segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

AS BLACK FRIDAYS E A ÉTICA



Na semana passada o mundo inteiro e particularmente o Brasil aconteceu no Brasil no âmbito do comércio de varejo as “Black Fridays”, durante a qual as lojas ofereceram ao público produtos com descontos convidativos.

As “Black Fridays” surgiram nos Estados Unidos a partir de 1975, quando o comércio varejista passaram a oferecer produtos a preços menores, num único dia do ano, a sexta-feira após o dia de “Ação de Graças”, que ocorre na 4ª quinta-feira de Novembro. Elas eram uma tentativa dos comerciantes de melhorarem o desempenho das vendas, “desovarem” os estoques e saírem do vermelho (negativo) e passarem para o preto (positivo).

No Brasil foram adotadas em 2010 e se tornaram um sucesso por aqui. Neste ano  muita gente foi às compras e se “realizaram”, adquirindo os produtos da moda, sonhos de consumo engendrado pela mídia, tanto as ligada ao marketing, que intensificaram as propagandas, fazendo uma espécie de lavagem cerebral na população, quanto a jornalística, que fazendo coro ao marketing, noticiaram com intensidade o evento.

Sucesso absoluto em alguns lugares... Sucesso parcial em outros... Decepção em outros mais.  Muitas lojas venderam muito... Outras nem tanto e outras quase nada...

A mídia silenciou... (Justiça seja feita: parte dela repercutiu o evento e abriu espaço para manifestações do público). Página virada, ninguém mais tocou no assunto. Tal silêncio fez com que o grande engodo fosse esquecido. Parece que o povo, ou o consciente coletivo, tem memória curta.

E as perguntas, especialmente nas cabeças mais críticas, não cessam de martelar. Quais as razões dos sucessos e fracassos das “Black Fridays”?
É a não transparência ou a falta de ética? Aliás, é muito difícil se falar em ética quando se trata de Capitalismo Consumista que tem no lucro a qualquer custo a sua razão de ser, a razão de ser de sua “ética”.

Logo no inicio de Dezembro, semana passada, portanto, denúncias deram conta de aumentos abusivos nos preços dos produtos nas lojas, fazendo com que os descontos oferecidos, mal atingissem os preços originais. Quer dizer, não houve desconto coisa nenhuma. Houve, sim, mais ganhos por parte dos comerciantes.

Pobre do povo, especialmente o povo humilde... (ou bem-feito). Mais uma vez enganado e “levado no bico”, como incautos, ou bois conduzidos aos matadouros. Total falta de ética, Aproveitadores!

Há indícios que nos Estados Unidos eles levam a sério a proposta original...

Resta a questão do livre arbítrio e o direito de escolha (consumir ou não consumir), incontestáveis... Mas, e o engodo, pode?

Até quando vamos assistir tais descalabros, entre tantos outros que “assolam” o país e o deixa sem perspectivas para o futuro, pois na base de tudo está a nossa mal fadada educação (em plena era do conhecimento!)



Imagem: Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário