quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A IMPROVISAÇÃO COMO A ARTE DA SOBREVIVÊNCIA

A arte de viver pode ser considerada a arte de planejar, de prever o futuro, de buscar uma meta, um objetivo, a realização pessoal e profissional.

Porém, na prática, no cotidiano, não temos a certeza, ou a garantia, de que tudo vai sair conforme o planejado. A vida é plena de surpresas, intercorrências, pois é humana e foge ao âmbito da ciência.

Muita coisa dá certo... Por isso vale a pena planejar e se preparar para o futuro. Muita coisa dá errado, nos pega de surpresa e exige de nós a arte do improviso.

Sim, improvisar também é uma arte, pois é quando somos instados a solucionar problemas a partir do nada, começar do “zero absoluto”, sem nenhum preparo prévio.

Futebolisticamente falando, arriscamos a dizer que a seleção brasileira de futebol, e por extensão, todos os grandes times, estão fracassando porque os jogadores estão perdendo a capacidade de exercer a arte de improvisar. Os jogos são chatos, as jogadas previsíveis, com muito vigor físico, muita correria, muita técnica e pouca ou quase nada criação e improviso.

Assim, também, está acontecendo no mundo pós-moderno: muita correria, tudo cronometrado, muito exercício e pouca arte. Os problemas são resolvidos à base dos manuais e das pesquisas na internet. Não há diálogo olho-no-olho, não há ombro amigo, calma, silêncio, escuta. Tudo é superficial.

E nesse mar de superficialidade, com certeza, vencerá (ou sobreviverá) quem tiver mais capacidade de improvisar, de escutar, de encontrar saídas honrosas e criativas para os incontáveis problemas que a vida nos apresenta.

Surgem os estresses, as depressões. São doenças inicialmente consentidas, pois têm origem nos problemas cujas soluções não estão nos manuais nem na internet... São problemas essencialmente humanos, inerentes a cada pessoa... Podem ter soluções genéricas, mas individualizadas. Quando não resolvidos dão inicio ao círculo vicioso da carência afetiva, que gera solidão, que gera tristeza, que gera estresse, que gera depressão... E outras tantas coisas, enfim, contrárias à vida.

Pois, então, é preciso rever e repensar tudo isso. A derrota para a Alemanha, na Copa de 2014, todo mundo fez questão de esquecer. Os seus ensinamentos estão aí... Como a vida... Vê-la com outro olhar, mais calmo, mais de escuta, para que a arte do improviso possa se manifestar.

É necessário, finalmente, canalizar a adrenalina para a solução dos problemas, não para as “paradas cardíacas” que matam...



Imagem: Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário