sexta-feira, 31 de outubro de 2014

DESLUMBRAMENTO


A vida em si mesma traduz um deslumbramento, Todo milagre é um deslumbramento, porque escapa à razão humana. Viver exige o deslumbramento, pois só assim evoluímos para o bem, para o melhor, para a alegria e para a felicidade.

Se alguém não está deslumbrado com a vida corre o sério risco de interrompê-la, ou melhor, terminar o que já não existe.

Porém, o deslumbramento carrega em seu bojo grandes riscos. Se procurarmos no dicionário sua definição vamos encontrá-la como “...Ação ou efeito de deslumbrar ou de se deslumbrar... Embaçamento da vista que pode ser causado pela exposição ao excesso de luz (ou por outras razões, como a vertigem)".

É isso mesmo: embaçamento da vista, ou da visão, ou da razão. Desse conceito derivam outras situações da vida em que o deslumbramento é prejudicial à pessoa. Deslumbrar-se é encantar-se, encantar-se é sublimar-se, isto é, sair do chão, alcançar um mundo imaginário, um paraíso inexistente. In extremis leva à alienação, fuga da realidade.

“Pés no chão” é o antídoto natural para o excesso de deslumbramento.

Leonardo Boff quando escreveu sobre “A Águia e a Galinha” e suas “dimensões”, ensinou que nós humanos temos  inseridas em nosso ser as perspectivas da águia que busca o vôo nas alturas, sempre mais e mais, e da galinha, que não sai do chão. Somos águias quando nos deslumbramos com as alturas, com os vôos acima das nuvens. Somos galinha quando insistimos em mirar o chão, sem darmos conta que existe um infinito acima de nós. Precisamos do equilíbrio.  Nem tanto as alturas que nos aliena, nem tanto o chão que também nos aliena.

Miremos o infinito, como sonhos a serem buscados sem nos esquecer que na terra a vida acontece e precisa ser vivida e os problemas enfrentados e resolvidos. Pois à medida que superamos os obstáculos outros surgirão e deverão ser igualmente superados.

O deslumbramento cega, como o irracional também cega. Cair de cabeça numa aventura é ato de cegueira. A razão manda desenvolver uma visão holística, isto é de 360 graus, que permite avaliar quase todas as situações, tanto de risco quanto de alegria.

O deslumbramento na medida certa faz a vida valer a pena, assim como manter os “pés no chão” também, pois superar os obstáculos gera em nossa alma a agradável sensação de leveza, de liberdade, bem como a certeza que o Deus de nossa crença cuida de nós, como a galinha cuida de seus pintainhos.

E a grande vitória desse equilíbrio é a paz de espírito, o amor (dado e recebido) e a felicidade plena.

Que assim seja!



Imagem: Google

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A VERDADE E A MENTIRA


“Conhecerás e a verdade e a verdade vos libertará...”

Frase enigmática que faz parte do diálogo entre Jesus Cristo e Pôncio Pilatos, narrado nos Evangelhos durante o julgamento de Jesus.

Jesus dá uma ideia de sua missão e das coisas do céu. O ateu Pilatos nada entendeu. Mas Jesus também ensinou que a verdade deve ser componente essencial na vida das pessoas. A verdade liberta, acalma o espírito e principalmente a consciência.

A verdade é tudo aquilo dotado de sinceridade, onde não há lugar para a mentira. Esta, substituindo a verdade mata, todos os relacionamentos. A verdade rima com o que correto, com o que é certo, com o que eticamente lícito.

A verdade absoluta, porém, não existe. Ela está inserida no contexto cultural e histórico da humanidade. Assim, a verdade se torna relativa... Daí a discordância política, religiosa, futebolística, econômica, filosófica, enfim.  

As verdades mudam...  O que não mudam são os valores fundamentais inerentes à condição humana. A ética, por exemplo. A moral é relativa, pois está vinculada à cultura dos povos. A cultura evolui, atualiza-se, pois está à mercê dos novos conhecimentos, da tecnologia, principalmente dos meios de comunicação. A sociedade precisa cuidar dos valores éticos fundamentais para que não sejam suplantados pelos valores culturais. A ética precisa ser preservada,  como verdade que identifica a sociedade no tempo e na história.

No âmbito pessoal a verdade é a chave para relações perfeitas. Nada de falsidade, nada de esconde-esconde. A mentira (ou o fato verdadeiro), aparecerá mais cedo ou mais tarde, e o prejuízo será total para todas as partes envolvidas.

