religioso) estão presentes e fazendo vítimas em grande escala. A questão dos refugiados é um exemplo. O desemprego é outro... A violência, outro... O terrorismo, outro... O capitalismo selvagem, outro... Exemplos mil!

A condição humana é uma questão para ser repensada. Se for preciso revisitar Hannah Arendt, melhor ainda.



Imagem: Google

terça-feira, 21 de junho de 2016

HERÓIS MODERNOS



Há muito que falar sobre “heróis” ou “pessoas heroicas”... Faz parte da história da humanidade e da cultura geral. A mitologia grega, especialmente, está plena de exemplos, pois os gregos consideravam heróis (ou semideuses) os filhos do relacionamento de deuses com seres humanos. Esses semideuses foram autores de façanhas nunca esperadas de seres humanos comuns.

A História registra, por outro lado, as façanhas de personagens que arriscaram suas vidas em lutas, revoluções e guerras para salvar e preservar suas origens e/ou seus povos.

Hoje, em dia, já se fazem heróis como antigamente. E é verdade. Em tempos de “cada um por si e Deus por todos” ser heróis já é uma questão de segundo plano. Ninguém mais está disposto a arriscar sua vida por uma causa nobre.

As exceções acontecem por questões e atividades específicas, como por exemplo, os bombeiros, os paramédicos, o voluntário nas ações de salvamento em grandes tragédias quer nas estradas ou na natureza.

De fato há as situações secundárias: o jogador de futebol que marca vario gols numa partida e salva seu time de um vexame ou o goleiro que defende pênalti e leva seu time à conquista de um determinado título. Há aqueles que se destacam em filmes e novelas e, alavancados pela mídia, caem nas graças do povo, como verdadeiros ídolos (falsos deuses) e heróis.

Sim, hoje quase não há mais espaço para os heróis em grande estilo, a não ser aqueles já citados, aos quais devemos todo o respeito e consideração, pois são indispensáveis.

Os heróis, sim, estão nos desafios do cotidiano da vida. Que são grandes, mas não aparecem para que todos vejam ou são relatados ou ressaltados pela grande mídia.

Assim falamos de mães que abandonadas por seus maridos criam seus filhos sozinhas e os formam para uma vida digna. Assim falamos de professores mal pagos que correm de escolas em escolas em busca de uma remuneração à altura de sua formação. Assim falamos de médicos recém-formados, de trabalhadores braçais, daqueles que enfrentam horas e horas no trânsito engarrafado para cumprirem suas tarefas. Assim falamos de pais que primeiro alimentam seus filhos e depois comem, caso ainda haja comida nas panelas.

Parece, então, contradição e incoerência. Se não existem mais heróis, por que tratamos essa gente como heróis? Porque são anônimos... Porque sofrem em silêncio... Porque não têm a quem recorrer... Porque a vida é ingrata para eles... Porque a cruz que carregam é pesada...

Eles, sim, são os heróis verdadeiros que nos restam... O resto é balela e entretenimento. A ilustração acima nos ajuda a compreender o que tentamos hoje refletir.


Imagem: Google



segunda-feira, 20 de junho de 2016

VARIAÇÕES SOBRE O IMPOSSÍVEL


São muitas as frases de efeito a respeito das impossibilidades ou do que é impossível. Estão todas nos livros de autoajuda e nas redes sociais. Mas, nada custa uma palhinha a mais a respeito desse assunto.

O impossível remete à utopia, definida originalmente como sonho irrealizável ou impossível de ser concretizado. São as aberrações. Os pássaros voam, porque foram dotados de estruturas naturais que possibilitam a eles tal proeza. Já o homem não consegue voar sem ajuda externa. Porém, é capaz de outras tantas e mirabolantes proezas.

Assim como a utopia hoje é relativa, uma vez que está no horizonte do homem, o que é impossível também é. E tem lá suas nuances humanas.

Para quem está numa zona de conforto, dar um passo à frente é muito difícil, quase impossível. Para quem é intrépido, agitado, inquieto, sonhador, desafiador das impossibilidades, ficar numa zona de conforto é quase que uma ofensa.

