Imaginamos
que essas coisas todos já sabem. Porém, imaginamos também, a partir da lógica
dos paradigmas, quem está no olho do
furacão não o percebe. Dizem os entendidos do assunto que só podemos perceber
os impactos de um paradigma quando saímos dele. É por isso que os técnicos
esportivos experientes indicam observadores para observarem os jogos da
arquibancada, da plateia.
Os
paradigmas são modelos ou representações que fornecem ao individuo formas de
vida ou circunstâncias que condicionam a forma de viver. Simplificando, um dos
nossos grandes paradigmas é o ar. Sem ele não há vida. Como a água é o
paradigma do peixe. Muitas espécies de vida são tipicamente das florestas e não
se adaptam ao ambiente urbano e vice-versa.
Quem
nasce e cresce num ambiente de violência terá a violência como paradigma.
Assim, também, o ambiente de rua, das drogas, da pobreza, da miséria, do
machismo...
Quem é
professor e trabalha nas periferias conhecem histórias de alunos que nunca
romperam as correntes que os prendiam à periferia. Estudam na mesma escola
desde os primeiros anos até a conclusão do Ensino Médio. Muitas meninas
engravidam na escola e ficam por ali nos arredores pela vida inteira. Os
meninos mal conseguem alimentar seus filhos e seguem os mesmos passos das mães
de seus filhos. Não conseguem romper os paradigmas. De nada adiantam os
conselhos dos professores para estudarem com os olhos para além dos horizontes
da periferia. Preferem a zona de conforto da permanência.
Alguns
paradigmas são irreversíveis, outros podem ser mudados... Muitos dependem do
amadurecimento e da evolução emocional. O autoconhecimento é a chave. O
problema é que a arrogância das pessoas as impede de abrir suas mentes e seus
corações para as mudanças necessárias em suas vidas.
Só os
estudos o conhecimento, os sonhos e a utopia fazem a superação. Entretanto, a
superação exige prudência, planejamento, metas, objetivos, equilíbrio (parece
repetição: é para reforçar)...
Portanto,
vencer os paradigmas, especialmente aqueles impeditivos do crescimento, da
evolução não é tarefa fácil, pois depende unicamente da própria pessoa e não
dos que estão de fora, nas arquibancadas. Elas apenas podem orientar, indicar
livros, oferecer caminhos. A decisão é pessoal e intransferível... Não adianta
chorar, espernear... A vida é assim. E olhe que o tempo passa... De repente já
não se é mais criança... De repente já não é mais “operação subida” e, sim,
“operação descida“... Nela a inércia é avassaladora. Não é aconselhável pagar
para ver.
Os
paradigmas são como o sol: mesmo que não se consiga vê-lo devido ao tempo
nublado, mas ele lá está...
Imagem:
Google
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