sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

UM NOVO OLHAR: O VERDADEIRO DESCOBRIMENTO


Alguém já disse que é uma grande insanidade fazer tudo da mesma maneira e esperar resultados diferentes. Não sabemos quem, mas esta frase, se refletida seriamente, pode ser um grande passo para mudanças em nossa vida.

É muito interessante repensar nossa maneira de viver, nossos pensamentos, adaptá-los às novas realidades, aos novos tempos, sem que tenhamos de abdicar aos fundamentos que compõem a essência de nossa vida, de nossos credos, de nossas premissas. A nossa essência, a nossa história, o nosso passado, jamais mudarão. Mas, podemos enxergar as coisas de um modo diferente, se mudamos o nosso ponto de vista.

O panorama visto da ponte nunca é igual para os mesmos observadores. Esse é mais um bom desafio na direção de nosso aprimoramento pessoal. De nada adianta grandes aventuras, percorrer caminhos pedregosos e lugares longínquos já visitados por outras pessoas se continuamos a pensar e fazer as coisas do mesmo jeito se continuarmos a mesma pessoa.

Precisamos de pequenos passos... Mudar a maneira de olhar... E sem a certeza de conseguirmos, tentar ver o quê o outro vê. Uma simples mudança do trajeto diário de caminhada para o trabalho pode nos trazer novos panoramas, novos detalhes, novas belezas da vida.

Atenção aos detalhes... Visão holística (do todo)... Olhar de 360 graus... Nada de grandes aventuras. Um sorriso a mais no rosto... Um bom dia para um desconhecido... Um aperto de mão ao motorista ou cobrador de ônibus...  Serão experiências inesquecíveis para ambos.

Um novo estilo de música... Um outro estilo de literatura (ou começar a maravilhosa aventura de ler)... O acesso às redes sociais... Um ou dois dias sem carro, sem fumo, sem bebida... Sem os vícios que nos prendem a uma rotina massacrante.

Mudar de igreja, de missa, de culto... Serão experiências inovadoras, eu com certeza agregarão valor à nossa vida.

Ainda que não percamos a nossa essência, a coragem de mudar, a força para admitirmos que nós ainda amamos à moda antiga, no sentido pleno da amizade, do companheirismo, da solidariedade, do altruísmo, do saber ouvir, do oferecer o ombro amigo, farão de nós pessoas novas, pessoas alegres, pessoas realizadas, pessoas felizes.

Um novo olhar para a vida, para as pessoas vai significar, sim, o  verdadeiro descobrimento, o descobrimento de um novo território da nossa alma, que talvez nunca tivéssemos explorados em profundidade: o território da bondade...



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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

QUEM MANDA NO MUNDO


(“Este gráfico mostra as interconexões entre o grupo de 1316 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia mundial”.)

Difícil saber hoje quem manda no mundo. Uma viagem à História da Humanidade nos mostra que ela sempre teve um centro de poder, ou vários centros de poder. Havia uma referência.

Na Pré-História e nos primeiros tempos da civilização os poderes eram disseminados. Mais tarde começou a centralização. Os gregos, apesar das Cidades-Estados se expandiram. A Guerra de Tróia, famosa no cinema foi um episódio da expansão grega. Em alguns momentos emergiam grandes líderes que levaram as fronteiras de suas terras para bem longe.

Não temos espaço suficiente para enumerá-los. Os egípcios, os fenícios, os chineses, os árabes constituíram impérios com enormes territórios, como os Romanos. Carlos V, Rei da Espanha e imperador do Sacro-Império Romano Germânico, dizia que em suas terras o “sol não se punha”, pois as mesmas abrangiam desde o norte da Europa, passava pela Espanha, Américas do Norte (Flórida), Central e do Sul.

Napoleão Bonaparte é um exemplo clássico. A expansão Européia rumo à África e à Ásia e outro.

Contra essas autoridades imperiais as sociedades dominadas sempre reagiram e num dado momento solaparam o poder delas e os impérios ruíram. Revoltas, idéias e guerras foram instrumentos utilizados, os quais a própria História registra.

O grande evento que moldou a condição humana e impacta terrivelmente hoje foi o surgimento do Capitalismo. Uns contra outros a favor (a discussão vai longe), o certo é que vivemos o auge do Capitalismo Consumista.

O marxismo foi uma tentativa de barrá-lo. A queda do muro de Berlim, em 1989 abriu caminho para que o Capitalismo passasse a reinar incólume sobre a humanidade. A ideologia política de Marx morreu em 1989.

O poder econômico do Capitalismo completou sua evolução política, iniciada na Revolução Francesa, a Revolução Burguesa e Capitalista por excelência.

Hoje a geopolítica determina poderes políticos locais submissos ao poder econômico global.

Há os conglomerados empresariais. Empresas Holdings, cujos donos são multibilionários, que são também proprietários dos meios de comunicação (rádios, jornais, redes de TV e provedores de internet), suas empresas são patrocinadoras desses meios de comunicação, financiam as campanhas políticas... Portanto, têm tudo na mão, até a justiça.

A coisa funciona assim: uma empresa detém 10% das ações de outra, que detêm tantos % de outra e assim por diante. Todos são donos de todos. E ninguém sabe exatamente onde está o mandatário geral. Eles também fabricam armas... Por isso há sempre uma guerra em algum lugar.

O terrorismo, os golpes de estados, o abandono da África, as doenças insurgentes (como o Ebola), são sinais de que a sociedade e a natureza ainda não estão totalmente submissas a esses “patrões” invisíveis.

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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

AS RAZÕES PARA SORRIR


“O sorriso reflete um estado da alma. Uma alma triste não sorri, mas à medida que a alma vai se transformando, o sorriso se torna espontâneo, fluente, bonito, Mais simpática e agradável a pessoa fica... O sorriso tem um magnetismo que atrai outras pessoas, portanto, é uma fonte de amizades, até de relacionamentos saudáveis e positivos, uma porta por onde a felicidade entra”.

