segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

A SÍNDROME DO PORCO E O ANO NOVO


A “síndrome do Porco” foi um dos muitos e importantes ensinamentos do saudoso Pe. Léo, da Comunidade Canção Nova: os porcos são animais que não olham para o céu.  Sua constituição fisiológica e biológica não permite que eles levantem a cabeça para mirar o céu. Por isso eles têm uma grande facilidade de irem para a lama. Os porcos chafurdam (fuçam) a lama. Deitam-se nela e gostam de lá ficar.

A vida de muitas pessoas é assim. Fixam seus olhos no chão e no umbigo, não conseguem levantar os seus olhos e ir além, isto é, ultrapassar os limites de seus próprios corpos. Muito menos ampliarem os seus relacionamentos, visualizarem horizontes, mirarem futuros, enfim atingirem o céu.

O que é definitivamente certo é que somos superiores aos animais, somos mais, somos alma, somos coração, somos sentimento, somos espírito  Não nascemos para vivenciar a síndrome do porco.

A síndrome do porco é mais um sintoma do animalismo primitivo que muitas pessoas insistem em cultivar em suas vidas.

A dúvida é quem veio primeiro: essa condição de vida precária espiritualmente, machista, arrogante, egoísta ou a violência que toma conta da sociedade.

Pessoas que só enxergam o seu umbigo são egoístas e, intencionalmente ou não, prejudicam em muito os relacionamentos sociais, as amizades, o convívio no trabalho, o desenvolvimento dos negócios, o processo político.

Os porcos são o que são e não podem mudar. Cumprem o seu processo de vida na natureza e na cadeia alimentar dos humanos. São felizes com o seu destino. São admirados, desejados, bonitinhos quando jovens e peças essenciais nas confraternizações humanas. Quem não saliva abundantemente quando pensa numa comida mineira à base do torresmo crocante, da costelinha suculenta, do pernil assado, no lombo à Califórnia?

Os egoístas são o contrário: rejeitados, evitados, solitários, infelizes... Caminham em círculo e não vão à lugar nenhum.

Pensar nessa comparação pode ser um belo passo para iniciar o bem o “Ano Novo”... Se os porcos não mudam, as pessoas podem, sim, revolucionar suas vidas, transformando-as para melhor.

Pessoas foram feitas para o bem maior, bens superiores, que ultrapassam os limites materiais. Mirar o horizonte é construir utopias, sonhos...

Lembremo-nos de Eduardo Galeano que explicou a “utopia”, como aquela força que “nos faz caminhar” em busca dos horizontes (exatamente onde eles se encontram com o céu), mesmo que os sonhos sejam inatingíveis... E não caminhar em círculos, sem sair do lugar, da mesmice, da idiotice, da mesquinhez.

Ano novo... Pensamento novo!
  


Imagem: Google

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