sexta-feira, 31 de julho de 2015

A LUA (AZUL) DOS ROMÂNTICOS


A terra é azul!” Bradou Yuri Gagarin, o  primeiro astronauta a observar o planeta do espaço... A lua também é azul...

É que  neste 31 de Julho um fenômeno que se repete a cada dois anos e sete meses, volta a acontecer: duas luas cheias no mesmo mês. Depois só em Janeiro de 2018.

A origem dessa expressão é controversa. As sugestões são muitas, mas a mais insistente é que provavelmente tenha surgido na Idade Média, quando a lua era vista azulada, provavelmente devido a partículas decorrentes de erupções vulcânicas suspensas na atmosfera e que influenciavam na coloração do brilho lunar.

Teorias à parte, a lua está linda... A foto acima foi feita às 21hs e 45 minutos do dia 30 de Julho, em meio à num bairro de poucos prédios, em São José dos Campos-SP.

Hoje, a lua, já visitada por seres humanos, já não chama mais a atenção das pessoas, especialmente as mais jovens... Entretanto, ainda é fonte de inspiração para os românticos mais antigos...

Admirar a lua e imaginar momentos e amor é um diferencial humano. O romantismo também é um diferencial humano. Tem a ver com os sentimentos, com a valorização da alma, do amor...

O romantismo ocupou um lugar significativo na história da humanidade, na arte na literatura, no teatro, na filosofia... E produziu importantíssimas obras que se tornaram clássicas e indispensáveis ao conhecimento dos pósteros.

Portanto, ser romântico é estar acima das banalidades, dos iguais, é ser diferente. Quem é romântico, não só admira o brilho da lua, como nele se inspira para escrever, falar e sentir o amor... Quem é romântico aproxima-se da compreensão dos sentimentos, das obras de arte... Valoriza a tristeza dos outros, suas lágrimas, seus silêncios. Respeita as liberdades, as opiniões... Sabe dialogar...

Não que essas posturas não estejam presentes nas gerações atuais, porém, estas são muito mais imediatistas, hedônicas, práticas, consumistas... Estão plugadas, conectadas e têm pressa. Quem tem pressa não tem tempo para ver o belo, a arte, o sentimento. Isso são  coisas para românticos...

A lua já foi devassada, esquadrinhada, fotografada de todos os ângulos... Pisada, explorada... E continua mantendo os mistérios, os segredos que podem até explicar as origens do universo.  Por isso ainda é desafiadora.

Enquanto subsistir o romantismo a lua continuará inspirando poemas, serenatas e belas canções de amor. E arrancando, mesmo como lembranças de um passado que jamais voltará, profundos e apaixonados suspiros.



Imagem: Google

quinta-feira, 30 de julho de 2015

A DERROTA SÃO PAULO EM BELO HORIZONTE (ECOS DOS 7 A 1?)

Alexandre Pato cabeceia e faz o gol em Victor. Foi o único gol do Tricolor no Mineirão (Foto Chiri/sãopaulofc.net)

Vamos mais uma vez meter o nosso bedelho nesse assunto...

A partida entre o São Paulo Futebol Clube e o Clube Atlético Mineiro, nesta quarta-feira, dia 29 de Julho de 2015, caracterizou-se por um time jogando bem, no caso o São Paulo e o outro fazendo gol, segundo a imprensa especializada.

Dá o que pensar... Por que um time joga bem, mas não faz gol e o outro, embora na ponta da classificação se mostra inferior, mas é o que faz gol?

É o retrato atual do futebol brasileiro: sem capacidade de reação... Os times são treinados para fazer o mínimo. É ruim falar de “antigamente”, é o jeito, pois não há como não fazer comparação.

Hoje o futebol é burocrático, científico, treinado à exaustão, condicionado. Aliás, é essa a expressão mais comum no meio futebolístico: condicionamento físico. Como os jogadores são preparados como produto de exportação.

