quarta-feira, 20 de agosto de 2014

PERDAS



Perdas, sempre as teremos na vida! Em algum momento elas acontecerão, mais cedo ou mais tarde. Resta-nos prepararmos para o momento delas acontecerem, pois elas chegarão de surpresa...

E já no primeiro dia fora da barriga da mãe experimentamos uma grande perda: aquele lugar aconchegante no qual vivemos os primeiros nove meses da nossa vida. Cortam o nosso cordão umbilical e até apanhamos (levamos um tapa na bunda) para acordarmos e percebermos que devemos “sobreviver” por nossa conta e risco.

Pequenas ou grandes perdas... O cordão umbilical, uma relíquia, uma fotografia, um parente próximo, o emprego dos sonhos, o ano escolar, a medalha daquela competição, o amor da nossa vida, a tese não aprovada, o mascote da nossa casa, o carro roubado, o melhor livro emprestado e não devolvido... O modelo de nossas vidas... E tantos outros exemplos...

Algumas perdas podem ser revertidas. Outras são definitivas, irreversíveis e inevitáveis. Elas nos confrontam com nossos apegos... Com nossa maturidade...

Filosofias orientais procuram levar as pessoas ao desapego dos problemas para chegar à paz interior, ou ao paraíso, ao “Nirvana”. São exercícios intensos e que exigem grande concentração e esforços.

Religiões, como a cristã, pregam o desapego dos bens materiais, para chegar à perfeição de vida.

Porém, na contramão de tudo isso está a teoria consumista do capitalismo que impera na atualidade, quando o “ter” e mais importante que o “ser”. Assim, fica muito mais difícil “crescer” o suficiente para superar as perdas materiais e imateriais. Essa teoria inocula em nossas veias, lentamente, a idéia de não se acostumar às perdas materiais, principalmente.

Perdemos constantemente. Dia-pós-dia, hora-pós-hora, somos instigados, exigidos, a tomar decisões, a fazer escolhas... Em última análise, a preservar algumas coisas e desprezar (perder) outras.

A reflexão sobre as perdas nos leva ao crescimento, ao amadurecimento, pois precisamos desde logo aprender separar as coisas. Objetos materiais guardados e não utilizados num período de pelo menos um ano, já não serve para mais nada. Temos que nos livrar deles, doendo ou não!

Os motivos emocionais, afetivos, nos ligam ao passado, ao nosso aprendizado, que nos une familiarmente e servem de base para os enfrentamentos da vida, estes, sim, devem ser guardados e preservados.


Imagem: Google


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