A pior coisa que pode acontecer com uma pessoa é ter sua confiança frustrada por uma mentira, especialmente quando se trata de fatos da vida.

É inadmissível a mentira em qualquer sentido. Não há justificativa e coloca a pessoa mentirosa na lama, com toda a sua história, com toda sua vida. A mentira gera uma mancha inapagável na sua alma. A mentira fere a pessoa que a gerou e fere profundamente a pessoa (ou as pessoas) alvo, mudando radicalmente o relacionamento entre elas.

E se é inadmissível a mentira, a verdade é absolutamente necessária, qualificando os relacionamentos e os tornando perenes.

A perenidade dos relacionamentos não depende unicamente da verdade, mas com certeza a ela é uma de suas bases de sustentação e da liberdade...



Imagem: Google.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

AS LEIS E A LIBERDADE


As leis e as normas de conduta, foram e são necessárias para o ordenamento social, isto é, para o bom funcionamento da sociedade. Porem devem ser suficientemente claras que todos as conheçam, as cumpram de forma igualitária. Isso não é socialismo, mas democracia ética.

As leis e as normas de condutas, quando éticas, democráticas e igualitárias não excluem e não privilegiam pessoas, as quais, literalmente, são iguais perante elas. Perdoem-nos a redundância.

Se algumas pessoas de uma determinada sociedade estão prejudicadas, excluídas ou tratadas desigualmente (uma única que seja, ou um grupo minoritário), essa sociedade não é justa, não é ética, não é ordenada, não é verdadeira.

A essência da sociedade verdadeiramente ética é o respeito pela liberdade de seus membros. Por outro lado, tal direito gera consequentemente o dever de se respeitar os limites, as fronteiras, onde começam a liberdade dos outros.

Os grandes líderes da História, os estadistas, os verdadeiros condutores dos povos sempre abominaram e sempre combateram sistemas políticos injustos. Tais sistemas gestaram leis frágeis para dos dominadores e fortes para os dominados.

O viver livremente traz em seu bojo o forte sentimento de solidariedade. Esta tem como fontes o amor, a religiosidade, o conhecimento, a cultura, a amizade, a doação... É processo de evolução.

As leis não podem escravizar pessoas nem permitir a escravização... Muito menos o domínio de um grupo, estamento ou classe social sobre outros. Democracia ética implica respeito pelas minorias e dar voz e vez a elas.

A partir de uma sociedade verdadeiramente ética, fundamentada em leis, normas (justas e aplicáveis a todos em igualdade) e autoridades sóbrias, as pessoas podem pensar em superá-las, colocando-se acima delas. Com isso, elas (as leis) passam a ser apenas bússolas, sinais norteadores... Os aparatos de segurança e de punição não consomem os vultosos recursos, que são redirecionados aos setores mais diretamente ligados ao bem-estar comum.

Por exemplo: não se gastaria com tantas prisões e o dinheiro utilizado para a saúde, educação, saneamento básico e outros serviços necessários à população.

Uma sociedade em que as leis e as normas de conduta são justas, sinais apenas, abre espaço para o bem estar de todos (como dissemos) e todos podem atingir o seu fim último (ou o primeiro, como quiserem) que é a felicidade plena.

O respeito, o amor ao outro antecede a lei. Quando isso é realidade, a lei fica em segundo plano.

Vamos nessa?



Imagem: Google.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A IMPROVISAÇÃO COMO A ARTE DA SOBREVIVÊNCIA

A arte de viver pode ser considerada a arte de planejar, de prever o futuro, de buscar uma meta, um objetivo, a realização pessoal e profissional.

Porém, na prática, no cotidiano, não temos a certeza, ou a garantia, de que tudo vai sair conforme o planejado. A vida é plena de surpresas, intercorrências, pois é humana e foge ao âmbito da ciência.

Muita coisa dá certo... Por isso vale a pena planejar e se preparar para o futuro. Muita coisa dá errado, nos pega de surpresa e exige de nós a arte do improviso.

Sim, improvisar também é uma arte, pois é quando somos instados a solucionar problemas a partir do nada, começar do “zero absoluto”, sem nenhum preparo prévio.

Futebolisticamente falando, arriscamos a dizer que a seleção brasileira de futebol, e por extensão, todos os grandes times, estão fracassando porque os jogadores estão perdendo a capacidade de exercer a arte de improvisar. Os jogos são chatos, as jogadas previsíveis, com muito vigor físico, muita correria, muita técnica e pouca ou quase nada criação e improviso.