O São Paulo entrou em crise porque não conseguiu produzir uma “safra” suficiente no ano passado para completar seu orçamento.  E nesse ano, já vendeu vários jogadores para garantir a receita anual, desorganizando o time. Ficando o técnico Osório com o “abacaxi”  nas mãos.

Voltando à preparação física, percebemos que os atacantes do São Paulo não tinham pernas suficientes para concluir as jogadas cruciais diante do gol do Atlético. Pareciam exauridos... (ou treinados à exaustão!).

Quem não faz, toma! É o jargão comum no futebol... Foi o que aconteceu com o time do São Paulo... O Atlético continuou inferior, mesmo depois de ter marcado três gols.

A preparação física, ou melhor, o condicionamento, está matando o futebol brasileiro, se é que ainda não morreu. O futebol é profissional, marcado, ensaiado, sem alegria... É isso mesmo, está faltando a alegria em campo para criar, mostrar os jogadores as habilidades inatas, próprias do brasileiro.

No passado era assim: a criatividade era mais importante que o condicionamento físico. O técnico orientava no sentido de mostrar o melhor caminho em campo, e o jogador era livre para improvisar, criar alternativas para se livrar do seu marcador.

Os times não temiam tomar gols, pois tinham a confiança que marcariam os gols para vencer as partidas. O São Paulo, nesse jogo, não teve a capacidade de superação, muito menos habilidade e criatividade.

Foi o São Paulo que perdeu... São os ecos dos 7 a 1, na copa do ano passado.

Abaixo o condicionamento!... Arriba a alegria e criatividade!... E a capacidade de superação!...



Imagem: Google

quarta-feira, 29 de julho de 2015

SÍNDROME DE BURNOUT

Quando chega o cansaço, o desânimo, a tristeza, a vontade de se recolher... Quando a segunda-feira torna-se um tormento... Quando a sexta demora em chegar... Quanto se retorna das férias e os problemas voltam juntos... Quando a irritabilidade se torna sua característica principal... Quando ninguém consegue ficar muito tempo por perto... Quando a harmonia na equipe, na família, no circulo de amizade deixa de ser a característica principal... Tudo isso significa que uma luz amarela ou vermelha está acesa e é hora de buscar ajuda, pois está presente a Síndrome de Burnout...

A Síndrome de Burnout, também conhecida como “Síndrome do esgotamento profissional” foi descrita pela primeira vez pelo médico americano Herbert J. Freudenberger (1926-1999), em 1974, a partir de sua própria experiência de vida. Desde então tem sido estudada por inúmeros cientistas de várias especialidades, tornando-se um tema multidisciplinar... É um transtorno psíquico, muito confundido com stress e ou depressão, em razão das similaridades dos sintomas.

A expressão em inglês “burnout”, (junção de queimar e fora) significa “exaustão”, “estar exaurido”, literalmente “esgotado”, “queimado”.

Para o portador dessa Síndrome nada mais tem sentido: o trabalho, a família, os estudos, os amigos. É uma vítima da rotina, do trabalho em excesso (os workaholic’s), do relacionamento intenso e, principalmente do não recebimento do retorno esperado das expectativas da vida profissional, das pessoas, do sucesso almejado, do reconhecimento, enfim...

Acaba vontade de se dirigir ao trabalho, de estudar, de voltar para a casa...

Se a pessoa é chata, fica mais chata ainda! A irritabilidade fica a flor da pele. Os arrogantes mais arrogantes... As pessoas amáveis deixam de sê-lo... Os pais não suportam esposa e filhos... Os filhos se tornam desrespeitosos com os pais...  Padres e pastores têm dificuldade de conduzir seus liderados... Médicos, paramédicos, professores, soldados, bombeiros, enfermeiros, profissionais de TI, advogados, juízes, perdem o sentido do que fazem e da vida. A perigosa depressão (que mata!) bate à porta.