Excerto do texto que publicamos em 21 de Setembro de 2013.  Agora vamos ampliar um pouco mais o assunto.

De nada adianta chorar, principalmente o “leite derramado”, isto é, chorar por algo que não tem mais jeito. Chorar alivia, chorar consola, chorar descarrega energias acumuladas...  Entretanto, sorrir, torna tudo mais bonito.

Viver com alegria é uma decisão essencialmente pessoal, um gesto de coragem e de agradecimento. Como assim? É que todos os dias acontecem milagres em nossa vida. O primeiro é o acordar... Quando acordamos percebemos que estamos vivos... E a vida é um dom. Precisamos agradecer ao Deus da nossa crença esse dom, pois é mais uma oportunidade que temos para oferecermos às pessoas que estão à nossa volta o que o sol oferece às flores: a luz, a luminosidade, a alegria... O que o vento da montanha oferece à relva...

A alegria é apanágio para todas as tristezas. A alegria favorece a criatividade para a solução dos problemas, que não raras vezes são muitos. A alegria fortalece a imunidade e a resistência orgânica para o combate às doenças.

A alegria atrai amigos, melhora a rede de relacionamentos, facilita a consecução dos projetos coletivos, tanto na empresa quanto na comunidade. A alegria, portanto, combate a solidão. O alegre raramente está só.

A alegria é contagiante, da mesma forma que a tristeza e a sisudez também o é. Assim, é muito melhor para nós mesmos e para o mundo que nos cerca o esbanjamento da alegria.

Os sisudos são recolhidos, contraídos, recolhidos, introspectivos, nervosos. O papa Francisco disse certa vez: “Dê um sorriso para um desconhecido, pois ode ser o único que ele receberá nesse dia”.  Assim, é possível começar em nós uma rede de alegria que pode abraçar o mundo, pois ela contagia. Aliás, esse era o grande sonho do francês Frederic Ozanam, quando, em 1833, aos 18 anos, criou o Movimento Vicentino, que existe até hoje, espalhando a caridade, o amor, pelo mundo. E o que não o amor senão pura alegria? Pois, é não é preciso ser herói para transformar o mundo, basta ser alegre.  Gandhi já disse: “Comece em você o que você espera para o mundo”.

Então, vivamos à alegria! Há muitas razões para sorrir!



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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

TERNURA


Hoje queremos falar de ternura, algo tão presente, tão natural, tão sensível, tão confundido, pouco ou nada reconhecido ou praticado, neste mundo tecnicista, hedonista, egoísta, veloz, banal, tecnológico.

Ternura é uma atitude,  ou atributo, ou qualidade de quem é terno, meigo, suave, carinhoso, espontâneo, simpático, empático, sem “frescura”.

Ternura é carinho que não se confunde com carícia. Carinho, filho da ternura, tem as mesmas qualidades da sua mãe... Caricia é o toque interesseiro, materialista, com intenções outras, como a sexualidade. Porém, a ternura não dispensa a carícia quando é necessário, por exemplo, o consolo de uma tristeza pela perda de uma pessoa querida por falecimento ou separação conjugal. Ou ainda quando a saudade pesa demais e gera lágrimas. A ternura com carícia é o afago das mãos, o abraço apertado, o acolhimento pelo ombro amigo. A carícia é instrumento da ternura.

Leonardo Boff, mestre no pensar e no escrever, intitulou um artigo seu como “Ternura, a seiva do amor”. Vale a pena ler. Está na internet, via Google.

Ninguém vive sozinho, ninguém é uma ilha... Há uma interdependência entre as pessoas. Umas querem ser olhadas, observadas, reconhecidas, São carentes. Outras observam, olham, reconhecem, valorizam, pensam que percebem as carências e se aproximam para ajudá-las ou para aproveitarem-se delas.  Há um risco, é preciso maturidade para reconhecer esses perigos.

As pessoas maduras, com sentimentos puros, religiosos, não radicais, são paternos, pois protegem; são ternos, pois acolhem, mas não são paternalistas, pois não infantilizam. A ternura implica em maturidade e responsabilidade, uma vez que gestos de ternura não podem ser confundidos com interesses exóticos ou eróticos. Ternura é um sentimento puramente humano.

A pessoa terna tem “quê” de timidez. Esse fator essencial para se separar aquelas que estão na linha de frente da carícia pela carícia, do elogio pelo elogio, pelo enxerimento. Pessoas assim são arrogantes, estúpidas, aproveitadoras, machistas, nada entendem de ternura no seu mais nobre sentido. Devem ser compreendidas sim, mas evitadas.

A ternura é fruto de pessoas com sensibilidade religiosa elevada, Não fanática, não infantil... Mas madura. O cristianismo pregou sempre isso: o perdão, não vingança, o cuidado com os pequenos, não os de baixa estatura, mas os excluídos, os pobres e aqueles que contrariavam a lei. É célebre o episódio de Madalena.

Vale lembrar a frase mais divulgada de Ernesto Guevara: “Hay que endurecerse, sin perder a ternura jamas”! Ele foi muito cultuado pelos jovens, tidos revolucionários. Pena que nada aconteceu. Parece apenas mote para outras rebeldias. Guevara queria uma juventude atuante. Inquieta, preocupada com a preservação da natureza e com o bem estar da humanidade, como ainda o querem Leonardo Boff,  Pe. Zezinho e outros sóbrios formadores de opinião, religiosos ou não.

A ternura nasce na alma, passa pelo coração, pela razão e se projeta mundo afora... Não é ilusão. Nela não acreditam os egoístas.



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domingo, 25 de janeiro de 2015

O PLANETA TERRA PEDE SOCORRO

Se alguém pudesse contemplar o planeta terra a partir de um ponto qualquer do espaço sideral, com os conhecimentos históricos, geográficos, ecológicos, econômicos, filosóficos, religiosos, humanos e de outras áreas científicas desenvolvidas aqui mesmo, chegaria facilmente à idéia de que o planeta que já foi definido por Yuri Gagarin, o primeiro astronauta, como “Azul”, agora em chamas, está definhando muito antes do tempo.