Assim, também, está acontecendo no mundo pós-moderno: muita correria, tudo cronometrado, muito exercício e pouca arte. Os problemas são resolvidos à base dos manuais e das pesquisas na internet. Não há diálogo olho-no-olho, não há ombro amigo, calma, silêncio, escuta. Tudo é superficial.

E nesse mar de superficialidade, com certeza, vencerá (ou sobreviverá) quem tiver mais capacidade de improvisar, de escutar, de encontrar saídas honrosas e criativas para os incontáveis problemas que a vida nos apresenta.

Surgem os estresses, as depressões. São doenças inicialmente consentidas, pois têm origem nos problemas cujas soluções não estão nos manuais nem na internet... São problemas essencialmente humanos, inerentes a cada pessoa... Podem ter soluções genéricas, mas individualizadas. Quando não resolvidos dão inicio ao círculo vicioso da carência afetiva, que gera solidão, que gera tristeza, que gera estresse, que gera depressão... E outras tantas coisas, enfim, contrárias à vida.

Pois, então, é preciso rever e repensar tudo isso. A derrota para a Alemanha, na Copa de 2014, todo mundo fez questão de esquecer. Os seus ensinamentos estão aí... Como a vida... Vê-la com outro olhar, mais calmo, mais de escuta, para que a arte do improviso possa se manifestar.

É necessário, finalmente, canalizar a adrenalina para a solução dos problemas, não para as “paradas cardíacas” que matam...



Imagem: Google.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

... É (OU PODE NÃO SER) MERA COINCIDÊNCIA

VARIAÇÕES LIVRES SOBRE UMA ANTIGA CRÔNICA, CUJO AUTOR DESCONHECEMOS...

Um homem de meia idade, bem de vida, notívago, baladeiro, faleceu e compareceu às portas do céu. E foi logo impondo suas condições. Como o fez ao longo de sua vida.
- Escuta aqui, São Pedro, eu vim para o céu, mas para decidir se ficarei aqui ou não, quero fazer uma análise prévia do ambiente.

São Pedro, porteiro do céu, de pronto concordou...
- Claro que pode fazer isso. Tenho ordens de meu chefe imediato, J. C. para respeitar os direitos e opiniões das pessoas. Vamos, entre e faça o que deseja...

O homem e viu como era o ambiente celeste: anjos,  nuvens, músicas suaves, pessoas vestindo túnicas brancas e falando baixo, flutuando... Paz infinita. Pensou:
- Eu, um homem jovem, cheio de vida, alegre, agitado, morri num acidente, passar a eternidade inteira nesse marasmo? Não, não é isso que eu quero. Vou falar com São Pedro.

E foi...
- São Pedro, quero analisar outro local, talvez mais movimentado. Aqui é muito parado, não combina comigo...

São Pedro muito solícito...
- Tudo bem, meu caro, vá lá e veja. Pode deixar parte de sua bagagem aqui, se quiser. Foi o que ele fez, por segurança...

Então, nosso personagem foi direto para o inferno (num vôo sem escalas). Chegando lá foi muito bem recebido, e o que ele viu? Luz, sons, gente, lindas mulheres, jogos, carrões, danças, alegria, alegria... Lãs Vegas perdeu longe... Tudo combinava com o que ele imaginava. Não titubeou... Voltou à jato para o céu e se explicou para São Pedro, pegou o resto da bagagem e no mesmo vôo voltou para o inferno. O porteiro do céu, com a solicitude de sempre:
- Seja feita a sua vontade, meu amigo. Pode ir.

Quando nosso amigo chegou de volta ao inferno teve uma terrível surpresa: tudo escuro, luzes avermelhadas, o portal já não era o mesmo e o recepcionista com uma cara amarrada e uma tremenda má vontade. Ao entrar percebeu que toda aquela movimentação, aquela vida espetacular, tinha mudado, tachos e mais tachos de óleo fervente, gente gemendo, chorando, gritando e aqueles caras vestidos de preto, chifres e rabo vermelhos soltando risadas debochantes e sarcásticas...
- Não, não foi isso que vi ontem... Ou estou em lugar errado. Quero falar com o chefe... Quero ver o chefe!
Foi, então, levado para a sala do diabo chefe que o recebeu em seu trono fumegante.
- O que você quer rapaz?  Fale logo, estou com pressa, não posso perder o espetáculo das pessoas se queimando nos tachos... Fale logo!
- É que ontem estava tudo muito bonito aqui, gente feliz,  alegria, música, dança, festa... Então decidi passar a minha eternidade nesse lugar. Agora está tudo diferente...  O que aconteceu?

