terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

CIÊNCIA E FÉ



Nós não damos conta, mas convivemos cotidianamente, diariamente, com o confronto entre a ciência e a fé.

As rádios que transmitem em AM são quase todas dedicam suas programações a temas religiosos, pois, pertencem à instituições afins. Muitas “FMs” também. E os temas dessas transmissões invariavelmente são os “milagres” que podem acontecer em nossa vida pelo poder da fé. Nesse momento a fé esbarra na ciência.

A Igreja católica, como instituição milenar, toma cuidados maiores para aceitar um milagre e para isso recorre à ciência. Se esta não explica o acontecido, principalmente as curas, oferecendo as situações limítrofes, a Igreja Católica toma para si a responsabilidade de considerar aquela cura como um milagre. Esse processo dura anos, até séculos. Não é assim tão instantâneo.

Durante séculos os teólogos faziam a Igreja a pregar que a terra era o centro do universo, tendo como base os ensinamentos de Ptolomeu (90-168)m e porque, também, e tal não poderia ser diferente, Deus escolheu esse planeta para fazer nascer nele seu filho, feito homem. Esse conflito custou o julgamento inquisitorial de Galileu Galilei, que com seus cálculos cosmológicos afirmava o contrário: a terra era apenas um corpo celeste que girava em torno de uma estrela, o sol. Só não foi condenado, pois, renegou suas afirmações, reafirmando-as depois. Hoje, Galileu está oficialmente livre das suas acusações.

A encrenca entre ciência e fé, hoje se mantém, ainda que mais amena. A ciência cuida dos fatos, dos eventos testáveis em laboratório ou por cálculos matemáticos. Cuida, também, dos fenômenos físicos naturais e biológicos, estes relacionados à vida. A ciência investe seus conhecimentos para desvendar os mistérios da mente humana e das profundezas do universo infinito. Mas várias vezes, por várias vozes, têm afirmado os seus limites. Após tais limites, os conhecimentos são transferidos para a fé.

A fé vem de uma religião e busca a essência das coisas. Está acima da ciência, mas não pode desprezá-la. Uma descoberta que prove uma verdade definitiva precisa ser aceita pela fé, mesmo que contrarie a religião que pertence.

A fé é tão essencial quanto a religião é essencial. Ela humaniza o ser humano, tornando-o, mas afável, mais acolhedor, mais amigo, mais, altruísta. A ciência pura e simples pode tornar o ser humano mais árido, mais arrogante, mais senhor de si, mais egoísta, menos acolhedor, menos amigo, menos altruísta, menos humano.

Fé e ciência caminham juntas, estão presentes em nossa vida. Se não damos conta disso, seria bom perceber que seus conhecimentos somados (e com a nossa participação), podem fazer um mundo melhor.



Imagem: Google

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