Sim, a Síndrome de Burnout tem solução! O primeiro passo é reconhecer os sintomas: negatividade, isolamento, isolamento, insônia, crises de asma, dificuldade de se concentrar, enxaqueca, gastrite, sudorese, medos, autoestima baixa, dificuldade de interação. O segundo passo é fazer uma revisão de vida, principalmente de como está vivenciando a vida profissional. O terceiro passo é procurar ajuda externa de profissionais competentes e responsáveis...

O quarto passo é seguir as orientações desses profissionais, pois na certa haverá tratamento com antidepressivos e ansiolíticos e sessões de psicoterapia.  

Mas é possível prevenir o aparecimento dessa Síndrome: através do autoconhecimento, do reconhecimento dos sintomas, na manutenção de atividades extra-rotina, especialmente das que mais gosta... Ler muito, trabalhar o necessário, dormir o suficiente e fugir do álcool  e das drogas.

Portanto, é essencial conhecer para prevenir.



Imagem: Google

segunda-feira, 27 de julho de 2015

RECÉM-NASCIDOS

(A pessoinha da foto é Rebeca, nascida a 16 de Julho de 2015)

É sempre uma grande alegria a chegada de uma nova pessoinha... Recém-nascida... Nem é preciso falar das emoções, das expectativas, das angústias, dos sofrimentos, especialmente da mãe, que conviveu com ela no ventre por meses a fio. Quase 40 semanas... Dia após dia...

Fruto do amor, uma criança recém-nascida é, sem dúvida, um exemplo do milagre da vida, do milagre próprio do amor, da presença divina entre nós... Um mistério, ainda que a medicina possa acompanhá-la pari-passu o seu desenvolvimento intrauterino.

A filosofia, de maneira simplista,  nos ensina que uma criança recém-nascida é uma “tábua rasa”, isto é, intelectualmente está limpa, nada possui e tem tudo para aprender e apreender. É um ser “a vir-a-ser”... Mais um mistério, pois não sabemos o quê ou quem ela será.

Seus pais esperam dela o melhor possível. Colocam nela suas esperanças, seus sonhos... Em muitos casos os seus próprios... Mas sabemos que um ser humano é composto de três grandes partes: a herança genética de seu pai, a herança genética de sua mãe e uma parte que é dela própria, colocada nela pela natureza ou por Deus.

O futuro do recém-nascido será determinado pela junção desses fatores mais as condições de vida que terá no seio de sua família, do tipo de relacionamento que vivenciará e especialmente do equilíbrio emocional de seus pais, ainda que por circunstâncias específicas, passem a viver separados, pois essa é a condição da família hoje em dia.

Os seres humanos, ao contrário dos animais, são extremamente dependentes de seus pais... Por longos anos necessitam da presença deles, às vezes, pela vida inteira. Nos casos normais em que os filhos saem de casa nos tempos corretos, permanecem os laços familiares...

Os pais têm enorme responsabilidade na formação dos seus filhos. O que acontece no relacionamento, nas posturas, nos usos e costumes determinam as posturas, os usos e costumes e a maneira deles se relacionarem em sociedade. É o processo educativo que deve ser complementado na escola.

Os recém-nascidos são esperanças. Podem ser decepções... Mas é a esperança que conta. E somos o que somos graças às nossas experiovivências positivas e negativas. Todas elas são válidas, quando utilizadas como aprendizados.

Não nascemos bonitos... (Esta não é a opinião de nossos pais). A beleza vem com o tempo... Então, sim, eles se tornam “gracinhas”, “belezinhas” e fontes de alegria, animação e principalmente de esperança...

Recém-nascidos significam continuação da nossa espécie. Há a preocupação com a qualidade de vida do planeta... Como será a vida  quando nós, os mais velhos, pais e avós, não estivermos mais por aqui?

Como já disse alguém: devemos nos preocupar, também, com  qualidade dos filhos que estamos oferecendo ao planeta.