Depois de uma assustadora gargalhada, o diabo chefe, recompondo-se, disse:
- Oh! Intrépido rapaz, aquilo que você viu ontem era apenas o nosso Marketing...

Qualquer semelhança com a vida real é (ou pode não ser) mera coincidência.


Imagem: Google


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

"ALMA" - MÚSICA DE SUELI COSTA E ABEL SILVA - CANTADA POR SIMONE


Vídeo: YouTube

ENTRE O NASCER E O MORRER



A vida é uma linha tênue que liga o nascer ao morrer. Há muitos que não chegam a nascer, vitimados pela ação da biologia humana, nos chamados abortos naturais, ou pelas mãos humanas e criminosas que provocam o aborto consentido.

Ouros nascem mal cuidados e vivem pouco. Outros tantos têm a vida ceifada por “n” fatores e não chegam à maturidade. Assim acontecem porque escolheram caminhos tortuosos da aventura pela aventura, dos vícios, das drogas, do descontrole financeiro, da criminalidade, enfim.

O intervalo entre o nascer e o morrer, chama-se viver.

Ter saúde, paz e alegria... Amar obter sucesso pessoal e profissional...
Executar ações de voluntariado... Gerar e educar filhos... São conseqüências éticas do ato de viver (bem).

Assim sendo, a vida tem sentido e dá pleno significado ao ato de amor que a gerou. A ciência explica... Mas tem um “quê” de mistério que remete ao milagre divino, ao milagre da vida.  Compreender esse “tal” sentido da vida, esse milagre escapa à razão puramente humana,

Tantas pessoas não vivem, apenas sobrevivem, tamanho é o sofrimento que sentem na pele, causados por terceiros, ou por elas mesmas, quando escolheram mal as sementes e perceberam que os frutos não foram o que esperavam. E mais, descobrem que o tempo, implacável, não permite novo recomeço.

Quando ainda dá tempo dá tempo de corrigir os rumos, a escolha certa, é um novo “nascer”. Se nada acontecer e a vida seguir no marasmo do sofrimento, então a morte já chegou. São pessoas que se suicidam e continuam numa espécie de vida vegetativa, vivendo por viver.

Não é que o “Autor” do milagre da vida quer.

E é bom que aqueles “mortos-vivos” que tentam (e as vezes conseguem) destruir outras vidas com menosprezo, inveja, injuria, violência, maledicência, ironia, traição, mentira, são duplamente criminosos: matam-se e destroem vidas alheias...

Não são criminosos aqueles que atentam contra as vidas alheias?

Entre o nascer e o morrer há um espaço para ser feliz, contribuir para a felicidade de outras pessoas, para fazer acontecer, para ser história, para deixar o anonimato.

Pois, então, repensemos a nossa posição nos caminhos da vida. Há sinais, indicações, estacionamentos proibidos, limites de velocidade.  Nesses caminhos as multas pesam muito e, na maioria das vezes, delas não cabem recursos.


Imagem: Google.


domingo, 12 de outubro de 2014

O AUTOCONHECIMENTO NOS LIBERTA



Temos insistido que para atingirmos nosso fim último na vida, que é a realização pessoal e a felicidade temos que passar por um longo processo de crescimento e amadurecimento, que inclui o autoconhecimento.

Quando chega à sua plenitude, o autoconhecimento nos liberta de todas as amarras que nos prendem à dependência, à carência, à submissão à outras pessoas. Dependência constante não é o que queremos na vida. Conseguimos o autoconhecimento com a tomada de consciência de nossos pontos fortes e pontos fracos.

Os pontos fortes são nossas potencialidades, nossos valores, nossa ética, nossos conhecimentos, nossas premissas, nossa cultura, nossa base familiar e escolar, nossos projetos, nossos sonhos. Nesse contexto podemos incluir a não adesão aos vícios lícitos e ilícitos, o sentido da responsabilidade tanto nos relacionamentos interpessoais como no ambiente de trabalho. Ter a consciência dessas capacidades é um excelente começo para o nosso fortalecimento interior e exercermos a nossa liberdade, já que teremos grandes possibilidades existem de alguém nos “aprisionar”.

