segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

UM BURRO NO CAPRICHO


O burro é um animal doméstico utilizado há séculos, especialmente na zona rural para os trabalhos mais pesados, e também como montaria. Sua identificação científica é: Equus africanus asinus. Pode ser conhecido também como asno, jerico, jumento e jegue. É rústico e muito semelhante ao cavalo, este mais nobre.

A palavra “burro” vem do latim “burrus”, que significa vermelho e, talvez tenha sido aí a origem da relação da palavra burro com aquela pessoa de pouco conhecimento que recorriam aos dicionários, cujas capas eram “vermelhas”. Daí para o folclore e gosto popular foi um passo.

E as pesquisas indicam que o burro é um animal esquecido e voltado unicamente para o trabalho. Ele não é “cuidado” e “educado”. Ao contrário, ele é maltratado, violentado e submetido a altas cargas de trabalho. Isso fez dele um animal tímido, retraído, rústico e teimoso.

Se o burro fosse mais bem cuidado ele seria, como é, em casos especiais, um animal dócil, gentil e inteligente, muito inteligente.

Os parágrafos anteriores são ilustrações da historieta (verdadeira) que vem a seguir.

São quatro os personagens: um sitiante experiente, o filho dele, um urbanóide recém-chegado da cidade e o seu sobrinho, fiel escudeiro.

O sitiante chamou o citadino e lhe ofereceu um burro, o Capricho. “muito bom e macio no cavalgar. É só colocar os arreios, montar e sair por aí na lida do gado”.

O filho do sitiante, percebendo a “gelada” em que o rapaz entraria, chamou-o do lado e cochichou no seu ouvido:
- Não é assim, não. Esse burro é teimoso, bravo e não aceita qualquer pessoa. E preciso primeiro agradá-lo.

Ele, então, passou a acariciar o “Capricho” e a conversar com ele. Paciência, cuidado e perseverança. E assim aconteceu. Colocou os arreios, ajustou-os bem e, sempre conversando com o “bichão”, que se mantinha impassível. Montou-o e começou a caminhar lenta e tranquilamente,  sob o olhar atônito do sitiante (que esperava outra atitude do “Capricho”).

Negocio fechado, pagamentos combinados... Café tomado... E hora de descer a serra, pois a tarde começava a cair.

O sobrinho, que como sempre estava por perto, já não continha a ansiedade para “experimentar” a marcha do “Capricho”. Insistiu e o seu tio, com uma ponta de malvadeza,  permitiu que ele realizasse o seu desejo.

O “Capricho”, com os olhos vendados (sic!), foi montado pelo garoto, que começou a cavalgar. Felicidade geral.

De repente, mais que de repente o “Capricho” deu um salto e fez uma curva de 180 graus no ar e saiu em disparada, atirando o menino ao chão. Entre sustos e risadas ele foi socorrido, com muitas dores no ombro. Levado à cidade constatou-se uma leve fratura em sua clavícula.

O comentário geral foi que o “Capricho”, não derrubou o menino, simplesmente saiu debaixo dele.

Lição da história: É preciso respeitar a inteligência e as manias dos animais, mesmo sendo eles da espécie Equus africanus asinus, isto é, um burro.



Imagem: Google

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