quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

HUMANIZAR-SE



“Hoje, sorria para um desconhecido. Esta poderá ser a única alegria que ele terá neste dia...

Esta é uma frase que tem circulado nas redes sociais, frase atribuída ao Papa Francisco. Em minha opinião traduz um pedido e uma preocupação do Pontífice com a excessiva desumanização que está ocorrendo no mundo de hoje.

Há um grande movimento para se viver, especialmente consumir. A tecnologia está presente na vida das pessoas, facilitando-lhes a vida. Ao facilitar a vida das pessoas, a tecnologia as torna suas reféns. É por isso que percebemos em todos os lugares muita gente com um equipamento nas mãos, conectadas aos seus ouvidos. Gente que olha fixamente para a  tela desses aparelhos, mas que permanecem desconectadas ao que está acontecendo ao seu redor.

Conexão e desconexão. Conexão com o mundo virtual, isolamento, fechamento, cabeça baixa, redoma de vidro. Desconexão com o mundo real, desumanização. Volta à barbárie.

Para sorrir, para cumprimentar alguém, é necessário levantar a cabeça, religar-se, encarar o outro olho no olho. Humanizar-se é comunicar-se, criar laços, estar disponível, romper o isolacionismo tecnológico.

Humanizar-se é estar pronto para dirigir uma palavra amiga. Desejar um “bom dia”... Um “bom trabalho”... Um “ que Deus o abençoe e o guarde”... Um “seja feliz sempre”... Um “que bom revê-lo ou revê-la”...

Sorrir é o melhor presente que uma pessoa pode oferecer à outra. É gratuito e vem do coração humano. Por isso sorrir é humanizar-se!

E o mais importante de tudo é que qualquer gesto de bondade, de humanidade, de altruísmo, volta na mesma intensidade. Com o passar do tempo esse retorno dobra. A pessoa se torna muito mais feliz e quase não se dá conta que foi a partir de pequenos gestos que a construção da felicidade começou.

É bem diferente do que vai acontecer com as pessoas centradas em si mesmas, fechadas em seu mundo, cabisbaixas, tristes, chatas, arrogantes, metidas, senhoras de seus destinos simplesmente porque estão dotadas de tecnologia, plugadas no mundo virtual, mas irremediavelmente solitárias.

Que pena!


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

UM CORAÇÃO CARIDOSO

A caridade é o mais profundo sentimento de amor. Amor-caridade são sinônimos de “Ágape”, o amor levado às últimas consequências, isto é, a doação total e completa de uma pessoa à outra.

Para falar de um coração caridoso não tem como fugir. As melhores definições estão na Bíblia. Foi o próprio Jesus Cristo que ensinou “Amai-os uns aos outros como eu vos amei” (Jô 13,34). E amou a humanidade dando a vida, morrendo, o “Ágape Perfeito”. É difícil hoje em dia alguém morrer pelo outro.  Mas essa idéia está muito próxima da doação de todos os dons pela pessoa amada.

Outra definição Bíblica é a de São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, Capítulo 13, versículos...

1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. 2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. 3 E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. 4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, 5 não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; 6 não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; 7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; 9 porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; 10 mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. 11 Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 12 Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido. 13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor.

Como ter um coração caridoso se as bases do amor são essas? Numa atualidade marcada pela dessacralização dos valores, pela secularização, pelo materialismo, centralização do eu (para não falar em egoísmo), ser amoroso parece ser de outro planeta ou surgir do túnel do tempo, vindo de outra e distante época...

Mas é possível, basta querer, ter vontade... Ou passar por uma grande necessidade e estar sujeito à bondade humana, ou a caridade de pessoas abnegadas que (por incrível que pareça) ainda existem. É isso mesmo... Pessoas dotadas de coração caridoso ainda existem. Umas trabalham solitariamente. Outras estão engajadas em instituições de caridade. São pobres, desprovidas de recursos, mas se doam, partilham seu tempo, seu trabalho, seu esforço, simplesmente pela vocação de servir e ver outras pessoas felizes. São no mínimo altruístas... E anônimas. Por isso não aparecem.