Obs.:
A foto de Rebeca foi feita por sua mãe, Bárbara.

domingo, 26 de julho de 2015

GENÉRICOS E SIMILARES

Expressões ligadas a medicamentos. O povo brasileiro é um grande consumidor de medicamentos, principalmente quando se trata de automedicação. Todos entendem de tudo...

É claro, lógico, que não podemos desprezar os coconhecimentos de pessoas antigas, vividas, que experienciaram a ação das ervas medicinais, que são, na verdade, a matéria-prima de grande parte dos remédios industrializados.

É preciso, porém,  equilíbrio... Sem exageros...

Uma historieta: uma senhora, acompanhando o marido acometido de “pedra nos rins” numa consulta com o nefrologista, indagou ao médico se não poderia dar ao marido um chá de cabelo de milho. O médico, sem se alterar emocionalmente, mas com grande dose de ironia, respondeu:
- Sim, a senhora pode dar a ele o chá de cabelo de milho. Ele não vai se curar das “pedras” e ainda ganhará uma gastrite.

Tratar de calculose renal é muito mais complexo...

Os medicamentos industrializados são exaustivamente estudados e testados. São pesquisados por institutos ligados a governos, por universidades e pelos próprios laboratórios. Demandam anos e anos de trabalhos e gastam incalculáveis quantias em dinheiro. Por isso são patenteados e se tornam propriedade de alguém...

É importante se ter a consciência de uma vez aprovados, os medicamentos deverão ser vendidos para as pessoas, hospitais  e governos, por um preço que num determinado prazo que seja razoável e que eles se paguem e gerem lucros para serem investidos em novas pesquisas.  Por isso alguns são extremamente caros e só ficarão mais baratos ao longo do tempo.

É assim que as coisas acontecem... Alguns governos “quebram” essas patentes ou indenizam os “proprietários” e passam a fabricar esses medicamentos localmente.  Assim nascem os “genéricos”. Os governos, numa espécie de ação social, assumem os custos de sua fabricação. Ou repassam para que os laboratórios nacionais os fabriquem, mediante uma licença e fiscalização oficial.

É muito dinheiro envolvido e imenso os interesses comerciais...

Por isso há a outra face nessa moeda: a pirataria. As fórmulas são copiadas por hackers e entregues a laboratórios que não participam e muito menos contribuem com dinheiro para as pesquisas, Assim nascem os similares. A custo 0 (zero)!

Acontece que os similares nem sempre são fiéis aos originais, ao contrário dos genéricos. Há na literatura médica dados dando conta que os efeitos colaterais inerentes a qualquer medicamento vão muito além dos descritos em sua bula. Alguns já chegaram a gerar câncer linfático.

Apesar de todas as dificuldades geradas pela desatenção oficial à saúde do povo (isso é uma questão de educação política), é melhor evitar a automedicação...

Estão corretos aqueles que preferem os medicamentos originais, de marca. Igualmente corretos os que buscam os genéricos com o “G” nas embalagens. Também corretos estão os que se utilizam dos medicamentos distribuídos pela rede pública e pelos programas governamentais.

Cuidado mesmo com os similares...



Imagem: Google

sábado, 25 de julho de 2015

segunda-feira, 13 de julho de 2015

DIABETES... DISCIPLINA... CONSCIÊNCIA PESSOAL E POLÍTICA


Segundo os especialistas em linguagem, sua origem e evolução, todas as formas de falar estão corretas: o diabetes, o diabete, a diabete, a diabetes...  A palavra vem do grego clássico e significava sifão. A relação é que a diabetes é uma síndrome em que o líquido não permanece muito tempo no corpo, sendo logo eliminado pelos rins.

De lado essa discussão e sem entrar no mérito científico e medicinal dessa doença, sentimo-nos impelidos a conclamar nossos visitantes a uma conscientização verdadeira a respeito desse monstro (um dos muitos...) que ataca silenciosamente a saúde de mais de 300 milhões de pessoas no mundo, grande parte no Brasil.