Mas o impossível existe sim! Tirar leite de pedra é impossível, como impossível o homem voar. Tirar leite de pedra pode ser uma metáfora quando se refere a algo muito difícil de ser feito, como convencer alguém teimoso e arrogante a ver, sentir e agir como as pessoas normais, humildes e simples, vêm, sentem e agem.

Impossível é convencer alguém ignorante, não por educação, mas por opção, de algo que ele, mesmo sabendo da verdade, não quer aceitar.

Importante deixar claro: Há impossibilidades que são vencidas pelos milagres. A fé, esta sim, não tem limites. As curas improváveis, as coisas que acontecem em desastres naturais, como as sobrevivências de pessoas por longas e longas horas em condições que naturalmente eram impossíveis. São incontáveis as histórias de pessoas salvas de desastres aéreos, rodoviários e ferroviários, simplesmente porque perderam a viagem.  Se tivessem chegado a tempo, certamente não sobreviveriam. Mãos divinas em ação...

Deus é impossível? Não, Deus não é impossível. Só quem experienciou um milagre sabe disso. E milagres não são somente grandes feitos. Os milagres acontecem em pequenos instantes ou situações que, caso persistam, geram grandes tragédias, sofrimentos e tristezas.

Entretanto, não podemos desprezar as frases de efeito presentes nos livros de autoajuda e principalmente as que circulam  pelas redes sociais.

Elas têm muito a nos ensinar e nos move a romper as amarras que nos prendem à nossa zona de conforto. É preciso prestar atenção nelas, isto é, refletir, repensar mesmo o nosso jeito de encarar a vida e nossos projetos. Um dos grandes males da zona de conforto é fazer com que a gente espere o tempo passar. E o tempo passa e as oportunidades também.

E para encerrar, a emblemática frase de Walt Disney:
“Eu gosto do impossível porque lá a concorrência é menor”

A História não mente.



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quarta-feira, 15 de junho de 2016

SER INTERESSEIRO E SER INTERESSANTE


Não resta dúvida que o interesse move as pessoas. É preciso ter interesse, ter sonhos ter objetivos, ter metas, ter visão de futuro. Por trás de tudo isso há o interesse.

A questão é qual o nível desse interesse. O interesse deve ser o mediador entre a pessoa e seus desejos. Quando o interesse é maior, mais intenso, atinge as raias do egoísmo, ele passa a ser negativo e a pessoa se transforma em “interesseira”... Pessoa interesseira não serve... Pois quando atinge seus objetivos, sai de cena e não dá a sua contribuição de retorno, pois tudo na vida é troca, interação, uma pessoa precisa da outra.  É regra básica da uma convivência social pacífica.

Pessoas interesseiras são abjetas.

Bom mesmo é ser “interessante”! Mesmo que o interesse pessoal esteja embutido nessa atitude  positiva.

Quem é interesseiro é rejeitado... Quem é interessante atrai as demais pessoas. Quem deseja ser “interessante”, constrói um projeto de vida. O interesseiro é egoísta, só pensa em si, só olha para seu umbigo. O “interessante” despoja-se de si mesmo, é simpático, acolhedor, empático.

O “interesseiro” é arrogante, assemelha-se a um pombo... Na primeira dificuldade “rapa fora”, como se diz na linguagem popular... Foge... O “interessante” atende os amigos não só nos momentos em que é chamado, mas principalmente nas dificuldades quando não é chamado, pois procura estar sempre ao lado deles.

Como dissemos para ser “interessante” é preciso um projeto de vida, que começa a ser construído a partir do autoconhecimento, do  crescimento como pessoa, com a maturidade... E com a consciência de que é necessário primeiro dar para depois receber. Dar amor, carinho, amizade, atenção, sorriso, acolhida... Com humildade!

A pessoa interessante naturalmente constrói uma sólida rede de relacionamentos. Sabe usar as redes sociais, nelas não expõe intimidades e banalidades, apenas aquilo que é útil para as pessoas que a acessam.

A pessoa interessante é referência em suas áreas de atuação. Porém, tem sempre uma palavra amigável sobre qualquer assunto, pois nada lhe escapa quando o assunto é cultura e conhecimento geral.