Então o caminho é esse: experimentar o engajamento. No começo parecerá difícil, mas com o tempo, os sorrisos das pessoas serão mais compensadores do que os valores do egoísmo.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

UM DRAGÃO NA TARDE





Numa tarde de primavera, o sol caminhava rumo ao poente. Poucas nuvens no céu, mas uma delas momentaneamente proporcionou-me um espetáculo de rara beleza. Acredito que pouca gente viu, eu, apenas de passagem, num relance, pois no interior de um veículo em movimento, rapidamente me embrenhei pelo emaranhado das sombras da cidade grande.

Mas o que vi, ficou na minha retina e a martelar em minha mente: a cabeça de um dragão perfeitamente delineada e a luz solar amarelada passando por ela projetava línguas de fogo céu afora.

Um dragão fantástico, poderoso, eloqüente e inquietante.

Inquieto, tenho buscado um sentido para essa imagem efêmera no céu, perene no coração. Será que só eu vi? O que vi foi real? Ou apenas ilusão?

Prefiro algo divino, uma mensagem, que ainda não decodifiquei completamente.

Sou tentado a refletir a respeito da postura da humanidade hodierna que está dando as costas para o divino, buscando sublimá-lo, ou deixá-lo em segundo plano.

Deus tenta de todas as formas mostrar que seu amor é imenso, infinito, tal qual sua misericórdia e que seu projeto pode transformar a sociedade hedonista, fazendo com que as pessoas construam um mundo mais justo, fraterno, sem desigualdades profundas e com iguais oportunidades para que todos possam dar exercer suas potencialidades.

O Deus de nossa crença está dizendo que está ao lado de cada um amando, zelando, orientando.


Agora sei. Não me importo com o quê a humanidade faz ou pensa de Deus... Nem questiono se o dragão no céu foi apenas um acaso... Alguém falou comigo... Deus falou comigo!


Imagem: Google

domingo, 23 de fevereiro de 2014

CAVALINHO DE PAU



Remexendo em guardados me dei conta de uma música sertaneja antiga, a qual foi tocada muito poucas vezes no rádio, nunca na televisão, mas que remete à infância de qualquer menino. A música se chama “Cavalinho de pau” e foi gravada pela dupla Belmonte e Amarai que hoje já não existe mais. (Na internet estão letra e música).

A letra, um tanto lamuriosa, estilo de pouca aceitação hoje em dia, trata do brinquedo que principalmente os meninos faziam, ou ainda fazem, de simular a montaria de um cavalo utilizando-se de um cabo de vassoura, ou um bambu, ou algo semelhante.

Este brinquedo cria uma fantasia no menino remetendo-o ao mundo dos adultos, do trabalho, do manejo do gado, das viagens, dos desfiles de cavalaria, das cavalgadas enfim.

A fantasia é questionável. Porém, ela é muito útil no sentido de gerar sonhos, projetos de vida e vontade de viver. Nesse sentido a fantasia é necessária. Quem não sonha, quem não cria expectativas, quem não partilha suas esperanças, torna-se fechado em seu próprio mundo, introvertido, e de difícil convivência. Em outras palavras, um chato. Falta sentido para sua vida.

A citação desse assunto é não é saudosismo. É sim uma tentativa de refletir um pouco sobre as formas das crianças brincarem atualmente. Até que ponto as crianças estão livremente criando suas fantasias, seus sonhos? Estão vivendo seus mundos, seus relacionamentos de acordo com as suas idades? Será que não está havendo um excesso de interferência dos adultos no mundo infantil? As crianças não estão sendo sobrecarregadas de compromissos, justamente para que elas não tenham tempo para pensar por elas mesmas?

Os tempos são outros. As realidades diferentes... Estamos no pós-moderno, na era da comunicação. O equilíbrio se faz necessário.

A quadra final da musica, o homem “já feito” lamenta a infância que não teve:

Ao ver o garoto brincar sossegado
Alegre montado em seu cavalinho
Eu homem já feito ainda guardo no peito
Saudade da infância soluço baixinho

Talvez tenhamos que pensar nesse aspecto do que as crianças vivenciarão no futuro: a saudade da infância que não tiveram.

Não exatamente brincar de cavalinho de pau, mas ser livre para criar naturalmente os seus brinquedos, montar seus mundos, seus diálogos, suas fantasias...


E isso fará muita falta, com certeza...

