Imaginar
uma situação dramática: caminhar no deserto por algumas horas à procura de água
e de repente encontrá-la... Como vamos tomá-la? Com que ansiedade? Com que
concentração? Assim é beber água no deserto em plena necessidade... Com certeza
o prazer é muito grande.
Essa situação
pode nos trazer ensinamentos para a vida cotidiana.
Hoje
temos muita pressa e intensa ansiedade em resolver coisas, pois o dia tem
apenas 24 horas para tantas atividades, inclusive dormir e descansar um número
de horas suficientes para a recuperação do organismo. Reclamamos muito,
especialmente dessa falta de tempo.
Porém,
algumas coisas são irreversíveis. Por exemplo, os dias vão continuar tendo
“apenas” 24 horas e as noites de sono continuarão sendo de pelo menos 6 horas.
Sobrarão 18 horas que precisarão ser administradas de forma adequadas para que
a vida possa valer a pena.
O que
isso tem a ver com o deserto? A princípio nada. Entretanto, pensando bem, se
não soubermos administrar o nosso tempo, a nossa vida se transformará num
inferno ou numa bagunça total, com desorientação a tal ponto que se assemelhará
a um deserto. Deserto, sinônimo de sede.
Portanto,
para que a nossa vida ganhe sentido, é preciso que a gente viva nossos momentos
como se bebe água no deserto: com ansiedade, mas com concentração, como se o
momento fosse único. Assim é que deve ser... Viver nossos momentos como se
fossem os únicos. Sem pressa.
O tempo,
sim, continuará passando rápido. E no final das contas (ou da vida) a sensação
que ficará é que nada foi feito, uma forte saudade apertará o peito e a
sensação de vazio virá.
A vida
só tem sentido com a convivência, com o acolhimento do outro, com a
solidariedade, com o “olho no olho”,com os sonhos sonhados juntos. Nenhum ser
humano é uma ilha. Dependemos do outro desde a concepção até a morte.
As
redes sociais são ambíguas. Permitem os relacionamentos à distância, mas
prejudicam as relações próximas. Por isso não é difícil percebermos famílias
reunidas, mas cada um com o seu aparelho nas mãos dialogando com pessoas
distantes (nada de errado nisso!). Acontece que no diálogo próximo reina o
silêncio. O silêncio do deserto.
Assim,
ainda é tempo de rever a nossa maneira de viver e conviver. Todos temos sede de
atenção, de calor humano, de gente por perto. De acolhimento. Tudo isso é
saudável.,, E necessário.
Viver
intensamente, com qualidade, paz, equilíbrio, alegria é como beber água no
deserto.
Imagem:
Google
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