Os pontos fracos são nossas vulnerabilidades, nosso despreparo para situações de tensão e estresse momentâneo, o pessimismo e o negativismo inveterados, a irritabilidade, a impaciência, a insegurança ética, os medos inexplicáveis, a carência afetiva, a dependência de outras pessoas, a prodigalidade e a irresponsabilidade econômica. Aprendermos a reconhecer  algumas dessas fraquezas é o primeiro passo no sentido do autoconhecimento.

Em muitos casos, somos extremamente críticos de nós mesmos. Cobramos de nós posturas e atitudes que observamos noutras pessoas. Desvalorizamo-nos, esquecendo-nos das nossas potencialidades. É extremamente desastrosa essa situação e o reflexo é o aumento da nossa dependência, a nossa projeção nos outros, o que nos coloca num circulo vicioso, aumentando a nossa dependência e assim por diante. Resultado: ficamos cada vez mais aprisionados pelas forças que vem de fora.

Nos relacionamentos afetivos essa situação é uma tragédia, pois gerando a dependência, o mais forte se torna dominador do mais fraco e a relação se torna um inferno.

Atenção pais e professores: estimulem seus filhos e seus alunos e educar sua autoestima para que amadureçam no tempo certo, descubram suas qualidades e suas fraquezas. E aprendam a conservá-las (no caso das qualidades) e a transformar as fraquezas em forças (no caso das vulnerabilidades).

Autoconhecimento rima com estudo, diálogo, franqueza, liberdade, respeito, verdade, ética, simplicidade...

As demais coisas boas vêm por acréscimo e a tempo.


Imagem: Google.


CONSAGRAÇÃO À NOSSA SENHORA APARECIDA NA VOZ DO PADRE VITOR COELHO DE ALMEIDA


Vídeo: YouTube

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

PENSAR NO FUTURO


Falam que o futuro não existe, que pensar nele exige de nós um dispêndio desnecessário de energia e que interessa mesmo é viver o presente. E o passado? Esse então nem pensar... Então, resta-nos viver o presente. O presente é um “presente”, isto é, um prêmio, ou oportunidade para continuar vivendo, ou reinventá-la caso algo esteja dando errado.

Vem então a questão: qual o sentido da vida? Simplesmente viver o presente? Para quê estudar? Para quê planejar a curto, médio e longo prazos? Para que cuidar da saúde? Fazer uma poupança? Adquirir bens? Pensar nos filhos? Não são essas coisas que todos nós fazemos? Não é o que dizem professores, psicólogos, filósofos, autores de autoajuda, formadores de opinião, enfim?

Achamos que é conveniente, sim, pensar no futuro... Não com ansiedade doentia, mas com prudência e moderação.

Pensar no futuro é acreditar que ele vai chegar inexoravelmente... E quando menos se espera.  O tempo passa célere, especialmente quando se tem um nível de atividade intenso, o que é característico dos tempos atuais.

Pensar no futuro é não pensar que o mundo vai acabar amanhã de manhã. Quem assim pensa tem a preocupação de fazer tudo hoje. Não tem paz, É ansiedade pura. Cobra-se demais, não tem foco, tudo é superficial. Alimenta-se vendo TV, teclando no tablet ou no smartphone... Há casos de pessoas que não se lembram do que comeu no almoço ou no lanche da tarde, tal o desespero de fazer coisas, pois não há tempo a perder.

Não deve ser assim. É preciso repensar as posturas e se inspirar na “pedagogia do caracol”, como escreveu de forma fenomenal o educador e escritor Rubem Alves.

Hoje, a única coisa que não muda é a mudança, portanto, atenção a esse item, pois mais do que nunca não basta apenas a informação. É preciso a formação. Informar-se é estar por dentro dos acontecimentos, Formar-se é compreender HáHáaaaaa
as causas e os efeitos dos fatos que marcam a história presente. Em outras palavras, estudar e preparar-se para o futuro.

O futuro é algo que se constrói no presente, A informação é superficial, volátil. A formação é profunda, perene. A chave do sucesso no futuro é o foco no estudo, na leitura, na desconstrução e reconstrução dos fatos.

A tecnologia da informação que cada vez mais está ao alcance da mão não pode ser apenas um acessório para ostentação e atração dos assaltantes, mas uma ferramenta para obtermos a informação e a formação. É a vinda das fontes à nossa mão. É como se a biblioteca estivesse à nossa disposição num simples click. E atenção para o bom uso dessa tecnologia. Ela é para somar, facilitar, construir, não para o mau, para o crime, para as banalidades.