Que o planeta vai morrer um dia isso é certo. A terra depende única e exclusivamente da energia solar e da luz solar para viver. E como o sol é uma estrela (de pequena grandeza), ele está se autoconsumindo, como acontece como todas estrelas do universo.  As estrelas são grandes fornalhas que queimam seu próprio material, As grandes explosões solares, cujas partículas invadem a o nosso planeta, causando transtornos nas comunicações e nas viagens aéreas, são uma prova disso.

Muitas estrelas já morreram. Outras tantas ainda vemos suas luzes, mas elas já não existem mais. Quando uma estrela completa seu ciclo de autoconsumo, ela se apaga momentaneamente, mas o peso de seu material “queimado” é tanto que ela explode, brilhando intensamente. É o seu “canto do cisne”. A partir daí, em pouco tempo ela se apaga definitivamente.

É bom lembrar que o tempo estelar, o tempo no espaço sideral, as distâncias, são praticamente inimagináveis e incompreensíveis ao ser humano comum. Por isso a existência de intenso misticismo em torno das idéias a respeito da imensidão do universo e seus confins.

Com o sol vai acontecer a mesma coisa num tempo futuro inimaginável e não estaremos aqui para testemunhá-las. Sim o mundo vai acabar quando o sol morrer.  Isso “está escrito nas estrelas”, num processo normal e natural, sem os mandos e desmandos dos seus habitantes.

O planeta está em chamas e pedindo socorro. É o que o observador espacial constata. Mas será que precisamos ir tão longe para chegar a essas conclusões?

O planeta pede socorro. Está na UTI... É preciso uma ação urgente. Após a “Queda do Muro de Berlim”, o Capitalismo nada de braçadas, manda e desmanda. Já não há mais uma única autoridade, nem duas, nem três. O mundo está nas mãos do poder econômico. A transnacionalidade é uma autoridade real, mas virtual. Existe, é obedecida, mas ninguém sabe quem e, nem onde está.

Vivemos como se estivéssemos na Idade Média. Lá a Igreja mandava e os reis obedeciam. Hoje, não é o Papa, mas o poder econômico que é a autoridade supranacional. Ele manda e os governantes obedecem. Fazem reuniões em palácios luxuosíssimos, como em Davos, na Suíça. Discutem, discutem, e nada resolvem, pois tudo já está decidido de antemão.

Enquanto isso o planeta terra continua pedindo socorro...  Ele e seus habitantes, os seres humanos, não querem perecer antes do tempo previsto.
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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

TEMPO E TEMPOS (KHRONOS E KAIRÓS)


Não podemos nos esquecer que a nossa cultura (ocidental) tem como base estrutural a cultura Greco-romana.

Na Grécia Antiga havia duas definições de “tempo”: khronos e kairós. A primeira definia o tempo calendário, as datas, as estações. É um tempo quantitativo, números, quantidade. A segunda, qualitativa, indicava as realizações humanas que aconteciam no tempo certo, portanto, qualitativa.

Na mitologia grega Kairós é filho de Khronos, o deus do tempo. Porém, pode se manifestar, por representar o tempo qualitativo, em muitos outros, inclusive Zeus, o pai de todos os deuses

Tais conceitos permaneceram e chegaram até nós. A História, como ciência, utiliza a “cronologia” para organizar a linha do tempo dos seus acontecimentos mais importantes. Muitos historiadores “ditos modernos” a desprezam. Mas jamais podemos esquecer as datas mais importantes como parâmetros para compreendermos a evolução histórica da humanidade.

Já o kairós, é utilizado, por exemplo, pelo cristianismo, para indicar o tempo da manifestação de Jesus e a instalação de seu “reino” aqui na terra e, também, o tempo certo para a conversão das pessoas aos seus ensinamentos.

Para a nós, fora dos contextos específicos (religiosos e científicos), esses conceitos nos ajudam a compreender melhor os acontecimentos, evolução e fases da vida.

Há muita ansiedade tomando conta dos sentimentos das pessoas, uma vez que, devido às intensas atividades inerentes à modernidade, muitos se preocupam com o passado, outros com o futuro, muito poucos com o presente. O tempo cronológico é implacável... Passa mesmo! Mas saber esperar e reconhecer o seu kairós é fundamental, para os grandes acontecimentos e mudanças da vida. É o caso de não colocar o carro diante dos bois. Ou melhor, saber esperar, de forma inquieta, mas sem ansiedade.

O tempo cronológico é linear, contínuo. O kairós não... Ele se manifesta de forma desigual, variando de pessoa para pessoa. Assim, cada caso é um caso. O processo de amadurecimento pessoal não é igual, pois depende de uma série de variáveis, incluindo-se aí a estrutura familiar, o processo educacional, as vontades, os sonhos, os desejos e a forma que cada um conduz sua maneira de viver.

Kairós é o tempo das conquistas, das vitórias, das realizações pessoais e profissionais... Se o tempo cronológico é implacável o nosso kairós poderá nunca acontecer, pois depende da nossa disposição em superar mos os problemas inerentes ao nosso viver.  A vida não é uma ciência exata. O cronológico passa, o kairós fica... Como a nossa contribuição para a História, tanto pessoal, como para aqueles que fizeram parte do nosso convívio.

E só entra para a História quem faz acontecer. Não deixa sua vida em branco, isto é, soube fazer o kairós em sua vida.



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quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

O MUNDO ESTÁ EM CHAMAS


No final do Século XIX, um chefe indígena americano, contemplando as planícies que os homens brancos tomaram na chamada “Marcha para o Oeste” ou na “Corrida do Ouro”, disse uma frase muito séria: “...Quando os últimos animais da terra se forem, os homens brancos sentirão um grande vazio na alma, pois terão a certeza de que o que aconteceu com os animais, em breve acontecerá com eles mesmos”.

