quinta-feira, 19 de junho de 2014

CRIATIVIDADE, A ESSÊNCIA DO FUTEBOL BRASILEIRO

(Garrincha, um dos mais criativos jogadores brasileiros)

O Brasil participou de todas as copas do mundo realizadas até agora. E na maioria delas não fez feio. Houve sim resultados dramáticos como aquele do Maracanã, em 1950, quando perdeu a decisão para o Uruguai, Todos comentam a derrota, mas ninguém se lembra de que o Brasil foi vice-campeão. Prova de que “vice” e “nada” são a mesma coisa.

Historicamente, os sucessos dos jogadores brasileiros em campo se devem menos aos processos de treinamento, mas muito mais à criatividade, que é nata entre nós.

A criatividade faz do futebol uma arte. É imprevisível e leva à loucura os jogadores de defesa adversários e principalmente os seus técnicos que vivem criando sistemas de marcação para neutralizar as ações dos atacantes brasileiros.

A criatividade permite que os atacantes encontrem numa fração de segundo maneiras de vencer as defesas, de ludibriar as marcações, transformando uma partida de futebol num espetáculo bonito de ser visto, pois resulta em muitos gols.

O gol é a alegria de uns e tristezas de outros, mas é a marca registrada do futebol.

Porém, a partir do momento em que os métodos científicos começam a dominar os processos de treinamento dos clubes, a criatividade vai perdendo espaço. Quem perde é o futebol como espetáculo, que acaba se transformando um jogo de cartas marcadas, os jogadores guardando suas posições, e executando apenas as jogadas treinadas exaustivamente durante a semana. Prevalecem muito mais o vigor físico, que tem o seu valor, sem dúvida, como aquele gol marcado por Roben da Holanda contra a Espanha, Ele apostou corrida com o defensor, saindo dez metros atrás e chegou à frente diante do gol e não desperdiçou a oportunidade. Foi bonito, sim.

Os métodos científicos de treinamento despriorizando a criatividade tornam os times rigorosamente iguais. Vencem aqueles que se permitem lampejos de criação.

A seleção brasileira corre sério risco de não ganhar esta copa. Justamente porque a grande maioria dos jogadores atua na Europa e são treinados e condicionados nos moldes europeus. Tais jogadores deixaram de lado sua criatividade e se transformaram em normais, comuns, facilmente de serem marcados.

Prova disso é a partida contra o México. Fortemente marcados, não souberam se desvencilhar da defesa mexicana, algo que só conseguiriam com a criatividade. Para piorar a situação, o goleiro Ochoa estava nos seus melhores dias. Isso também acontece.

Sem criatividade não se chega a lugar algum.


Imagem: Google

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