Fechando o assunto: vamos pensar no futuro, pois ele existe sim. E chega rápido, abraça e acolhe os preparados e não perdoa aqueles que simplesmente “viajam na maionese”.



Imagem: Google.

COISAS DA VIDA... (UMA VELHINHA LUTANDO PELOS SEUS DIREITOS ... NUM ÔNIBUS LOTADO)



Histórias envolvendo pessoas idosas, histórias tristes, alegres, engraçadas pululam na internet e também no dia-a-dia.

A partir da publicação do Estatuto do Idoso, que consagrou os direitos fundamentais a pessoa idosa e a tomada de consciência tanto da sociedade quanto das próprias pessoas idosas, a respeito desses direitos.

Não vamos discutir a ideia de valor a respeito do grau dessa conscientização e do caminho a ser percorrido para que o bem estar do idoso seja pleno e que as noticias tristes não mais aconteçam.

Mas que tem fatos engraçados, ah! Isso tem! E todos conhecem pelos um caso... Vamos relatar o nosso.

Imaginemos a cena: cidade de médio porte do interior... Horário de pico do final do dia, ônibus no sentido centro-bairro absolutamente lotado... Gente saindo pelo “ladrão”.

Os bancos reservados para os idosos e PNEs (Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais) ficavam atrás da roleta.

O ônibus parado e o motorista, certamente já acostumado com a rotina do horário, aguardava pacientemente os passageiros entrarem. O cobrador , ao contrário, gritava desesperadamente para todos que estavam em pé dessem o famoso “pacinho para trás”.

Lá fora, no final da fila, uma senhorinha começava a reclamar.

- Eu vou entrar nesse ônibus e estou vendo que no meu lugar tem uma moça sentada. Não me interesse ela vai ter que sair.

Verdade, Num dos bancos reservados para os idosos e PNEs estava uma jovem com muitas sacolas (pareciam de roupas e sapados. Várias). E a senhoria falando para os quatro ventos que sentaria no lugar dela.

E gente entrando no ônibus... Depois de quase meia hora, quase o tempo do trajeto normal da linha, eis que a nossa personagem principal apresenta ao cobrador o seu cartão de idosa e avisa. Lentamente o ônibus recomeça lentamente a viagem

- Cobrador, avise aquela moça que eu quero o meu lugar. Não interessa... Eu conheço a lei.

O cobrador, aliviado, pois todos os passageiros estavam embarcados. Mas tinha ainda um abacaxi para descascar: tirar a moça do banco para a senhorinha sentar. Fez isso com muito jeito. E a moça, com “cara de paisagem” e que estava no banco da janela, iniciou o “difícil” movimento de sair do banco, atropelar os passageiros que estavam em pé, com seus pacotes...

E eis que o lugar foi desocupado e ela se sentou, respirou fundo e ainda falou...

- Eu não disse? Esse lugar é meu! Eu conheço a lei...

Não agradeceu à moça (certamente muito p... da vida e constrangida por ter cometido a gafe). Nem se ofereceu para ajudá-la a segurar alguns de seus pacotes.

Ela tinha nas mãos apenas uma sacola de supermercado, com umas poucas coisas... Coisas da vida!

  
Imagem: Google.




terça-feira, 7 de outubro de 2014

PUNHOS FECHADOS OU MÃOS ABERTAS


Haja controvérsias... Não queremos entrar em méritos psicológicos, pedagógicos, filosóficos, sociológicos, religiosos e outros que tais... Apenas uma contribuição...

Punhos cerrados (ou fechados) lembram vitória, poder, persistência, força. Assim procedem as grandes pessoas, os grandes líderes, políticos, os safados... Foi muito comum gestos como esses registrados pela mídia, quando registravam pessoas proeminentes da sociedade brasileira, entram ou saindo das prisões, por determinação da suprema justiça. Punhos fechados, imagens lindas, ganharam conotações negativas... E fazem nos lembrar das pessoas egoístas, fechadas em si mesmas, centralizadoras... Aquelas que não sabem dar, oferecer, ajudar...

Mãos abertas nos levam às imagens opostas. Mãos abertas são aquelas que oferecem, que ajudam, que acolhem.