Os índios certamente já sentiam esse vazio, pois estavam sendo dizimados, como de fato o foram.

Hoje percebemos certo pânico com a destruição da natureza. Água sumindo, animais desaparecendo, calor excessivo, cidades entupidas de gente e carros...

O governo desorientado, só sabe mesmo subir impostos... Pequenas ditaduras.

O planeta está em chamas... Atentados, guerras, medos pelo mundo... Medos e insegurança quanto à qualidade de vida no Brasil. Os animais silvestres, essenciais pelo equilíbrio natural estão quase extintos. Sem alimentos nas florestas cada vez menores, esses animais (alguns) tentam alimentos nas áreas urbanas e depois desaparecem, mortos não se sabe como...

Os rios secos... As represas em índices zero... Inicio dos apagões... Um país historicamente rico em águas, agora tem de importar energia da argentina (aconteceu esta semana).

Erros de gestão a longo prazo. Coisas de políticos, não de estadistas. Políticos não constroem infraestrutura que desaparecem depois de pronta, mas elefantes brancos, como os estádios de futebol, projetados para 40 ou 50 mil pessoas, quando na verdade, são freqüentados por menos de duas mil. Milhões que renderam muitos holofotes durante a Copa de 2014, aliás, com uma apresentação pífia da seleção brasileira.

A zona rural brasileira, sempre foi mal dividida: 75% das terras produtivas (que não produzem) nas mãos de 25% dos mais ricos e 75% dos pequenos produtores (corajosos) trabalhando em 25% das terras efetivamente produtivas. Roger Bastide chamou este país de “Terra de Contrastes”... Diríamos: “Terra de Ignorantes Políticos”...

Delfim Neto disse recentemente na Rádio Bandeirantes: “...O Brasil é um país miserável em termos de infraestrutura”. O Rádio continua sendo uma bela fonte de informação e de formação. Infelizes dos surdos (ou melhor, desinteressados).

O mundo está em chamas. O país está em chamas e à deriva. Vamos terminar com uma reflexão de Bertolt Brecht: “Do rio que tudo arrasta diz-se que é violento. Mas nada se fala da violência das margens que o comprimem”.

Irônico, não? Ou um alerta real, verdadeiro, apocalíptico...



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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

ATITUDES MAIS QUE PALAVRAS


Pessoas prolixas são aquelas que falam muito... Tudo que é demais é demasia!

Prolixos e políticos...  Pessoas políticas não são apenas aquelas que fazem política, ocupam cargos, são eleitas, fiscalizam os governantes e fazem ou reformam as leis... São também aqueles que falam, elogiam, fazem média, contam vantagem, gostam de “se aparecer”, de impressionar os demais.

Tem gente, que mesmo sem fumar, levam consigo isqueiros para justamente acender cigarros, principalmente das garotas fumantes (são incentivadores do vício).

São pessoas que têm soluções para tudo, mas só na teoria. Se pegarmos tudo que essas pessoas falam num determinado período e fizermos uma síntese, não sobrará de bom nada mais que umas poucas palavras. São pessoas sem conteúdos, banais, corriqueiras...

É o lado ruim das pessoas “políticas”. Há um lado bom... Estamos nos referindo às pessoas proativas. Pessoas que não esperam soluções para os problemas, quaisquer sejam eles. Vão atrás. É uma postura espontânea, natural. São pessoas de atitudes.

Às vezes são pessoas caladas, tímidas, observadoras e que, por isso, enxergam mais longe, têm uma antevisão dos problemas. Muitas vezes elas são cobradas mais que o normal, especialmente no ambiente de trabalho... E geram uma espécie de “zona de conforto” nos demais membros do grupo.

Como sempre, e é a idéia corrente dos textos deste blog, o ideal é o equilíbrio.

Em primeiro lugar falar menos e agir mais, buscar o conteúdo, a informação e a formação. Dar exemplos do que fala e do que faz. Pessoas que conseguem isso são mais aceitas no grupo e perdem a pecha de “chato”. Só falar, falar e não fazer é péssimo para a imagem das pessoas “prolixas”

Em segundo lugar (para os tímidos), lutar para falar mais, serem mais comunicativos, assertivos... E dividirem responsabilidades nas soluções dos problemas. Tal postura ajudará os demais a deixarem suas “zonas de conforto”. E lhes serão gratos por isso.

Por fim, as atitudes falam mais alto que as palavras.. É melhor fazer mais, porém comunicar os feitos.

A vida é um jogo de ganha-ganha... Não um jogo em que um vence e o outro perde.



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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

UM BURRO NO CAPRICHO


O burro é um animal doméstico utilizado há séculos, especialmente na zona rural para os trabalhos mais pesados, e também como montaria. Sua identificação científica é: Equus africanus asinus. Pode ser conhecido também como asno, jerico, jumento e jegue. É rústico e muito semelhante ao cavalo, este mais nobre.

A palavra “burro” vem do latim “burrus”, que significa vermelho e, talvez tenha sido aí a origem da relação da palavra burro com aquela pessoa de pouco conhecimento que recorriam aos dicionários, cujas capas eram “vermelhas”. Daí para o folclore e gosto popular foi um passo.

E as pesquisas indicam que o burro é um animal esquecido e voltado unicamente para o trabalho. Ele não é “cuidado” e “educado”. Ao contrário, ele é maltratado, violentado e submetido a altas cargas de trabalho. Isso fez dele um animal tímido, retraído, rústico e teimoso.

Se o burro fosse mais bem cuidado ele seria, como é, em casos especiais, um animal dócil, gentil e inteligente, muito inteligente.

Os parágrafos anteriores são ilustrações da historieta (verdadeira) que vem a seguir.

São quatro os personagens: um sitiante experiente, o filho dele, um urbanóide recém-chegado da cidade e o seu sobrinho, fiel escudeiro.