Contudo, ninguém atinge esse patamar se não tiver humildade. E para ser humilde não pode ser arrogante, não pode ser metido, do tipo “dono da verdade” e não aceita o contraditório, não sabe ouvir, muito menos manter um diálogo normal entre as pessoas maduras.

Quer ser “interessante”? Leia muito, estude muito, seja natural e principalmente humilde. Tudo o mais virá por acréscimo.



Imagem: Google

terça-feira, 14 de junho de 2016

O SEGREDO DE POLICHINELO

No mundo político brasileiro têm acontecido tantas coisas que ao menor descuido corremos o risco de ficarmos desatualizados. Recentemente ouvimos de um ministro do Supremo Tribunal Federal a expressão “Segredo de  Polichinelo”, quando comentava o vazamento de segredo de justiça a respeito do pedido de prisão de eminentes líderes políticos.

Polichinelo é um personagem teatral que é tradição desde o mundo antigo, ganhando expressões específicas nas diferentes regiões europeias. Com o tempo ganhou espaço maior no teatro de marionetes. E sempre foi uma personagem dúbia, denotando insegurança, faltando-lhe confiança e maturidade. E é uma personagem que não guarda segredos, apesar de jurar de nada conta a ninguém.

Em determinada cena, Polichinelo, esconde algo nas mãos e as coloca para trás, nas costas... Enganado por um movimento qualquer de outra pessoa,  ela se volta, expondo à frente o que guardava nas costas. Todos ficam sabendo, mas ele mesmo não desconfia e continua acreditando que o segredo está sendo guardado. E é o que acontece no mundo, especialmente o político. A ingenuidade infantil de Polichinelo foi substituída pela astúcia daqueles que querem enganar o povo.

O que vemos, hoje, são pessoas que insistem numa verdade, numa falácia, numa mentira, fingindo acreditar nela, quando todo o mundo sabe que a verdade é outra. Este é o segredo de Polichinelo: não há segredo. Ele está na crença, maldosa ou não, das pessoas quem pensam ou fingem que o detém.

Pessoas com a “síndrome de Polichinelo” aparentemente são ingênuas, mas são vulgares e se fazem de “mortas”. São abobalhados, palhaços, vu8lneráveis, manipuláveis... São, isto sim, irresponsáveis, pois nada assumem, principalmente os erros e os fracassos e são hábeis em culpar terceiros por esses erros e fracassos.

Inocência? Maldade? Infantilidade? Inteligência acima da média? Os Polichinelos  de hoje devem ser reconhecidos, marcados, e eliminados do mundo político. Nas demais áreas da atividade humana devem ser colocados no seu devido lugar. Na geladeira (solidão)? Talvez...

Enquanto as pessoas insistirem em negar o que todos já sabem... Enquanto as personagens continuarem suas manobras que visam protelar as decisões judiciais... Enquanto a justiça em seus diversos escalões for conivente com essas manobras... O país continuará parado, a população descrente, a economia em baixa, a autoestima geral lá corroída.

E os Polichinelos nadando de braçadas.



Imagem: Google

segunda-feira, 13 de junho de 2016

"VIDA PÓS-PARTO" E A EXISTÊNCIA DE DEUS - UMA FANTÁSTICA ANALOGIA

No ventre de uma mãe havia dois bebês. Um perguntou ao outro:
- Você acredita em vida após o parto? O outro respondeu
- É claro! Tem que haver algo após o parto. Talvez nós estejamos aqui para nos preparar para o que virá mais tarde.

- Bobagem... Disse o primeiro. e continuou:
- Não há vida após o parto. Que tipo de vida seria?

O segundo disse:
- Eu não sei, mas haverá mais luz do que aqui. Talvez nós possamos andar com as nossas próprias pernas e comer com nossas  bocas. Talvez tenhamos outros sentidos que não podemos entender agora.

O primeiro retrucou:
- Isto é um absurdo. Andar é impossível. E comer com a boca!? Ridículo! O cordão umbilical nos fornece nutrição e tudo o mais que  precisamos. O cordão umbilical é muito curto. A vida após o parto está fora de cogitação.

O segundo insistiu:
- Bem, eu acho que há alguma coisa e talvez seja diferente do que é aqui. Talvez a gente não vá mais precisar deste tubo físico.