Mãos abertas podem gerar idéias (e isso é real) de prodigalidade, aquelas pessoas que nada retém, tudo dá. Pessoas pródigas não podem assumir responsabilidades legais, como casamentos ou compra de imóveis. São impedidos pela justiça que lhe negam a maioridade, a maturidade.

Deixando esse lado à parte, mãos abertas são muito mais importantes e necessárias que ou punhos cerrados ou fechados. Pessoas simpáticas, empáticas, alegres, amigas, não conseguem viver com os punhos fechados.

Da mesma maneira, pessoas arrogantes, egoístas, antipáticas, ridículas, presunçosas, nojentas, pedantes, esnobes, prepotentes, não conseguem abrir as mãos para oferecer ou acolher pessoas.

Punhos fechados não cumprimentam pessoas. Os lavradores não semeiam nem colhem. Não acariciam... Nas piscinas se transformam em “cabos de martelo” e o destino é fundo.

Mãos abertas abrem portas, cuidam, amam, semeiam, colhem... Fazem amigos, portanto, correm menos riscos de sofrerem de solidão.

É certo que não devemos ser pródigos, pois precisamos nos preparar para o futuro.

Vamos terminar com o ensinamento do arquiteto e escultor argentino, ativista dos direitos humanos, Prêmio Nobel da Paz de 1980, Adolfo Perez Esquivel:
“...Não se pode semear de punhos fechados”



Imagem: Google.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

TER FÉ


A palavra fé vem do latim fides e do grego pistia e significa a firme opinião de que algo é verdade, sem necessidade absoluta de comprovação. Fé é acreditar, sem contestação, sem argumentos contrários. Essa é a definição histórica, constituída e incorporada ao longo do tempo, num tempo em que o mundo evoluía muito lentamente.

A fé, com conotações fortemente religiosas, era dominada por instituições e classes sociais que impunham suas verdades a partir dos seus interesses.

Porém o próprio contexto histórico a partir de certo momento começou a mudar e de forma cada vez mais rápida, graças aos avanços tecnológicos, das comunicações, e das mentalidades. Com isso as classes dominantes deixaram de ser perenes no poder, bem como os seus interesses.

E à medida que História se aproximou dos tempos contemporâneos, as mudanças passaram a ser cada vez mais radicais. Hoje, as realidades do mundo, com certeza levariam à loucura as classes dominantes do passado.

A fé continua a mesma... Mas suas dimensões são outras, mas amplas, mais humanas... Céu e inferno nunca deixaram e nunca deixarão de existir, mas ganharam novos espaços e concepções, pois as leis da física e da astronomia permitem ao homem ver para além dos limites possíveis do universo.

Já com os pés no chão, no nosso planeta terra, aqui o certo é que precisamos ter fé. A religião, a crença em Deus, seguir sua doutrina e suas regras é fundamental para uma vida em equilíbrio entre corpo, mente e alma.

Porém, tão importante quanto é a fé em si mesmo, nas pessoas, nas leis. Especialmente fé renovada na vida a cada dia que renasce.  A vida precisa ter sentido, significado. Antes de tudo crer...

É lógico, que também são necessários cuidado, parcimônia e adaptação à realidade em que vivemos. Por exemplo: deixar as portas da casa escancaradas e acreditar que nada será roubado. Outro exemplo: falar o que desejar de tudo e para todos e esperar que nenhuma reação aconteça por parte das pessoas. Parcimônia, cuidado, prudência.

Fé na vida, com os necessários cuidados...  Com maturidade... Com consciência de que cada ação gera uma reação, tanto positiva, quanto negativa.

Viver não tem sentido sem a fé. Do escritor Tolstoi temos o seguinte ensinamento: “A fé é o combustível da vida”.


Imagem: Google.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

A CHUVA


“Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite”.
Clarice Lispector

Chuva... Ah! A chuva... Quantos mistérios, mitos e misticismos a envolvem.

Duplamente temida. Tão ansiosamente aguardada, tão real quando ausente, esturricando, queimando e destruindo vidas lentamente. Igualmente real no auge de sua força, quando compromete mais vidas, porta-voz da natureza em pânico ante a ação inescrupulosa dos humanos.

Poucos compreendem sua origem, onde nasce, para onde vai. Os meteorologistas se desdobram para explicá-la. Se a simplifica, fica reduzida à ausência ou presença (se o dia vai ser aproveitável ou não). Se a explicação é mais sofisticada ninguém entende.  Na TV, mais parece um jogo eletrônico com efeitos especiais. (Dizem que os meteorologistas vivem de vento!...)

