No
limiar do infinito, a solidão... Duas postagens neste blog, a do Padre Fábio de
Melo no dia 09 de Janeiro deste ano e o clipe da música “No More Boleros”, em 16 de janeiro, remete-nos a uma reflexão sobre
a ideia do amor vinculado à utilidade e à solidão.
Lembramo-nos
dos tempos em que a exploração do espaço
sideral era uma novidade, os livros de ficção científica tinham grande
penetração popular e os filme como Jornada nas Estrelas, aquela que era exibida
emTVs preto e branco, fazia, igualmente muito sucesso.
A
maioria dos temas referia-se ao silêncio e à solidão da imensidão sideral, especialmente
no limiar, isto é, nos limites do infinito.
O tempo
passou e a exploração espacial tornou-se rotina, apesar das imagens cada vez
mais espetaculares chegarem até nós via telescópios potentíssimos e naves
espaciais que especulam os limites do universo. As perguntas continuam sem
respostas. Não se encontra Deus nessas paragens, obrigando os entendidos a
encontrarem uma nova dimensão para o criador do universo e das maravilhas nele
contidas. Permanece o silêncio e a solidão nesses confins.
De
repente baixamos os olhos e contemplamos o entardecer da vida, a decrepitude, o
definhamento da consciência, o enfraquecimento físico e o aumento considerável
da dependência.
O Padre
Fábio lembra o perigo de amarmos as pessoas pelo interesse e pelo grau de
utilidade que as mesmas representam para a nossa vida. O envelhecimento diminui
lenta e constantemente o poder das pessoas de serem úteis, aumentando
seriamente o risco de ficarem sós.
“No More Boleros” reflete a solidão de
quem ama e perde a pessoa amada, gerando um vazio em sua alma. Porém, a vida
fica sem sentido, pois nela “não há boleros”
Assim,
como a busca dos limites do universo reforça a solidão do infinito, a chegada
do entardecer da vida também reforça a solidão, não a solidão do infinito, mas
a solidão do finito.
Percebemos
a solidão do abandono... A solidão do esquecimento... A solidão do medo de
ficar só... A solidão da dificuldade de se comunicar... A solidão do
desapontamento... A solidão da exclusão. Um preço alto do envelhecimento.
Que
mistérios povoam o além dos limites do universo? Que mistérios povoam a mente
das pessoas solitárias nos asilos, nos leitos dos hospitais, nos quartos de
fundo ou nas cadeiras nos cantos das casas?
Onde
está Deus? Deus tem a dimensão maior que o universo sensível aos olhos humanos
ou aos equipamentos tecnológicos. Ele está muito próximo de quem O ama e muito
distante de quem O rejeita.
E com
certeza, bem juntinho dos solitários que esperam o momento de ultrapassar os
limites do finito e adentrar na imensidão infinita.
Imagem:
Google
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