O primeiro contestou:
- Bobagem... E, além disso, se há realmente vida após o parto, então, por que ninguém jamais voltou de lá? O parto é o fim da vida e no pós-parto não há nada além de escuridão, silêncio e esquecimento. Ele não nos levará a lugar nenhum.
- Bem, eu não sei, disse o segundo, mas certamente vamos encontrar a Mamãe e ela vai cuidar de nós.

O primeiro respondeu:
- Mamãe... Você acredita em mamãe? Isto é ridículo. Se mamãe existe, então, onde ela está agora?

O segundo disse:
- Ela está ao nosso redor. Estamos cercados por ela. Nós somos dela. É nela que vivemos. Sem ela este mundo não seria e nmão poderia existir.

Disse o primeiro:
- Bem, eu não posso vê-la, então, é lógico que ela não existe.

Ao que o segundo respondeu:
- Às vezes, quando você está em silêncio, se você se concentrar e realmente ouvir, você poderá perceber a presença dela e ouvir sua vooz morosa lá de cima.

Este foi o modo pelo qual um escritor húngaro explicou a existência de Deus.



Imagem: Google

domingo, 12 de junho de 2016

INFLUENCERS


Influencers ou influenciadores são pessoas que se destacam no mundo da moda, do marketing ou da tecnologia da informação. São pessoas criativas, porque creiam muito, têm ideias novas a todo instante... São pessoas proativas, isto é, não esperam acontecer, pelo contrário, fazem acontecer... São pessoas que estão além do seu tempo, muito além... Suas qualidades básicas são a simpatia, pois são agradáveis, acolhedoras, humildes, apesar do elevado grau de inteligência. Importante: não são arrogantes... Com elas tudo acontece naturalmente.

Pessoas assim são referências, são modelos de vida e são essenciais no mundo em que vive, nas atividades que desenvolvem.

Agora esse conceito se amplia. A revista VOCES/A, neste mês trouxe uma matéria / reportagem (de capa) a respeito do “Networking” com o título “Os Reis do Networking”, e nela aparece a expressão “influencers” como indicativo de pessoas que graças as suas qualidades comunicativas atinge um alto grau de relacionamento a ponto de, através das redes sociais obterem milhares e milhares de seguidores. São pessoas referências... E necessárias!

Então a gente fica pensando nessas pessoas, nesse movimento, nessas qualidades. E imediatamente surge uma espécie de comparação... Comparação com o mundo que nos cerca e tenta descobrir onde estão os “influencers” do nosso relacionamento? Pessoas que são nossas referências, pessoas, que segundo Thomas C. Hunter, autor de “o Monge e o Executivo”, pessoas que nos fazem “atravessar paredes por elas?

Não redes vezes construímos redes de relacionamentos pobres. Muitas vezes, também, somos tos que tornamos pobre nossa rede de relacionamento.

Novamente a tecla da arrogância, do autoritarismo, da centralização, dos “pombos” (aqueles que estufam o peito, dizendo saber de tudo, mas só têm informação e nada de  formação). E será nós não somos assim?

É um grande desafio descer do pedestal da arrogância e trilhar o caminho da humildade. Como Sócrates ensinava: “Só sei que nada sei”. O aprendizado precisa ser constante. E só busca o aprendizado que tem a humildade suficiente para assumir a necessidade de aprender sempre... E de ser acolhedor... E de saber ouvir... E de saber dar importância do outro... E de reconhecer no outro a possibilidade de aprender com ele algo mais...

Os “influencers” naturalmente não querem ser assim. Assim o são naturalmente, como reflexos das experiovivencias, das experiências acumuladas ao longo da vida.

Os “influencers” são referências... Pessoas necessárias... Positivamente necessárias. Pois existem os “influencers” negativos, referências de arrogância, de pessoas chatas, das quais delas todos querem se afastar. Pessoas negativas, que tendem a viver na solidão, na dependência, na infelicidade.



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quarta-feira, 8 de junho de 2016

CUIDAR DA SAÚDE


Fizemos uma pequena reflexão na postagem de ontem a respeito da morte repentina, considerando-a como resultante do descuido, do descaso e da irresponsabilidade da pessoa em relação à própria saúde. Essa verdade continua.

Hoje vamos refletir um pouco mais a respeito. Quando falamos em descaso em relação à saúde, logo vem a ideia do descaso do governo federal em relação à saúde da população. Não, não é esse o caso. A nossa Ideia é a respeito (repetimos de propósito) da irresponsabilidade da própria pessoa em relaçã0 à sua saúde.

E esse descaso se torna ainda mais evidente, mais irritante, quando vivemos a era da comunicação imediata, quando a massacrante maioria da população tem acesso à informação (que é quantitativa). É discutível o acesso à formação (que é qualitativa).

São blogs, canais de vídeo, sites, programas de TV e de rádio, revistas, jornais, panfletos, todos alertando de uma forma ou de outra a respeito dos cuidados necessários para com a saúde. Esse é um lado da moeda. De outro, claro que há a faceta do capitalismo selvagem que massifica a população com as propagandas visando o consumo imediato e o lucro, também imediato dos capitalistas, patrocinadores da grande mídia.

Na dúvida, compre, consuma... O resto o governo (SUS) cuida e “daquele” jeito!.

A saúde precisa ser cuidada desde a tenra idade (dissemos isso no texto de ontem). E isso é possível, pois conhecemos crianças que desde as primeiras papinhas foram “acostumadas” a comer corretamente, de forma balanceada a nãocomprometer seu desenvolvimento e seu organismo.

Comida natural, não sobre carregada de gordura, de sal ou de açúcar. E são crianças saudáveis e felizes. E os pais mais ainda.

Pensamos naqueles que não têm acesso fácil ao sistema de saúde de não conseguem pagar um plano particular, cada vez mais caro e inviável. Entretanto, cada um pode conseguir, caso não obtenha atendimento pelo SUS, pelo menos uma consulta com um médico generalista e custear os exames solicitados. Como? Uma contenção de despesas, uma pequena poupança ou ONGs, Associações, Igrejas, Clubes de Serviço, Cooperativas de Médicos, Sindicatos, Planos de Assistência Funerária, com descontos em consultas e exames... Tudo isso, de forma planejada, com cuidado pode permitir consultas e exames periódicos.

Mas o importante mesmo é seguir as orientações médicas. Nunca, jamais menosprezá-las. E, ainda, todos sabem que o sal faz mal, o açúcar faz mal, as gorduras faz mal... Que as caminhadas fazem bem, que as horas mínimas de sono são necessárias, que o descanso é importante, que a paz de espírito é consoladora, que a religiosidade é um norte, que os relacionamentos maduros, tranquilos, serenos, não podem ser desprezados.

Muitas doenças são potenciais, ninguém está livre delas. Porém, a vida saudável é uma bela opção para retardá-las e assim chegar à longevidade.



Imagem: Google

terça-feira, 7 de junho de 2016

MORTE REPENTINA? NEM TANTO (UMA REFLEXÃO)


A morte é sempre um tema difícil, embora seja a verdade mais cristalina que nos acerca. A vida, como se diz por aí, é uma linha que une dois pontos ou duas realidades irrefutáveis: o nascer e o morrer. Mas ninguém se prepara devidamente para o momento da morte de um familiar, um ente querido, principalmente para a sua própria morte. É um assunto que gera arrepios.

E a morte repentina? Será que existe? Será que uma pessoa está viva, vendendo saúde e de repente tem uma parada cardíaca e se encontra com a morte? Morte repentina não existe como não existe amor à primeira vista. Sim, há as mortes por acidente, bala perdida, intempéries e tragédias, que no fundo se encaixam na mesma categoria dos acidentes.

O natural a morte natural, isto é, pela decadência natural do organismo, na longevidade, de forma tranquila, suave, sem dor, sem maiores preocupações aos familiares.

Porem, o que se percebe é um grande descuido com a saúde. A morte vem em decorrência de doenças que poderiam ser evitadas desde a tenra idade. O estilo de vida voltado para a aventura, para o que der vier, baseada na busca de todo tipo de prazer, inclusive o alimentar. A boca é a porta de entrada de doenças crônicas como a hipertensão e o diabetes.

Diabetes, que doença terrível. Ela pode se instalar no corpo humano por problemas funcionais de alguns dos seus órgãos, mas geralmente, para o descabelo dos médicos, pela deseducação alimentar, pela negligência para com os fiscos do excesso de açúcar no sangue. Depois, na adiante chorar o sangue sujo o leite derramado. A medicina cura, mas não faz milagres.

Quem perdeu uma pessoa querida recentemente e o médico, no ato da internação, avisou que um dos fatores de risco era exatamente o diabetes, sabe disso e experimentou a frustração por não ter ajudado aquela pessoa a se cuidar melhor.

E outras doenças crônicas se instalam no organismo por mero descuido ou desconhecimento. E o caso da pressão alta ou a hipertensão. Na maioria das vezes essa doença é constitucional na pessoa, isto é, pertence à pessoa, mas exige cuidados especiais, principalmente com o excesso de sal. O excesso de gordura gera o colesterol, que por sua vez geram os trombos que vão causar as tromboses, os infartos, os AVCs, as isquemias.

A hipertensão e o diabetes afetam a saúde dos rins, grandes vítimas dos contrastes a base de iodo. Rins combalidos e pressionados não suportarão os impactos desses contrastes. Mais uma vez tecla do conhecimento, do estudo, das leituras, da curiosidade tendo em vista o aprendizado.

 “É preciso conhecer o inimigo para combatê-lo de frente”, já ensinava o milenar livro “A Arte da Guerra”.

Ninguém morre na véspera. Mas muitos se preparam (com o descuido) para morrer repentinamente.

Este texto foi apenas uma reflexão.



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segunda-feira, 6 de junho de 2016

DA INVISIBILIDADE


As palavras que se seguem foram inspiradas e influenciadas pelo livro “As Vantagens de ser Invisível”, do escritor Stephen Chbosky, transformadas em filme com o mesmo título e pelo autor do livro.

No livro, um garoto de 15 anos escreve cartas relatando suas dúvidas, suas emoções, suas carências, seus dramas após perder um amigo em condições trágicas, suas tendências suicidas e suas experiências oriundas da convivência no mundo escolar.

Tanto o livro quanto o filme, tratando das questões emocionais, que são estritamente pessoais, levam à reflexão a respeito das necessidades humanas de viver o seu mundo próprio, em determinados momentos da vida, como forma de desconstrução e reconstrução de seus sentimentos e posicionamentos em relação ao mundo exterior.

Quem vive nessa correria maluca das exigências do mundo exterior, exigências em relação à moda, ao modismo, ao consumismo, às questões éticas, aos compromissos profissionais, sociais, ideológicos, familiares, financeiros e tantos, e tantos outros. Necessitam de menos de recolhimento, de introspecção, de invisibilidade.

A invisibilidade rima com solidão. Momentos de solidão, mesmo que isso signifique ir para a cama mais cedo, desligar tudo, desligar-se de tudo e, sem paranoia, no escuro do quarto, iniciar um diálogo com o travesseiro,  a respeito os atos e ritmos da vida.

Ninguém consegue essa viagem ao seu interior no burburinho da vida, no tumulto, em meio às falas, aos encontros (e, também, desencontros, que geram ansiedade).

Para o sucesso dessa viagem é necessário o silêncio: o silêncio do ambiente, o silêncio da mente, o silêncio do coração. Antes de tudo a paz, a redução dos batimentos cardíacos, a respiração pausada e profunda, a leveza do ser e, sobretudo, a entrega ao nada, ao nihilismo (que tem o mesmo sentido).

Os místicos tem sua versão sobre a meditação, a lenta escalada rumo ao “Nirvana”, que se completa com o desapego total  e irrestrito dos problemas, emoções e ansiedades da vida. Não sugerimos tanto. Apenas a necessidade de uma “parada” estratégica para recomposição das energias. Parada para desconstruir... Recompor e reconstruir, a partir de um novo patamar de forças e energias positivas.

Tudo começa co  a libertação das diversas formas de escravidão a qute todos nós somos submetidos nessa avalanche de exigências e emoções que o mundo moderno nos impõe.

Difícil é acreditar que o desapego é possível.. Sim é possível a partir da força de vontade que se renova a partir do exercício da invisibilidade.

Basta querer... Basta um basta! Basta um “quero ser invisível agora!”

O livro e o filme em questão ajudam...



Imagem: Google