Ninguém a menospreza, pois é absolutamente necessária. É fonte de vida em todas as suas formas. É democrática, pois abençoa a todos os humanos em absoluta igualdade. Que belo exemplo! Mas são os pequenos, os vulneráveis, os enfraquecidos, os excluídos que mais sofrem tanto na sua presença quanto na sua ausência. Nas secas dos sertões, aqueles humanos enfraquecidos pouco aparecem na mídia, só mesmo quando começam a morrer de sede, depois que suas plantas e animais já se foram.

Quando a natureza se revolta e a chuva vem com força, novamente sofrerão as agruras os pobres enfraquecidos e vulneráveis da periferia. Agora mesmo, com a seca nas grandes cidades quem são os primeiros a não terem água para suas necessidades básicas? Os pobres da periferia.

A chuva vem ou falta para todos. São os humanos que fazem a sua distorção... A chuva é divina. Ela é fonte de inspiração poética... Pois ela vem também para lavar as almas, e provocar encontros e desencontros, impossíveis. “...Até as pedras rolam”...

Ela apaga os incêndios... Na noite escura aproxima os amores, aplaca os rancores, os ódios, os temores, os desamores... A chuva também pertence aos pensadores e escritores, como Henry Miller:

“Alguns pressentem a chuva, outros se contentam em molhar-se”.

Chuva e vida, vida humana e chuva... Simbolismos...  A chuva e suas características, regras da natureza, sob as leis da física. A vida e suas nuances, imprevisibilidades, o humano e suas suscetibilidades, pessimismos, otimismos, alegria e medo... Do escuro? Do desconhecido? Ou da solidão?

Ah! A chuva... Quando mansa e democrática, como faz falta!


Imagem: Google.


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

DESCRUCIFICAR


Mais uma vez trazemos para este blog as palavras firmes, autênticas, mas serenas e sinceras do Pe. Zezinho (foto):

“Um cristão só se torna importante quando se importa e quando abre a porta que dá para o mundo. Não se fecha, abre-se. Não se isola, participa. Não se deixa encurralar e sitiar e também não sitia nem encurrala. Dialoga e importa-se. Não crucifica, descrucifica!”

O texto, publicado no Portal Paulinas, no último sábado, 27 de Setembro de 2014, segue discorrendo sobre sua opinião a respeito do como ser um verdadeiro cristão.

Destacamos com o excerto acima no qual chama  nossa atenção a palavra “,,,descrucifica”, de descrucificar, algo que não tínhamos visto até então.,, De certo modo nos inquietou. Qual a mensagem dessa expressão?

A História registra que no Império Romano a crucifixão era o pior castigo para os criminosos ultra violentos ou inimigos do Imperador. Lembremo-nos do famoso líder dos escravos Espártacus que foi preso, julgado traidor, morreu crucificado e seu corpo exposto numa das entradas de Roma. Os crucificados morriam não pela crucifixão propriamente dita, mas pela lenta e gradual asfixia, num prazo de até 18 horas. O suplicio era horrível.

Pensemos nisso: na suprema dor daquele que é crucificado!

Descrucificar nos leva a reflexão sobre o perdão. Temos uma forte tendência de culpar os outros pelas nossas falhas, pelos nossos defeitos, pelos nossos fracassos, pelas nossas carências. E não raro, escolhemos os mais vulneráveis ou aqueles que mais nos incomodam pelo brilho pessoal, pelo sucesso ou pela capacidade de superação. Crucificamos pessoas, muitas delas inocentes.

Em Roma Espártacus foi crucificado por liderar uma revolta de escravos e gladiadores que eram obrigados a lutar até a morte para divertimento da classe rica de Roma, inclusive o Imperador. Jesus Cristo foi crucificado, historicamente, por contrariar os interesses dos sacerdotes do templo. Eram inocentes.

Descrucificar é repensar os nossos processos de julgamento das pessoas. Julgar, fora dos trâmites legais, por si só já é um crime. Mas ele é inerente à nossa formação. Julgamos, ou pré-julgamos, em nosso pensamento e, no menor descuido, ele escapa pela voz e cometemos injustiças.

Não só o bom cristão deve descrucificar, mas todas as pessoas. O perdão alivia tanto o perdoado como aquele que perdoa. É um dos passos para a paz, paz na sociedade, paz dos relacionamentos, paz de alma e coração.

É o caminho mais curto para virar a pagina daquilo eu não interessa do passado.


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