quarta-feira, 1 de outubro de 2014

DESCRUCIFICAR


Mais uma vez trazemos para este blog as palavras firmes, autênticas, mas serenas e sinceras do Pe. Zezinho (foto):

“Um cristão só se torna importante quando se importa e quando abre a porta que dá para o mundo. Não se fecha, abre-se. Não se isola, participa. Não se deixa encurralar e sitiar e também não sitia nem encurrala. Dialoga e importa-se. Não crucifica, descrucifica!”

O texto, publicado no Portal Paulinas, no último sábado, 27 de Setembro de 2014, segue discorrendo sobre sua opinião a respeito do como ser um verdadeiro cristão.

Destacamos com o excerto acima no qual chama  nossa atenção a palavra “,,,descrucifica”, de descrucificar, algo que não tínhamos visto até então.,, De certo modo nos inquietou. Qual a mensagem dessa expressão?

A História registra que no Império Romano a crucifixão era o pior castigo para os criminosos ultra violentos ou inimigos do Imperador. Lembremo-nos do famoso líder dos escravos Espártacus que foi preso, julgado traidor, morreu crucificado e seu corpo exposto numa das entradas de Roma. Os crucificados morriam não pela crucifixão propriamente dita, mas pela lenta e gradual asfixia, num prazo de até 18 horas. O suplicio era horrível.

Pensemos nisso: na suprema dor daquele que é crucificado!

Descrucificar nos leva a reflexão sobre o perdão. Temos uma forte tendência de culpar os outros pelas nossas falhas, pelos nossos defeitos, pelos nossos fracassos, pelas nossas carências. E não raro, escolhemos os mais vulneráveis ou aqueles que mais nos incomodam pelo brilho pessoal, pelo sucesso ou pela capacidade de superação. Crucificamos pessoas, muitas delas inocentes.

Em Roma Espártacus foi crucificado por liderar uma revolta de escravos e gladiadores que eram obrigados a lutar até a morte para divertimento da classe rica de Roma, inclusive o Imperador. Jesus Cristo foi crucificado, historicamente, por contrariar os interesses dos sacerdotes do templo. Eram inocentes.

Descrucificar é repensar os nossos processos de julgamento das pessoas. Julgar, fora dos trâmites legais, por si só já é um crime. Mas ele é inerente à nossa formação. Julgamos, ou pré-julgamos, em nosso pensamento e, no menor descuido, ele escapa pela voz e cometemos injustiças.

Não só o bom cristão deve descrucificar, mas todas as pessoas. O perdão alivia tanto o perdoado como aquele que perdoa. É um dos passos para a paz, paz na sociedade, paz dos relacionamentos, paz de alma e coração.

É o caminho mais curto para virar a pagina daquilo eu não interessa do passado.


Imagens: Google.


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