O sitiante chamou o citadino e lhe ofereceu um burro, o Capricho. “muito bom e macio no cavalgar. É só colocar os arreios, montar e sair por aí na lida do gado”.

O filho do sitiante, percebendo a “gelada” em que o rapaz entraria, chamou-o do lado e cochichou no seu ouvido:
- Não é assim, não. Esse burro é teimoso, bravo e não aceita qualquer pessoa. E preciso primeiro agradá-lo.

Ele, então, passou a acariciar o “Capricho” e a conversar com ele. Paciência, cuidado e perseverança. E assim aconteceu. Colocou os arreios, ajustou-os bem e, sempre conversando com o “bichão”, que se mantinha impassível. Montou-o e começou a caminhar lenta e tranquilamente,  sob o olhar atônito do sitiante (que esperava outra atitude do “Capricho”).

Negocio fechado, pagamentos combinados... Café tomado... E hora de descer a serra, pois a tarde começava a cair.

O sobrinho, que como sempre estava por perto, já não continha a ansiedade para “experimentar” a marcha do “Capricho”. Insistiu e o seu tio, com uma ponta de malvadeza,  permitiu que ele realizasse o seu desejo.

O “Capricho”, com os olhos vendados (sic!), foi montado pelo garoto, que começou a cavalgar. Felicidade geral.

De repente, mais que de repente o “Capricho” deu um salto e fez uma curva de 180 graus no ar e saiu em disparada, atirando o menino ao chão. Entre sustos e risadas ele foi socorrido, com muitas dores no ombro. Levado à cidade constatou-se uma leve fratura em sua clavícula.

O comentário geral foi que o “Capricho”, não derrubou o menino, simplesmente saiu debaixo dele.

Lição da história: É preciso respeitar a inteligência e as manias dos animais, mesmo sendo eles da espécie Equus africanus asinus, isto é, um burro.



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domingo, 18 de janeiro de 2015

OLHARES FULMINANTES... QUE PERIGO!


Fulminar é a ação de lançar raios destruidores. Estão ligados originalmente aos raios inerentes às tempestades, durantes aos quais as nuvens carregadas de energia se chocam. Geram os raios de altíssima potência que atingem a terra levando perigo e assustando as pessoas.

O medo dos raios não é infundado. Os prédios, construções em geral, são protegidos por equipamentos que atraem os raios, desviando-os para tais equipamentos que os canalizam para o fundo da terra onde são descarregados e minimizados.

Todos estão ainda impressionados com as pessoas que morreram fulminadas por raios que as atingiram numa praia do litoral paulista.

E as pessoas que presenciaram a destruição de seus equipamentos eletroeletrônicos por descargas de raios. Outros presenciaram a morte de animais que se protegiam sob árvores que foram atingidas por raios. Estão impressionadas e modificadas para sempre... Os raios são um “terror” para tantas pessoas. E deve ser mesmo, pois são potencialmente perigosos.

Porém, os raios fulminantes não são apenas físicos. São também mentais e reveladores das personalidades das pessoas. Pessoas que fazem a opção de serem maldosas, invejosas, vingativas, dissimuladas, arrogantes, negativas, têm nos seus olhos, ou melhor, no seu modo olhar, os mesmos raios, as mesmas potencialidades de destruição dos raios da natureza. 

São olhares que impressionam, que marcam dolorida e indelevelmente a alma, que modificam a forma de viver, tiram o sossego e o sono...

São olhares praticamente únicos, pois são evitados de todas as maneiras. Por isso as pessoas maldosas tendem a ser solitárias...

São olhares terrivelmente inesquecíveis... Impressionam pela maldade quase demoníaca que impregnam a energia que emitem... Contra eles não há pára-raios. Ah! Sim, tem um antídoto: a fé em Deus.

Hoje, Fevereiro de 2015, o céu do sudeste brasileiro nunca foi tão observado. Nunca foi tão temido o céu azul e quente. É a falta de chuvas. Os rios estão secando. Poços de 70 metros, também. Sinal de tempestades na vida muitas pessoas. Pessoas que rezam pelas chuvas, mas que tremem ao primeiro trovão, o barulho que segue o raio.

Mas os raios fulminantes podem estar mais perto do que se imagina, com céu azul ou não. São os olhares das pessoas maldosas, que nos espreitam, nos vigiam... E fulminar o nosso sucesso e nossa felicidade.

Que o bom Deus nos proteja!



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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

FILHOS: PONTOS E CONTRAPONTOS

Os filhos são os nossos melhores presentes. São bênçãos de Deus em nossas vidas. Ninguém nega isso. Ninguém nega esforço para tê-los, vê-los crescer, educá-los, crescerem, se tornarem adultos e obterem sucessos em suas vidas.

Invariavelmente eles voam antes da hora. Procuram outros ninhos, caminhos, muitas vezes diferentes dos que para eles fizemos planejamentos.

Criar filhos tem seus pontos e contrapontos.

Muitos de nós nem admitimos os filhos longe, queremos vê-los sempre por perto, queremos protegê-los, não gostaríamos vê-los crescidos... Embora com isso a gente jamais concorde racionalmente.

Há mães que se tornam o terror de seus filhos e filhas. Não largam de seus pés. Há pais que desprezam suas filhas porque esperam filhos homens.  Outros pais querem seus filhos à sua cara, com os mesmos valores e defeitos. Algo quase impossível. Muitos só perceberão seus erros e exageros quando tornaram a vida deles um inferno e as modificaram para sempre.

Pontos e contrapontos... Muitos pais criam seus filhos com equilíbrio, dando a eles bons exemplos, mostrando caminhos com responsabilidades, inclusive da religiosidade. O quê eles serão no futuro, o serão a partir de suas próprias escolhas, cujas sementes foram plantadas na base dos relacionamentos com os pais.