O POETA



O poeta está no mundo 
Tudo observa
Tudo vê
Tudo admira 
Tudo canta 
 
O poeta faz rir 
Faz chorar 
Emoções constrói 
Edifica sonhos 
Felicidade semeia
Vislumbra o futuro 
Descortina horizontes 
 
O poeta sente 
O poeta retrata 
O poeta se cala 
 
O poeta é um fantasma 
 
Mas o volta poeta 
Para o Seu recôndito
Para o seu mundo 
Para sua gente 
Para o seu ambiente 
Real 
Nu 
Frio ... 
 
O poeta se defronta consigo mesmo 
Está só ... Livre? 
Ou acorrentado? 
 
Então o poeta
Solitário
Chora ... 

Zz

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A MOLDURA DE UM QUADRO VAZIO



Conta-se que Clara de Assis, estava, numa certa tarde, muito triste. Suas companheiras, preocupadas. Aproximaram-se dela e a indagaram sobre a razão do abatimento. Disse ela:

- Estou com saudade de Francisco!

Imediatamente, antes do cair da tarde os companheiros de Clara foram ter com os irmãos de Francisco que, sabendo do interesse de Clara, conversaram com ele e acertaram um jantar, ainda para aquela noite, no convento onde os rapazes moravam.

E assim aconteceu. Antes, durante e depois do jantar Francisco e Clara conversaram animada e intensamente. Mas algo diferente ocorreu naqueles momentos...

De repente, todas as atenções da cidade de Assis se voltaram para a região onde ficava a casa de Francisco. Um fogaréu muito forte parecia emergir daquele bosque, preocupando toda a população que acorreu para o local. Ao chegar, nada viram, senão os jovens que conversavam singelamente.

Não sei se essa historia é verdadeira, mas acho ser esse  o sentido de uma amizade intensa e sincera: Deus dela participa e por isso ela emociona!

Foi o que aconteceu com aqueles amigos...

Final do ano letivo, sala vazia. Lá fora o burburinho da vida que seguia seu rumo natural. A porta aberta parecia uma moldura de um quadro sem paisagem. No fundo apenas o escuro da noite.

Mergulhado nos afazeres ele não se dava conta no que aconteceria nos momentos que se seguiram. De repente ela apareceu à porta e ele a percebeu estática, apenas olhando para o interior da sala, mas numa posição que indicava a intenção de seguir em frente. Surpreso pelo inesperado da cena, disse ele:

- Pode entrar... A casa é sua!

E ela entrou. Iniciou-se um diálogo que não durou muito, mas digno dos encontros dos Santos de Assis (Clara e Francisco), tal a intensidade da relação de amizade que ali se instalou.

Falaram das perdas que a vida impõe, do passado, do futuro, da solidão de amigos, do rompimento dos círculos que amarram as pessoas ao cotidiano.

Choraram. Choraram lágrimas contidas, envergonhadas, mas sinceras, revelando pureza de sentimento, honestidade de propósitos.

Não houve culpas nem culpados... Nem despedidas, e sim a convicção de que marcas indeléveis ficaram para sempre em suas almas.

Por isso é preciso estar atento às pequenas coisas, aos detalhes, que somando formam um grande painel, o painel da vida, que longa para quem sofre, é curta demais para vivenciar a felicidade.

Vale mais a qualidade do tempo que se está ou vive feliz que a quantidade do tempo em que se busca essa felicidade aleatoriamente, pois as ausências são inexoráveis, os encontros jamais se repetirão. As vidas jamais serão as mesmas.

Aquela porta continua emoldurando um quadro jamais preenchido. O fundo escuro contrasta com vazio da sala.



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

CUIDA DOS TEUS OLHOS



Conheces teus olhos?
Não, não os conheces
O espelho?
O espelho te falseiam
A realidade!

Teus olhos...
Para vê-los
E preciso sair de ti
Pois então,
Isso é utopia!

Teus olhos...
Lindos, azuis
Pertencem
Aos que os vem
Mais que a ti...
Cuida deles!

Teus olhos...
Quem os contempla
Olhos nos olhos
Encontra
O brilho da paz...


Zz



terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

ESPERANDO DEUS (A GRANDE REPORTAGEM)


A aurora ainda lembrava a chuva intermitente do dia anterior e parte da noite. A frente fria, em dissipação, trazia em sua retaguarda muito ar frio.

