O
dicionário Aurélio define “abulia” como “alteração
patológica que se caracteriza por diminuição ou supressão da vontade”. E outras
tantas definições aparecem e todas convergem para o sentido único da ausência
de vontade de fazer algo que se deseja. É uma patologia mental, portanto,
trocando em miúdos, uma doença da mente e, segundo, especialistas, uma doença
pouco comum e sempre atrelada a casos de esquizofrenias.
No
contexto de sua raridade a “abulia” está associada a “anedonia”, que é a ausência de prazer em
praticar atos que potencialmente geram prazer, gosto, alegria.
Assim, ”abulia”
e “anedonia” são faces da mesma moeda, que leva a pessoa doente, esquizofrênica
ao estado de apatia, de tristeza, letargia, de paralisação, de estancamento, de
recolhimento, de alienação, de isolamento.
A
literatura médica relata outros estados de semi-abulia, ou uma ausência
incompleta da vontade e a isso denomina “hipobulia”, levando-se em conta a
definição original de “bulia” como sinônimo de vontade..
Até
agora tratamos da “abulia” e da “anedonia” como distúrbios mentais individuais,
não sendo possível classificá-las como estados coletivos. Pode, sim, ser feitio
um paralelo, ou considerar como um simbolismo, quando de depara com grupos sociais
letárgicos e sem vontade de agir diante de situações adversas.
Em
casos individuais esses distúrbios ocorrem de dentro para fora, pois são
próprios dos indivíduos, não são impostos por situações externas. Já nos casos
coletivos decorrem de ações de fora para dentro, com fundo político e
ideológico.
É a
massificação, instrumento da classe dominante para manipular as massas. A
massificação é ferramenta do populismo, dos fundamentalismos, das ideologias
totalitárias, quer de fundo religioso ou não.
.A TV,
cooptada pela elite dominante, especialmente a classe política, é uma bela
ferramenta para manobrar o povo.
Os
distúrbios esquizofrênicos, individualizados, entre eles a “abulia”, a “anedonia”
e a “hipobulia”, são tratáveis, e com eficácia, por medicamentos modernos, sem
efeitos colaterais relevantes.
Porém,
quando se trata de distúrbios coletivos a medicação é a educação política, a
cultura, o conhecimento, a maturidade, a ação, a participação, a utopia.
Educação política e maturidade não combinam com os projetos de dominação de
manipulação das massas engendrados pela classe dominante, para quem os
distúrbios paralisantes são essenciais...
O essencial
mesmo é romper a barreira dessa letargia. E o povo deixará de ser alvo de
chacota.
Imagem:
Google
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