Pontos e contrapontos... E os filhos, que seguindo modas recorrentes e inerentes às suas idades, dão de ombros aos conselhos e alertas de seus pais. Literalmente batem asas e só voltam para suas casas muito tempo depois com as asas quebradas e esperando de seus pais o abraço necessário para o recomeço. Mas, aí contam o tempo, a saúde, as feridas não cicatrizadas.

As famílias já não existem.  Pais e mães morreram ou partiram para novos relacionamentos. Mas corações deles são insondáveis. Os acolhimentos ocorrem, sem que isso cure as feridas.

Alegria nos rostos, o abraço dos netos... Nos contrapontos a falta de reconhecimento, ingratidão, os limites intransponíveis...

No ponto, o mesmo amor, os mesmos sentimentos, as mesmas esperanças... No contraponto, a fragilidade e a incapacidade de ação.

No ponto, pais felizes pela realização dos filhos... Modelos irretorquíveis e irretocáveis... Peitos empolados... Consciência tranqüila pelo dever de pais inteiramente cumpridos. No contraponto, há! No contraponto, o tempo que ficou no tempo e sentimento de vazio pelo dever de pai não cumprido...

No ponto corações plenos e merecidamente transbordantes... No contraponto.... Sem contrapondo! E os filhos continuam sendo nossos melhores presentes, da vida e de Deus.

Pena que a vida é apenas uma...



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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

QUEM É O DONO DOS NOSSOS SENTIMENTOS?

Devemos responder já? Bem, vamos esperar um pouco...

Muitas pessoas se instalam em sua zona de conforto, principalmente a espiritual e de lá não sai de jeito nenhum. Não amadurecem, não  crescem, permanecem infantilizados, achando que continuarão a receber atenção a vida inteira e não assumindo as responsabilidades à vida.

Pessoas mimadas... Se o foram na infância, acham que dêem continuar assim.  Se por uma razão ou por outra perceberam que é bom serem mimadas e optam por essa postura, assim o fazem.

Pelo sim, pelo não, são pessoas inseguras, chatas, choronas, reclamonas, tímidas, recolhidas, introvertidas e não dão um único passo à frente, sem o aval de alguém. A convivência com elas são “um saco”.  Os casamentos não duram, as amizades não permanecem, não concluem estudos, mesmo iniciando vários, não permanecem nos empregos.

Pessoas inseguras de suas capacidades e potencialidades não constroem uma carreira profissional sólida. A marca de suas vidas é a mesmice.

Uma carreira profissional só se solidifica com a empregabilidade, que é a soma da descoberta da vocação, mais a capacitação, mais o profissionalismo, mais a tenacidade e mais a vontade, menos a infantilidade.

Há um momento da vida que é preciso “desmamar”.  Nossas mães estão sempre dispostas a nos proteger... A decisão de “voar” é nossa, dos filhos, como os filhotes da água que mergulham no precipício, sabendo voar ou não. E as águias sobrevivem ao “sobressalto” porque acreditam de suas capacidades e potencialidades intrínsecas.

Portanto, se a decisão de desmamar é nossa, se a descoberta da nossa vocação é nossa (perdoem-nos a redundância), a vontade de ir em frente é nossa... Tudo é nosso... Os sentimentos também são nossos...

Somos donos do que sentimos... Do que fazemos, das decisões, das consequências dos nossos atos... Até mesmo da solidão em que nos encontramos nos momentos mais decisivos de nossas vidas.

Não há nada mais dolorido do que aquele momento solitário da tomada de uma decisão que vai mudar a nossa vida para sempre.  Não adianta, ninguém vai nos ajudar... Pode, sim, pessoas cobrarem de nós se a decisão der errado. Na verdade temos que tentar. “Tentar não significa que a gente vai conseguir; o problema é que todos que conseguiram foi porque tentaram” (Alguém já disse isso, desconhecemos o autor), Há, também, o risco de comemorarmos sozinhos nossas vitórias... Se ao lado da pessoa amada isso é o suficiente...

Vamos começar a reavaliar nossa postura em relação aos nossos sentimentos e, depois, descobrir em que posição estamos na caminhada da vida. Se ainda estamos no “bebê conforto” ou dando os primeiros passos rumo à nossa felicidade.

Janeiro ainda não terminou, portanto estamos no limiar de 2015... Vamos comer castanhas longe daqui?





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terça-feira, 13 de janeiro de 2015

AMAR A VIDA


Fica estranho a gente sugerir para que você arrume um ou uma amante? Não, não se assuste... Não é de adultério que estamos tratando. Estamos sugerindo que você ame a VIDA! Pois...

Quem ama a vida respeita a vida... É lógico!

Quem ama a vida respeita a si mesmo. Não maltrata o seu corpo, não exagera, não come demais, não bebe demais, não fuma, não malha em demasia, não usa anabolizante, protege-se do sol, não se automedica, não usa drogas, lícitas ou ilícitas, dirige com cuidado, não violenta a si mesmo...

Quem ama a vida respeita a vida dos outros. Não violenta fisicamente os outros, muito menos com palavras... Respeita os sentimentos, não mexe em feridas já cicatrizadas, não induz os outros a vícios lícitos ou ilícitos, não provoca acidentes de trânsito...

Quem ama a vida não menospreza, não diminui, respeita e considera a opinião dos outros. Sabe ouvir, sabe falar na hora certa. Não ironiza. É educado, respeita as etiquetas sociais mais comuns...

Quem ama a vida não é egoísta... Considera sua vez, fica na fila, não a fura, não corrompe nem é corrompido.

Quem ama vida é religioso, mas equilibradamente, respeita as outras confissões religiosas, portanto, não impõe sua ideologia muito menos o Deus em que acredita.

Quem ama a vida simplesmente ama... E não expõe a sua pessoa amada a ridículos. Ao contrário, especialmente na ausência dela, ressalta o seu amor, suas qualidades e, especialmente lhe é fiel.