A diabetes precisa ser melhor conhecida pelo cidadão comum. Ela mata devagarzinho (e é uma ilusão existir alguém que deseja morrer lentamente, sem pressa). Ninguém quer isso, muito menos agonizar numa cama, gemendo de dores e vendo partes de seu corpo corroídas.

Um dado importante: quase 50% dos atos médicos, como urgências em Pronto-Atendimentos, cirurgias cardíacas, renais, hemodiálises, tem como causa primeira, ou de fundo, a diabetes.

Uma criança má alimentada, sem controle, com excessos de doces, se aos 11 anos for diagnosticada com diabetes, aos 35 ela já estará dialítica, isto é, fazendo hemodiálise...

Os médicos orientam, as revistas, os programas de TV, as páginas especiais dos jornais de grande circulação, a internet, fazem a o mesmo alerta... Mas a doença continua sendo ignorada.

É preciso conhecimento, consciência pessoal e disciplina.

A diabetes é uma doença multidisciplinar, pois afeta praticamente todos os órgãos do corpo humano. E tem que se tratada também de forma multidisciplinar, envolvendo todas as especialidades médicas, mais educação física, enfermagem, nutrição, odontologia, podologia... Todas são fundamentais. E educação. Esta precisa começar desde cedo. Uma criança que vê seu pai ou seu avô o tempo todo na cama, morrendo lentamente, não pode ter uma vida normal.

E a participação do doente é fundamental...

É muito mais barato prevenir do que tratar. Nisso as autoridades políticas têm que ser cobradas. Muitos Secretários de Saúde Municipais não são médicos (são indicações políticas). E os que são médicos, não têm a consciência necessária para planejar e atacar a doença nos seus inícios.

A diabetes é uma doença grave que compromete grandes somas no tratamento e a, também, a vida familiar. O diabético não é doente sozinho... A família fica comprometida. É bom pensar no assunto.

O assunto vai longe e o espaço é pequeno... Mas fica o alerta: diabetes se trata com disciplina, obediência, comprometimento, consciência pessoal, consciência política.

Depois... Não adianta chorar!



Imagem: Google

quinta-feira, 9 de julho de 2015

CONTAR ESTRELAS (OU AMAR PROFUNDAMENTE)


Parece estranho falar de romantismo hoje em dia, não? Em tempos de fast food, caracol não tem vez...  Em tempos “Velozes e Furiosos” contemplar estrelas é para “lunático” ou “doido varrido”...

Aliás, em tempos urbanos, os “urbanóides” para ver alguma coisa mais concreta no céu preciso deixar o seu habitat. Coisa difícil...

Pois, então, a expressão “lunático” é atribuído a um vacilo do filósofo Tales de Mileto, também grande matemático. “Conta-se que ele, ao ser conduzido para fora de sua casa por uma velhinha para observar os astros, teria caído num buraco. A velhinha teria comentado: ‘Tales, não consegues ver o que tens aos pés e desejas conhecer o que está no céu’?”. Daí esse apelido.

Olhar para o céu, contemplar ou contar estrelas, pode, sim, ser coisas de “lunáticos”, mas tem tudo a ver com o ser humano, sua pequenez diante de um Criador capaz de tamanha façanha, construir algo inatingível, mas que evoca os mais profundos sentimentos de gratidão, de maravilha, de amor, de romantismo, de poesia, de filosofia...


Uma linda obra da discografia brasileira é um sinônimo desse encantamento. Chama-se  “Estrela do Mar”, composta por Paulo Soledade e Merino Pinto, gravada por Dalva de Oliveira, Maria Bethânia e outros. A letra (está na internet) é a seguinte:

Um pequenino grão de areia
Que era um eterno sonhador
Olhando o céu viu uma estrela
Imaginou coisas de amor
Passaram-se anos, muitos anos
Ela no céu, ele no mar
Dizem que nunca o pobrezinho
Pode com ela se encontrar

Se houve ou se não houve
Alguma coisa entre eles dois
Ninguém soube até hoje explicar
O que já de verdade
È que depois, muito depois
Apareceu a estrela do mar

Os limites do espaço sideral, e o seu conteúdo, escapam de longe a capacidade humana de conhecê-los. É imaginável por cálculos matemáticos, físicos e astronômicos.

