Uma passagem bíblica:
Lucas
18, 10-14: “Subiram dois homens ao templo
para orar. Um era fariseu, o outro, publicano. O fariseu, em p é, orava no seu
interior desta forma: Graças de tou, o Deus, que não sou como os demais homens:
ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali. Jejuo duas
vezes na semana e pago o dízimo de todos os meus lucros. O publicano, porém,
mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia
no peito, dizendo: ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador! Digo-vos: este
voltou para casa justificado, e não o outro. Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.
Não resta dúvida de que a religião é muito importante para o ser humano. Difícil dizer que ela é um freio social... Não... Não é isso. Porém a religião, vivida com consciência, com maturidade, com vocação, como fruto de uma escolha, produz na pessoa um sentimento de bem, de fazer o bem, não o mal. A religião é uma ótima conselheira.
Leva ao
altruísmo, que é a vontade quase inata de contribuir para um mundo melhor,
ajudando as pessoas, dedicando-se ao voluntariado. As religiões de índoles
cristãs chamam isso de caridade.
A
religião é, sim, uma ótima conselheira. Mas precisa ser vivida corretamente. Ou
melhor, de forma equilibrada, sem exageros, de maneira que produza no espírito
os benefícios indicados no trecho do Evangelho de Lucas, mostrado no início
deste texto.
A
moderação começa pelo equilíbrio entre o exercício da espiritualidade e o rito.
A espiritualidade é vivenciada como aquele publicano que, humilde, se coloca no
fundo do templo e se predispõe a ser perdoado e a receber as graças que merece.
Já o fariseu vive o rito, mostra-se aos demais que é puro e bom e bate no peito
para que todos vejam. O fariseu é arrogante. Os arrogantes nunca serão
justificados (ou abençoados). Há fortes indícios de que os fariseus quando
recorrem ao templo, deixam um rastro de indignidade pelo caminho: injustiças
cometidas, lares desestruturados,
sofrimentos, tristezas, abandonos, exclusões sociais.
É
injusto julgar. Não devemos assim proceder. Mas é o indicativo do trecho citado
do Evangelho. Com a palavra os exegetas e teólogos.
O
grande lance do equilíbrio entre rito e fé é o equilíbrio entre fé e vida. A
vida de fé deve se projetar na vida social, a começar no micro ambiente
familiar. Isso evita o trágico comentário de que “na igreja é bonzinho, na rua é uma peste”. Ou, “...quem vê o jeito daquela pessoa na igreja,
nem imagina o que ela faz em casa. Os parentes que o digam!”
Religião, preceito, sentimento e fé, bem vividos é fonte de
felicidade, de paz de espírito e de maturidade.
Imagem: Google.
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