Quem ama a vida sabe que só no dicionário, o sucesso só vem antes do trabalho. Independentemente de sua área de atuação é profissional e serve de exemplo para seus filhos, seus amigos e colegas de trabalho. Justo, faz justiça ao salário que recebe.

Quem ama a vida é proativo no diálogo, pois sabe ouvir e falar na hora certa. Não age com sutilezas, como estratégia de guerra para “surpreender“ o inimigo. É assertivo, pois fala o necessário, não enrola, respeitando o interlocutor.

Quem ama a vida ama e respeita as crianças, que antes de tudo precisam de bons exemplos, de gestos concretos de amor, de carinho... Não de maldades, violências e privações...

Quem ama a vida, sabe que ela precisa ser vivida intensamente, sem exageros... Sabe que sozinho não se vai a lugar algum. A vida tem de ser vivida de forma comunitária, solidária... Pois, conforme o poeta e pensador moderno Raul Seixas: “Um sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só...”, juntos se transforma em realidade!



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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A IMPORTÂNCIA DA TRANSCENDÊNCIA


É tempo de reflexões que parecem fora de moda. Uma delas é sobre a transcendência. Hoje o mundo é extremamente hedonista e consumista. Vivemos a busca incessante do prazer pelo prazer, fazendo uso, especialmente da sexualidade, que todo mudo explora. Isto é o hedonismo, que aliado ao consumismo inveterado, incentivado pela mídia, fazem a realidade do mundo atual.

A ética do capitalismo, que é o lucro pelo lucro, faz dos excluídos, os pobres, os “sem salário”, os párias da sociedade. Quem não tem, não consome, portanto, não existe... É uma ética desumana...

Pensar na transcendência é revirar tudo isso. Não existe uma transcendência, mas várias: a religiosa, a filosófica com enfoque original, a filosófica com enfoque medieval e a filosófica com enfoque moderno. Não vamos aprofundar o tema nesses aspectos. Vamos ver o que é realmente prático para a nossa vida.

Transcendência é a fuga da banalização ou do banalismo. É a manutenção da inquietação diante das aberrações que acontecem ao nosso redor.

Transcender é inquietar-se mesmo mantendo-se em paz. Está é extremamente necessária para o equilíbrio emocional, que é fundamental para atingir a transcendência. É sublimar ao que é banal...

Como dissemos, precisamos fugir da banalidade, da mesmice, do consumismo que dá mais importância ao “ter” em detrimento do “ser”.

Quem transcende consegue autoconhecimento, adquire cultura para além dos livros escolares; tem domínio de todos os assuntos que “rola” no dia dia-a-dia, inclusive religiosos, metafísicos e mundanos.

Os transcendentes dominam a informação, o noticiário veiculado pela mídia impressa, radiofônica, televisiva e eletrônica. Sabem de tudo. Mas, também, a formação, que vai descobrir o “quê” está por trás da notícia, quais seus fundamentos, a “quem” interessa, o “quê” gerou, “qual” o seu destinatário...

Esse conhecimento não nos chega de “mão beijada”, na “maciota”... Ele depende de muita “ralação”, de muita leitura, de muito “ouvir” opiniões abalizadas, de muita observação. É preciso desenvolver um sistema de observação, de visão holística, de 360 graus.

Chegou o tempo de um novo conhecimento, que não vai desprezar nada do que foi aprendido, mas reprocessado, a partir dos instrumentos tecnológicos colocados à nossa disposição...

É a transcendência.



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domingo, 11 de janeiro de 2015

O MUNDO É DOS ESPERTOS(?)


Há algum tempo criou-se pela mídia televisiva, a partir de uma propaganda de cigarros, hoje proibida (em boa hora), um jargão que ficou conhecido como “A Lei de Gerson”, e que incentivava as pessoas a “levar vantagem em tudo”, e como prova disso fumar o tal cigarro. A era da esperteza, pois levar vantagem em tudo significava que o mundo era (e é) dos espertos.

O jargão caiu em desuso, Gerson, o “Canhotinha de Ouro”, um dos campeões mundiais de 1970, a melhor seleção de futebol que o Brasil já teve (assim dizem os entendidos), que era o garoto propaganda daquela indústria tabaqueira, continuou sua vida natural e profissional, hoje como comentarista de futebol na TV Aberta.

Mas o espírito de “levar vantagem em tudo” ainda continua presente no consciente coletivo.  Virou cultura, ainda que nefasta, mas virou  cultura.

Sim, nefasta, porque aquele que pensa em levar vantagem em tudo se torna uma pessoa indesejável. É egoísta, arrogante, metido, não tem empatia, muito menos simpatia. Pensa nele primeiro...  O resto é o resto. É claro que se dá bem, faz sucesso, fica rico, mas corre um sério risco de acabar solitário. Os autores de autoajuda costumam dizer que pessoas assim são solapadas silenciosamente por baixo e um dia cai, desmorona e tudo que construiu se dissipa. A vida tem mostrado alguns exemplos práticos. Basta um pouco mais de atenção ao que está acontecendo ao nosso redor.

Em contrapartida, circulou recentemente uma frase no facebook que nos chamou a atenção (desconhecemos o autor). Dizia o seguinte: “O mundo é dos espertos, mas o céu é para os escolhidos”. Perfeita para concluirmos esse tema.

Não vamos considerar aqui o aspecto religioso. Ou melhor, imaginando que o conceito moderno de “céu” está mudando para “presença” do Deus da crença de cada um e de que inferno é “ausência” ou distanciamento, a frase se encaixa apropriadamente à nossa ideia.

O “céu” é para os escolhidos, pois escolhido, especial, importante é aquele ou aquela que se superou, venceu o egoísmo, a arrogância, o autoritarismo, e reconstruiu o seu modus vivendi a partir de valores ligados à amizade, ao amor, à simpatia, ao altruísmo, portanto com direito ao “céu” da alegria, da felicidade.