O repórter despertou de uma noite aconchegante, povoada de sonhos e preocupações quanto ao futuro. Ao sentir o sol tímido penetrando pelas frestas da janela, levantou-se depressa, fez o lanche matinal, arrumou-se e, antes de sair, olhou fixamente para a santinha de sua devoção, emoldurada na parede da sala. Nada disse, apenas imaginou a possibilidade de realizar nesse dia uma grande reportagem que o consagrasse definitivamente na equipe do jornal.

A santinha olhava-o candidamente, como a lhe dizer: “Vai filho, vai, realiza teus sonhos...”

Já na rua, a brisa gelava-lhe o rosto. Passou a caminhar pela cidade que iniciava a faina diária, em direção da redação do jornal. Perdido em pensamentos, na praça principal, quase tropeçou num menino que, sentado na areia ainda úmida, cabisbaixo, fazia sulcos no chão, com os dedos.

- Que e isso, garoto? O que faz aqui, neste frio? Perguntou.

- Nada, não. Estou esperando Deus...

- Como? Esperando Deus?

- É. Estou esperando Deus. Minha mãe morreu esta semana, mas antes me disse para não me preocupar, porque Deus cuidaria de mim...

Nesse instante, um homem aproximou-se e dizendo que procurava o menino há algum tempo, tomou-lhe pela mão e o levou embora.

O sol já quente, os pardais ativos, o buzinaço, o vai-e-vem anônimo, faziam a rotina de mais um dia. Ele, o repórter, ali estático, observava o homem e o menino perderem-se pelos labirintos da cidade, pelos meandros da vida.

O olhar da santinha... O Deus que veio... Os meandros da vida...


Assim nasceu a sua grande reportagem!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

CONHECIMENTO HOLÍSTICO


Holo vem do grego e quer dizer “todo”. Conhecimento holístico é o conhecimento do todo, do inteiro ou o conhecimento total.

Eduardo Galeano sempre diz que a utopia está no horizonte e que sempre que a gente caminha em direção dela, ela se afasta. E pergunta: “Então para que serve a utopia? Ele mesmo responde: “...Serve para caminhar”. Assim, como o saber total é impossível e passa para campo da utopia, portanto, é uma busca constante

A busca da sabedoria e/ou do conhecimento assemelha-se à escalada de uma montanha. No inicio vemos a realidade que nos cerca de forma parcial, limitada. Mas à medida que avançamos na direção de seu topo passamos a ampliar o nosso horizonte de visão e, se chegarmos lá em cima, ai sim, teremos a visão de todo o panorama, o holo, o holístico.

O conhecimento holístico é fundamental para a vida pessoal, para a vida empresarial, enfim no relacionamento social em todos os sentidos. Uma decisão de liderança para ser justa, humana, comprometida, precisa levar em conta todos os ângulos da questão. Assim como decisões estratégicas empresariais e, no campo pessoal, para se conhecer bem as pessoas que nos cercam.

Mas, como conseguir esse tal de conhecimento holístico? Quais “ferramentas” devem ser usadas para “escalar” essa montanha? Não existe a fórmula correta, nem chave secreta. É possível, porém, sugerir algumas “táticas”:
a)   Tomada de consciência: é necessário buscar incessantemente o conhecimento.
b)  Atitude: querer subir a montanha e ter vontade para iniciar a escalada;
c)   Questionar sempre, pois há sempre uma pergunta a ser feita. Uma resposta obtida, geralmente gera outras dúvidas. E assim o conhecimento aumenta.
d)  Procurar em lugares certos, pessoas certas, livros certos, meios de comunicação certos. Nesse garimpo encontrar pepitas é questão de tempo.
e)   Não perder muito tempo com futilidades. Ler muito.
f)    Ter planos, disciplina, não cultivar a ansiedade, fazer as coisas naturalmente.
g)  Não desdenhar o lazer, a família, a oração, as boas amizades
h)  Fazer o bem, ser solidário, caridoso, paciente, ouvir as pessoas
i)     Amar as pessoas. O amor e um sentimento que à medida que é dividido, partilhado, na mesma proporção, multiplica-se e o maior beneficiário e aquele que tomou a iniciativa.

O conhecimento não chega de forma abrupta e sim naturalmente, como a noite sucede ao dia. É um processo de construção... De repente se está acima das mediocridades.

