domingo, 21 de dezembro de 2014

ELE E A SOLIDÃO


Não, ele não lamenta a solidão em que vive, por livre e espontâneo querer. A solidão o deixa triste, sim! Mas a solidão o permite ser ele mesmo. A solidão o liberta, pois ele pode pensar, ele voa por lugares nunca antes imaginados.

Ele, o solitário, pode caminhar os seus próprios caminhos, frutos de suas próprias escolhas. Ele busca os sons que gosta de ouvir, e os encontra. São melodias que o conduzem aos universos dos sentimentos, universos nos quais pode perceber luas, planetas brilhantes e estrelas que cintilam apenas para ele!

O solitário, paradoxalmente, dialoga com ele mesmo e com as coisas que estão em seu derredor, especialmente as plantas de seu jardim. Ele se questiona... E sabe que não há culpa nem culpados... Ele se compreende e sabe que há um tácito perdão... Uma indelével emoção no seu diálogo, na reconciliação com o seu passado.

A solidão o faz crescer, como gente, como ser humano... A solidão o permite desconstruir e reconstruir os seus sonhos... Ele amadurece... Porém, não é uma operação calma e tranqüila. Dói (e muito!), como um parto. Ele chora... Lágrimas de sangue que brotam do recôndito de sua alma.

Pensa em Deus... Será que Deus existe para um homem solitário? Sim, Deus existe, pois só Ele conhece o lugar onde o homem (e todos os homens) vive a sua solidão!

O seu amadurecimento o faz concluir que a solidão total é impossível.  Nem Deus quer isso para seus filhos. Os seres humanos não foram criados para viverem sós, e sim para a convivência, para o grupo, para a família, para a sociedade.

Então, movido pela saudade, o solitário concorda... A solidão é triste!



Imagem: Google

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