quarta-feira, 11 de junho de 2014

A COPA DO BRASIL


Até que enfim vai começar a tão sonhada Copa do Mundo FIFA/Brasil/2014. E agora ou nunca!

Os ufanistas, nacionalistas e populistas estão agarrando com as duas mãos a oportunidade como aquela criança que adora sonhos de padaria e quando os pega prende-os junto ao peito, não se importando se vai borrar ou não sua blusinha.

Brasil, “pátria de chuteiras”. E todos os problemas estão resolvidos temporariamente. Festa... Catarse... Anestesia... Emoção... Alienação... Alegria... Entusiasmo... O Brasil parar e vai ganhar a copa!

A copa no Brasil é questionável, mas não foi questionada no tempo certo. A opinião pública foi manipulada (ou melhor, cooptada pela mídia) e sua realização foi aceita entusiasticamente. Mas vai deixar um grande aprendizado. Lição também. O problema é que aprendizado só é incorporado quando de deseja fazê-lo conscientemente. Será difícil isso acontecer.

Em relação ao time parece há restrições sobre sua real capacidade de vencer. Basta prestar atenção nos dois últimos jogos, Contra o Panamá, um resultado convincente. Porém a seleção adversária não tem tradição nenhuma no futebol. Já contra Sérvia, uma seleção mais forte, com mais estrutura, apesar de o país ser recente, o time sofreu para ganhar por diferença de apenas um gol, deixando descobertas suas feridas (ou deficiências).

Não esqueçamos que a copa do mundo é um torneio de tiro curto, com apenas 7 partidas para quem chega à final... São 32 concorrentes e apenas um vencedor.

O otimismo, sustentado pela mídia, especialmente a televisiva, ainda permanece. Os observadores mais conservadores, mais “pés no chão”, estão na defensiva. O time pode não ser tão bom assim... “E agora, José?”.

Pouco se falou sobre os 40% das vagas de hotéis devolvidos pela FIFA. Prejuízos à vista. Sobre os gastos, eles tão aí, escancarados... E as autoridades se virando para explicar.

As autoridades ao se candidatarem à realização da Copa, tacitamente se comprometeram às atender às exigências da FIFA. E o que se viu foi isso: a FIFA imperou soberana, exigindo, chamando a atenção publicamente e até ironizando a nossa capacidade de realização. O país teve que abrir as... comportas do dinheiro.

Eis o mais importante aprendizado! O país se curvou diante de um poder superior, como tem se curvado ao longo da História...  Porém, numa democracia, o poder superior “emana do povo”. A voz do povo é a voz de Deus. O povo precisa saber que as autoridades vêm depois dele. É ele quem escolhe quem vai governá-lo. Portanto, o poder soberano é do povo. Porém, este deve exercer este poder que lhe é inerente, pelos meios legais, via justiça, via leis justas e aplicáveis a um sem número de situações.

Violência não! Não à violência! A violência, as depredações, os quebra-quebra, apenas enfraquece o povo. Devemos aprender com a FIFA. É exigir, pelos caminhos legais. E eles atendem... E eles fazem... Basta saber como fazer a pressão... Sem violência!

Os estádios têm padrão FIFA. Quanto as obras de infra-estrutura exigidas pela FIFA, não sabemos, pois a maioria não estão concluídas. Os aeroportos remendados.

Mas há tantas coisas para serem feitas com o padrão FIFA. Excluindo-se os estádios, praticamente tudo. Nada mais têm o tal padrão FIFA. Educação, saúde, estradas, saneamento, pessoas com fome, obras de recuperação pós-tragédias, serviços públicos (energia, saneamento, transporte, mobilidade urbana)... Ufa! Problemas, problemas, problemas que não acabam nunca!

E se a seleção for eliminada, ou perder na final? Onde iremos estacionar nossos cavalos?

Cala-te boca... Vamos torcer como nunca. Não podemos pagar mais esse mico!


Imagem: Google


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