Experimente... Tenha paciência... Não desista... Tudo vai acontecer no tempo certo!



domingo, 16 de fevereiro de 2014

O EU E O NÓS



O eu é um só
Solitário...
Só, não se vai
Para lugar algum
Caminha em círculo
A energia se esvai
Perde-se o vínculo
É um só, solitário...

Até que vem o encontro
O amor que nasce
Que cresce
Morre o eu, surge o nós
Nós que funde, em um...
Mas já não é um
Mais de um... Uma força...

O amar é um mistério,
O divino que se humaniza
O humano que se diviniza
O amar é força
Fraquezas que fortalece
Dúvidas que dissipam
Sonhos colimados
Concretizados...
Caminhos do eu
Destino do nós...

Quem assim ama...
Sublima o humano
De Deus se aproxima...
Assim eu amo
Assim nos amamos!

Autor: Zz 



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

DEFINIÇÃO DE FILHO Por José Saramago


“Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem! Ser pai ou ser mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo o tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado.

Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo!”


Observação:
Esta definição é atribuída a José Saramago, mas negada pela Fundação que leva o seu nome


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

ALGO FUGAZ



Uma música
Toca o sentimento
Uma visão,
Afeta à imaginação.

Saudades...
Do poeta, ladrão de arrebatamentos
Da juventude, seara dos movimentos

Um diálogo sem voz
Um olhar para lugar algum
Uma solidão atroz
Um passado nenhum
Um futuro veloz
Um final comum

Homenagem...
Talvez, nada mais

A mística do dever cumprido
Dos projetos construídos
Desconstruídos
Mantidos

Algo fugaz, apenas... fugaz!

Agora Mercedes canta...
“Gracias a la vida”
É o que devo gritar...
Para dar vazão ao desespero?

Algo fugaz, apenas fugaz...
Efêmero!



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O MEU ENVELHECER



Senhor, quero mais uma vez colocar-me em suas mãos. Sei que me conduz, como sempre tem conduzido ao longo de minha existência.

Ah! Senhor, como Lhe sou grata! Tenho tanto, tanto a agradecer e tão pouco a pedir. Mas, permita-me, Senhor, hoje quero pedir uma coisa bem pequena; quero envelhecer naturalmente!

Sei, meu Senhor, que a vida é imprevisível e que os Seus desígnios são insondáveis à razão humana. Sei dos acidentes de trânsitos. Sei dos desastres naturais. Sei das imprudências. Sei dos AVCs. Sei que o Senhor manda chamar pessoas que estão na flor da idade para livrá-las de um sofrimento maior. Mas, Senhor, sem ser petulante ou insistente, deixe-me envelhecer em paz, na paz que hoje vivo.

Minha vida, Senhor, foi cheia de experiências boas e ruins. Mas que no final das contas sempre foram boas, pois com elas eu aprendi muito, cresci, amadureci, adquiri a paz de alma, de espírito, de consciência.  Obrigada, Senhor por tudo isso.

Sei, Senhor, que velhice é sinônimo de passos lentos, de visão turva, de surdez, de perda de movimentos, de falhas na memória, de doenças próprias da idade, de cuidados, de ranhetices. Mas é, também, Senhor, fonte de experiência, de sabedoria, de histórias, muitas histórias.

Sim, Senhor, é isso que Lhe peço agora. Não tenho medo de envelhecer, não tenho medo de Lhe ver face a face. Porém, quero muito, Senhor,  ser luz para as pessoas que mais amo: aquelas que fazem parte da minha família, dos meus amigos, como meus pais, graças ao Seu cuidado e às Suas bênçãos, iluminaram meus caminhos, mesmo depois que o Senhor os chamou.

Nada tenho a lamentar, Senhor. Em minha vida lutei muito, trabalhei muito, chorei muito, ri muito, viajei, amei, fui amada, como hoje amo e sou amada. Vivi muito, fui e sou muito feliz e em paz. Quero, Senhor, que minha velhice seja natural e que minha passagem também seja natural, simples e com sorriso estampado no meu rosto.


Sem tristeza, Senhor... Para sua maior gloria, hoje e sempre, Amém! 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O VERBO AMAR


Conjugar o verbo amar a gente aprende desde criancinha. Pelo menos era assim...  A questão é colocá-lo em prática.

