No
mundo político brasileiro têm acontecido tantas coisas que ao menor descuido
corremos o risco de ficarmos desatualizados. Recentemente ouvimos de um
ministro do Supremo Tribunal Federal a expressão “Segredo de Polichinelo”, quando comentava o vazamento de
segredo de justiça a respeito do pedido de prisão de eminentes líderes
políticos.
Polichinelo
é um personagem teatral que é tradição desde o mundo antigo, ganhando
expressões específicas nas diferentes regiões europeias. Com o tempo ganhou
espaço maior no teatro de marionetes. E sempre foi uma personagem dúbia,
denotando insegurança, faltando-lhe confiança e maturidade. E é uma personagem
que não guarda segredos, apesar de jurar de nada conta a ninguém.
Em determinada
cena, Polichinelo, esconde algo nas mãos e as coloca para trás, nas costas... Enganado
por um movimento qualquer de outra pessoa,
ela se volta, expondo à frente o que guardava nas costas. Todos ficam
sabendo, mas ele mesmo não desconfia e continua acreditando que o segredo está sendo
guardado. E é o que acontece no mundo, especialmente o político. A ingenuidade
infantil de Polichinelo foi substituída pela astúcia daqueles que querem
enganar o povo.
O que
vemos, hoje, são pessoas que insistem numa verdade, numa falácia, numa mentira,
fingindo acreditar nela, quando todo o mundo sabe que a verdade é outra. Este é
o segredo de Polichinelo: não há segredo. Ele está na crença, maldosa ou não,
das pessoas quem pensam ou fingem que o detém.
Pessoas
com a “síndrome de Polichinelo” aparentemente são ingênuas, mas são vulgares e
se fazem de “mortas”. São abobalhados, palhaços, vu8lneráveis, manipuláveis... São,
isto sim, irresponsáveis, pois nada assumem, principalmente os erros e os
fracassos e são hábeis em culpar terceiros por esses erros e fracassos.
Inocência?
Maldade? Infantilidade? Inteligência acima da média? Os Polichinelos de hoje devem ser reconhecidos, marcados, e
eliminados do mundo político. Nas demais áreas da atividade humana devem ser
colocados no seu devido lugar. Na geladeira (solidão)? Talvez...
Enquanto
as pessoas insistirem em negar o que todos já sabem... Enquanto as personagens
continuarem suas manobras que visam protelar as decisões judiciais... Enquanto
a justiça em seus diversos escalões for conivente com essas manobras... O país
continuará parado, a população descrente, a economia em baixa, a autoestima
geral lá corroída.
E os
Polichinelos nadando de braçadas.
Imagem:
Google
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