Já o “inferno” é para aqueles que batem no peito e juram não mudar, pois é assim que ganham a vida (ou melhor, ganham na vida!). Preferem ser o que são, e não se dão conta do quanto estão longe da real felicidade, a presença de um Deus em sua vida. Não falamos de um Deus piegas, distante, cheio de regras e de doutrinas, mas um Deus feliz que se estampa no rosto alegre das pessoas que compõem o seu meio social.



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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

APRENDER É PRECISO... O FUTURO EXIGE!


Já é jargão batido de que é necessário aprender sempre. Voltar ao assunto é colaborar para que o processo de aprender não caia no esquecimento.

Todos nós somos tentados pela zona de conforto, isto é, uma vez conseguido algo buscávamos, já nos damos por satisfeitos e relaxamos, baixamos a guarda, paramos de lutar, de ler, de aprender.

Nada amassa mais os louros do que deitarmos sobre eles. O mundo gira e cada vez mais rápido.

Tem gente achando que em pouco tempo todo o conhecimento será  substituído. Tudo será mudado. Algumas evidências estão por aí... Perca de tempo a listagem elas. Os mais idosos se lembram de algumas coisas que eram importantes para eles e hoje já não existem mais e são motivos de chacota para mais jovens, estes acostumados com as “maravilhas” tecnológicas, equipamentos impensáveis tempos atrás.

Se muitas pessoas não conseguem manusear um computador grande, muito menos conseguem utilizar os aparelhos modernos que cabem na palma da mão.

Aprender e reaprender... Desconstruir e reconstruir...  A questão é saber se que estamos fazendo hoje vai nos levar ao futuro que desejamos... Muitos dizem que o amanhã não existe... Mesmo não existindo ele chega juntamente com a idade e em alguns casos trazendo o que mais tememos (sem darmos conta desse medo enrustido): as doenças.

Aprender é educar-se... Aprender continuadamente é educar-se continuadamente. Como isso pode acontecer se o período escolar é único e fica guardado na infância e juventude? Aprender é buscar conhecimento, iniciando-se pelo autoconhecimento... E depois, pelos exemplos da vida, pelos livros, pelos amigos, pela absorção das novas tecnologias. E não fanatizar, não banalizar, não enlouquecer... Tudo deve ser feito com calma, com paciência, com disciplina, a partir de um processo natural, lento, mas progressivo.

Acontece que o conhecimento tradicional, normal, de introjeção da sabedoria, não morreu e não vai morrer, pois os livros jamais serão varridos da face da terra.

Leitura, leitura, leitura... Mesmo que os livros estejam nos tablets e em outras mídias. Ler os clássicos é fundamental. Biografias de grandes personagens da história, também... A leitura é um diálogo com a razão e com a alma, fontes da sabedoria. Fora disso tudo é banalidade.

O medo é uma grande armadilha que não nos deixa viver o presente e muito menos o futuro, que chega sem que o percebamos e nele, necessariamente, teremos de ser o melhor. Do contrário não tem futuro.


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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

A PAIXÃO, FORÇA QUE MOVE AS PESSOAS E O MUNDO


As comemorações religiosas referentes aos Reis Magos têm muitos significados para o mundo cristão e para a vida em geral.  É a manifestação de Jesus recém-nascido para o mundo e os presentes trazidos pelos “reis” visitantes ampliam a sua importância: o “ouro” tem a ver com a realeza, com o poder; o “incenso” com o sacerdócio, com a divindade e a “mirra”, com o profetismo, com a paixão pela vocação assumida.  Claro que na perspectiva cristã Jesus foi tudo isso.

No texto de hoje, interessa-nos o “incenso”, o profetismo e a paixão. Jesus radicalizou suas opções, pois tinha uma missão específica a cumprir e a cumpriu com autoridade, coragem e paixão. Dessa atitude surgiu aquilo que os gregos chamam de amor ágape, o amor de doação radical, de sair de si e de projetar-se nos outros. Radicalismo puro e total.

Podemos, sim, sem a radicalidade de Jesus tomar o seu exemplo, entre tantos outros, para a nossa vida.

Como muito bem disse Cora Coralina(*): “Não podemos acrescentar dias em nossa vida, mas podemos acrescentar vida em nossos dias”.

Resumindo e misturando tudo, podemos chegar facilmente conclusão de que a Paixão é o sinal positivo para acrescentarmos vida em nossos dias. Além de Jesus, muitas outras pessoas ao longo da história radicalizaram suas vidas, aprofundaram suas vocações, transformando-as em paixão, e contribuíram para mudar a humanidade.  A lista é bem longa...

Nem todo mundo pode ser um profeta no real sentido bíblico. Mas pode tomar consciência da realidade social e política do seu mundo em derredor. Se não forem possíveis grandes mudanças, que elas aconteçam nos âmbitos pessoal, familiar, de trabalho, no ciclo de amizades.

Os profetas anunciaram denunciando. Podemos fazer a mesma coisa denunciando e anunciando. O mundo de hoje está pleno de pequenas ditaduras, que massacram e humilham as pessoas mais humildes.

Enquanto a grande mídia joga seus holofotes nos grandes corruptos e corruptores, as pequenas maldades continuam correndo soltas. Vejam como funcionam os atendimentos das grandes companhias prestadores de serviços (telefônicas, bancos, cartões de crédito, elétricas), a violência, os serviços urbanos, os transportes, a saúde, os buracos nas ruas e calçadas, os juros exorbitantes nos contratos...

Há um mundo sequioso à espera dos profetas, dos apaixonados pela causa humana... Os grandes líderes, como Jesus fizeram sua parte, apaixonados que foram pela humanidade. Por isso a “mirra”; por isso o profetismo; por isso a paixão... Que moveram suas vidas e o seu mundo de seu tempo.

Celebrar os “Santos Reis” não é só dança e cantoria... É reflexão!

(*) Frase publicda na "Folhinha do Sacrado Coração de Jesus 2015 pela Editora Vozes, no dia 03 de Janeiro de 2015,


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