Fala-se muito em amor, pouco no verbo amar.

Até dividiram o amor em partes. Uns falam em três, outros em quatro: Eros, Philion, Ágape, Apeíron... Nomes gregos... Pois é, na Grécia onde tudo começa. E há os que dizem que o amor quanto mais é dividido mais se multiplica. Estranho...

Amor, não seria um só? Ama-se ou ama-se...

Seria o amor de mãe diferente do amor doação de Jesus Cristo? E do irmão mais velho que cuida do irmãozinho? E da esposa que aguarda o esposo, ansiosamente, chegar do trabalho, e se desdobrar em carinho? E do esposo, que mesmo cansado, tenso, esgotado, ainda tem forças, tempo e cuidado para com a esposa que ama tanto? Ama-se ou ama-se!

Cristo amou demais! Chamou para si todos os pecados da humanidade... Pecados passados, presentes e futuros...

Minha mãe me aguardava na sala, com terço na mão, ou na janela abraçada à imagem de Nossa Senhora. Não se deitava em quanto eu não chegava. Quantas vezes me acordava quando eu dormia sobre os livros...  É um amor, mais que demais.

E aquela mulher caminhando a passos largos, ofegantes, com o filho desfalecido nos braços rumo ao hospital? Essa mesma mulher que ainda tem forças para aceitar o marido glutão por sexo, sempre necessitado em satisfazer seus instintos primitivos e animalescos.

São incontáveis os exemplos de amor pleno. O amor é infindo, inesgotável. É infinito, pois abraça o universo em toda a sua imensidão e profundeza, pois é obra pura e simples do amor de Deus. A Física que  tente explicá-lo.

O amor transita à velocidade da luz do macro (universo infinito) ao micro, fazendo o grande  milagre da geração da vida no instante da fecundação.

Assim é o amor, tão inacreditavelmente gigantesco como o espetáculo das estrelas... Tão simples como um sorriso que balbucia docemente um comovente “te amo”!


Esse é o meu jeito de conjugar o meu amor por você...

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

AFINAL, O QUE É A VIDA?



Muito se questiona sobre o real sentido da vida.  É um tema do qual se ocupam os filósofos, os poetas, os religiosos, os espiritualistas, os materialistas, enfim, todos procuram defini-la, cada um ao seu modo e de acordo com suas premissas. Porém, ninguém o faz corretamente, porque a vida continua sendo um mistério.

Uns dizem ser apenas trabalho e cansaço”(*)... Pois vivem para trabalhar, trabalhar, lutar, cumprir metas, atingir objetivos. Para os que assim pensam tempo é sinônimo de dinheiro.

Outros afirmam que a vida é “uma luta no escuro” de foice e machado/), uma vez que não é possível saber o que mais acontecer amanhã e muito menos antever o futuro. Todo trabalho tem um resultado imagina, projetado, mas nunca se sabe se tal resultado vai acontecer de verdade., Há um pessimismo no ar.

Tão pessimistas quanto são aqueles que afirmam que a vida é constituída de “lágrimas, só lágrimas”. Para começar a gente já nasce apanhando e chorando. E no transcorrer da ida nada se consegue de graça, na facilidade. O que vem fácil vai fácil. É superficial, sem tempero, Não tem sentido. A vida é feita de esforço e choro.

Como o bambu que se conforma ao vento sem se quebrar, a “vida é um inclinar-se sob uma força”. Vence aquele que tem a qualidade da resiliência, como o bambu. Resiliência é a propriedade do corpo (ou do material) de adaptar-se a uma força externa e depois voltar ao estado original sem perder sua essência. Na vida, vence quem tem essa qualidade, uma força que vem de seu interior, de sua alma.

Há, ainda, quem diga: “A vida é aproveitar as oportunidades, enquanto outros dormem”. Viver é manter-se desperto e esperto. As oportunidades costumam se apresentar uma única vez. E a sorte é isso: estar no lugar certo e no momento certo. Então, ninguém deve dormir...

Há os que estão sempre de bem com a vida, por “n” razões, sendo que uma das principais o espírito alegre, otimista, entusiasmado e entusiasmante. Para essas pessoas “a vida é só alegria e brilho”.