A infinitude do céu e a impossibilidade de contar todas as suas estrelas podem ser comparadas a um grande, sincero, livre, profundo, verdadeiro e respeitoso amor... Um amor assim e um contador de estrelas jamais chegam ao fim... Ainda que existam buracos na estrada!

Felizes daqueles que ainda conseguem amar no ritmo do caracol... Quem tem pressa “come cru” ou queima a boca com a sopa. Quem faz como o caracol pode observar o mundo ao seu redor, descobrir as maravilhas do céu, contemplar a pessoa amada, ver nela todos os dias belezas novas e aprofundar ainda mais os seus sentimentos. Amar é observar e cuidar. Sem pressa.

A vida pode cobrar rapidez, velocidade, intensidade... Mas sempre é possível encontrar momentos para tentar contar estrelas e compor versos  de amor, para que a vida realmente tenha sentido.

...E não é estranho falar de amor quando se ama profundamente!



Imagem: Google

quarta-feira, 8 de julho de 2015

A DERROTA DO BRASIL PARA A ALEMANHA COMPLETOU UM ANO


Neste dia 8 de Julho completou-se um ano daquele fatídico jogo, em Belo Horizonte,  no Estádio Mineirão, em que a Seleção  Brasileira foi derrotada vergonhosamente pela Seleção da Alemanha pelo incrível placar de 7 a 1.

Muito se comentou muito se comenta e muito se comentará a respeito... Não resistimos à tentação de registrar, também, a nossa contribuição.

Não é de hoje que o Brasil vem perdendo a sua seleção (em letras minúsculas propositalmente)... Por “n” razões, todas aventadas, levantadas e de domínio público.

Então, desde que o capitalismo entrou no futebol e ele se transformou num “negócio”, inclusive para a televisão, a grande mídia, o espírito esportivo, o ânimo, as suas emoções, a paixão, o espetáculo pelo espetáculo, foi dando lugar para o “mercado”.

A seleção brasileira virou vitrine, não é mais a “seleção brasileira”, mas a seleção da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), de seus patrocinadores, dos empresários dos jogadores (senhores de escravos) e da TV majoritária que detém os direitos de transmissão dos jogos. Nada mais que isso.

Os jogadores são os “gladiadores” modernos, com a diferença que não lutam até a morte, mas ”dão o sangue” em seus times e mandam às favas a seleção de seu país, onde um povo inteiro está ávido por emoções e alegrias...

A derrota para a Alemanha é emblemática. Muitos fatores estão envolvidos (escalações pré-determinadas, falta de conjunto, falta de preparo psicológico, teimosia do técnico e tantas outras). E marca o rompimento definitivo das relações afetivas do povo com sua seleção.

Caiu a mascara: a pseuda seleção deixou de ser nacional para da CBF, com suas negociatas, nada mais. A CBF é uma entidade privada, uma empresa que precisa ter lucro em seu negócio “master” que é o futebol...

Há um ano, após as falsas lágrimas, os jogadores voltaram para seus clubes e hoje corremos o risco de não sabermos quem são. Conhecemos melhor aqueles em quem a grande mídia insiste em focar os holofotes.

A desclassificação da Copa América é a confirmação de tudo. E um sinal... Primeiro, os jogadores antes de voltarem para seus clubes foram à festas e shows, como se nada tivesse acontecido. Precisavam curtir suas férias, relaxar, certamente sob a orientação de seus donos (ou melhor, de seus empresários). Segundo, a Copa América é uma preparação para as Eliminatórias da Copa de 2018. Não nos iludamos, corremos o risco de ficarmos de fora, pela primeira vez na história do nosso futebol.