A vida é voar. A vida é evolução, não apenas no sentido da mudança, mas também melhoria constante. Adaptações para vencer os obstáculos. Assim “a vida é um esforço para subir”, ganhar as alturas.

Para aqueles que pensam que o mundo vai  acabar amanhã e que é preciso curtir cada minuto como se fosse o último (...Ás vezes acabam acertando!), a vida “é uma busca constante de felicidade e uma longa corrente de decepções”.

Enfim, a vida é uma bênção de Deus, milagre do amor entre duas criaturas, também criaturas de Deus. A vida é um caminhar rumo ao coração de Deus Criador. “Assim como o dia é um instante diante da vida, a vida pé um instante diante da Eternidade”.

(*) Citações constantes na “Mensagem do Dia” (09/02/2014) Portal Paulinas.


sábado, 8 de fevereiro de 2014

O ESSENCIAL E O FUNDAMENTAL



Texto e Mário Sérgio Cortella


O essencial é o mesmo para todos. É aquilo que não pode ser, aquilo que dá sentido à minha vida na dupla acepção do termo, significado e direção, ou seja, amizade, lealdade, religiosidade, sexualidade, felicidade, fraternidade, honestidade. Precisamos de sentido para o que fazemos enquanto não morremos, para que a vida não seja vazia e desperdiçada. Difere do fundamental, que apóia o essncial como carreira e dinheiro”.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

PESSOAS DISSIMULADAS


Parece que não, mas não são poucas as pessoas que praticam a dissimulação em seu dia-a-dia. Cuidado, você pode estar muito próxima de uma pessoa com essa capacidade e ainda não se deu conta disso.

Dissimulação é arte de esconder sentimentos, de enganar fingindo uma coisa, quando na verdade é outra totalmente ao contrário. Seu projeto de vida sempre é agradar a todos e odeia desagradar alguém.

Pessoas dissimuladas são aqueles que se fingem de mortas para... (O coveiro que se cuide). São incapazes de agir por elas próprias e não conseguem uma convivência normal, natural, amiga, com as pessoas de seu meio social.

Não suportam perdas e muito menos ver outras se dando bem na vida. Elas querem e fazem de tudo para serem o centro das atenções. Por isso mentem, fingem e não se importam em prejudicar os demais.

Para atingir seus objetivos, utilizam de todos os artifícios. Fazem-se de boazinhas, caridosas, cuidadosas, atenciosas... Enganação plena.

São manipuladoras... Pegajosas,,,  Disfarçam suas reais intenções e fazem de tudo para mostrar que agem com boa vontade... Que perigo!

São pessoas infantilizadas e acovardadas. Quando colocadas em check não resistem. Espanam facilmente a rosca, pois não são sólidas de caráter e nessa condição, não fazem cerimônia em aprontar escândalos, falar palavrões, agredir, enfim, perdem literalmente o controle. Barracos à vista.

Ah! Sim, pessoas dissimuladas são mestres na arte da fofoca.

Que coisa, não!?

Como identificar essas pessoas para se afastar delas? Difícil dizer. O caminho é suspeitar daquelas pessoas melosas, elogiosas, entronas, “cara de pau”, que sabem de tudo e insistem em defender suas opiniões,  merecem atenção e cuidado. Longe delas... Alguma coisa elas estão planejando.



quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

BOM DIA MEU AMIGO



Bom dia, meu amigo. Hoje minhas palavras são suas... Hoje quero parabenizá-lo pela sua existência... Quero  dar graças a Deus que permitiu a gente se encontrar numa grande amizade.

Você é muito importante p’ra mim. Junto de você sinto-me mais de um, pois sua presença me fortalece para viver esta vida, nem sempre fácil e traiçoeira.

Você é meu amigo, não meu juiz. Você me acrescenta, você me orienta. Você me consola, não sai da minha cola, quando me vê em perigo. Isso sim é amigo.

Você é meu amigo, caminha comigo, ao meu lado, sem me fazer sombra. Tem seus compromissos, sua vida, seu amor, seu trabalho, seus gostos, seus prazeres. Nem sempre são os meus. Eu os respeito, tanto quanto você respeita as coisas que gosto de fazer.

Você é meu amigo e nunca se esquece mim. Liga-me sempre. Não! Não você não me importuna. Pelo contrário, só me dá alegria. Tenha certeza disso!

Você nada me cobra. De você nada cobro. Toleramo-nos e nos ajudamos mutuamente.

Você é meu amigo. Você sabe disso! Minha casa é a sua casa. Não seja tão reservado! Aqui você é livre, pode falar o que quiser, pode chorar suas mágoas, suas tristezas, suas frustrações... (Mas não deixe de contar aquelas histórias alegres que só você conhece e que me fazem muito bem),

Você é meu amigo. Não se canse de mim. Às vezes sou chato, melancólico, e talvez não uma boa companhia. Tenha paciência, sou humano, fraco e cheio de ilusões perdidas. Você é forte, tem um alto astral, a música na ponta da língua. É pura alegria.

Quanta gente precisa de gente como você!

Você, meu amigo, se não existisse haveria um vazio no mundo. Cuide-se. Você é uma peça rara, está em extinção, nesse mundo eivado de egoísmo, de arrogância, de prepotência, de pessoas ensimesmadas.


Você, meu amigo... Ensinou-me que ainda existe luz no túnel e que por isso ainda vale a pena acreditar no amor e na amizade que constrói seres humanos verdadeiros.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O QUE IMPORTA... É O SEXO?


O que é mesmo importante no relacionamento conjugal?
Para o homem é a mulher que lave suas roupas?
Para mulher é o homem que lhe garante casa, comida e roupa lavada?
Para ambos um bom desempenho sexual?

Por quanto tempo? E depois?

Pois na verdade há muitas outras coisas que podem ser classificadas prioritárias na vida de um casal:

Expressar o amor que o casal sente um pelo outro a todo instante, mais por atos que por palavras, em pequenos e significativos gestos.

Exercitar sempre a verdade, jamais mentir. Confiança é como virgindade, perdeu não tem mais volta. Portanto, verdade e transparência sempre.

Ser compreensivos, dialogar dando prioridade ao ouvir e jamais levantar a voz. O diálogo está se dando entre duas pessoas que se amam e ambos não merecem qualquer tom ríspido de voz. A amabilidade é a chave para o sucesso nos diálogos.

Nada a esconder um do outro. Corações abertos, sem segredos, sinceridade, prontidão para ouvir críticas e conselhos. Renunciar às premissas ultrapassadas É o diálogo que constrói.

Ter a consciência de que já não são mais duas pessoas diferentes, mas uma só, vivendo um grande mistério. Fundidos no amor, mas caminhando lado a lado, sem que um não esteja por baixo ou por cima, mirando um único horizonte, um único destino.

Manter-se juntos mesmo quando um viaja e o outro fica em casa. Ser fiel incondicionalmente, mesmo distante. A fidelidade quando está próximo é fácil. Ao longe exige sacrifícios, renúncias e superação das tentações. O amor sempre fala mais alto.

Orar juntos, agradecer sempre, a Deus em primeiro lugar, depois um ao outro, valorizando-o pela dedicação, empenho, apoio... Pelos serviços da casa, pela alimentação preparada com esmero.  Um respeitando o espaço do outro, não por obrigação, mas pelo amor que os une.


Romantismo, simpatia, empatia, alegria, vontade de estar junto, atenção aos detalhes, palavras doces, são ingredientes que valoriza a união e a fortalece na caminhada, torna o casal apto a vencer todas as dificuldades que vida inexoravelmente vai lhe apresentar.

E o sexo? Ele não é importante? Sim, claro que é! Mas o sexo não é o fim último da vida conjugal. O sexo, como essência do amor, não deve acontecer de qualquer jeito, de qualquer maneira, a qualquer hora, apenas para atender ao instinto animal, principalmente do homem. O sexo é maravilhoso, é o corolário de uma série de movimentos afetivos, gentilezas, carinhos, cuja intensidade crescente faz gerar em ambos a vontade de fazer amor. De repente acontece o momento propicio para que o sexo aconteça e o resultado é a satisfação de ambos. Não a vitória de um só.


Então, o que importa? É a paz, a segurança, a verdade, que o amor no melhor sentido do termo, colocado em prática no cotidiano da vida, gera nas pessoas que rompem suas zonas e conforto e abraçam a doce ventura de constituir  uma família... Para sempre, ou enquanto o amor permanecer.