Quer dizer: nem para vitrine a nossa seleção está servindo...

Portanto, não temos mais Seleção com “S” maiúsculo... E o futebol como um todo “caindo pelas tabelas”. O futebol do interior, o grande celeiro de craques, morrendo à míngua.

O que fazer? Nada... O ideal seria baixar a audiência da TV  e não consumir os produtos dos patrocinadores, para que o futebol deixe de ser considerado um fenômeno de mídia  (Utopia... Sabemos que é). Excluir os dirigentes atuais? Uma boa medida.

...E aprender bem o que a Alemanha tem a ensinar, principalmente como estrutura das categorias de base...

Por fim: como é mesmo a escalação atual da “nossa” seleção?



Imagem: Google

terça-feira, 7 de julho de 2015

"DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS"

“É muito interessante a ótica: se pensarmos como filhos de Deus, o nosso PRÓXIMO é a imagem semelhança Dele. Se pensamos como líderes talvez o PRÓXIMO seja uma ferramenta do sistema; se pensamos como ferramenta do sistema talvez o PRÓXIMO seja nosso concorrente; como cliente o PRÓXIMO seja o nosso prestador de serviços; como prestador de serviços, o PRÓXIMO é nosso cliente. Que loucura é essa? Fica a pergunta: onde este o amor de Deus? Será que estamos adaptando o amor de Deus à nossa conveniência ou a conveniência faz com tenhamos DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS?”
Mário Sério R. Santos

É uma reflexão religiosa... A igreja Católica não está alheia a comportamentos como esses. Já na reunião dos bispos em Santo Domingo, foi incluída no documento final a preocupação com a coerência entre fé e vida e um alerta nesse sentido, pois detectaram que um dos grandes problemas da atualidade da Igreja Católica era e é essa incoerência de postura: no âmbito da igreja é uma coisa e na vida social outra (Dois pesos e duas medidas).

Entretanto, podemos expandir essa reflexão para a nossa vida social. Não é possível agirmos socialmente  em contradição com nossa essência.

Se somos bons, religiosos, caridosos, acolhedores, altruístas, essas qualidades podem e devem marcar nossas ações nos ambientes que frequentamos e principalmente nos julgamentos que fazemos e decisões que tomamos.

Somente as pessoas, maldosas, dissimuladas, arreligiosas, estão aptas a agir com dois pesos e duas medidas, pois não tem consistência moral.  Pessoas assim estão sempre atentas para tirar proveito das oportunidades que se lhe apresentam, mesmo que para isso tenham que cometer erros de julgamentos, ser incoerentes e incongruentes.

O amor de Deus pode ser praticado por pessoas que não professam a religião, por opção consciente e madura. O amor de Deus tem tudo a ver com a proposta da Primeira Carta de Paulo aos Coríntios, Capítulo I, em que elenca os principais valores e posturas do amor verdadeiro.

É certo que a religiosidade é necessária, pois ela capacita as pessoas para o exercício do amor verdadeiro. Entretanto, podemos encontrar pessoas amorosas, sem que elas sejam profundamente religiosas. São pessoas que mantém a coerência entre fé e vida. A fé advém daquilo em que acreditam e acolhem as pessoas com esses sentimentos. São pessoas fundamentais para a muitas outras pessoas. São âncoras, ombros amigos, retaguardas de bons conselhos, palavras de apoio, de incentivo e, sobretudo, atitudes e gestos solidários.

Irmãos de fé, ferramentas de trabalho, concorrentes, clientes, prestadores de serviços, voluntários, ou companheiros de caminhada... Nada disso importa ou faz a diferença, quando os encaramos como Filhos de Deus, merecedores da coerência entre fé e vida e nunca serem tratados com cois pesos e duas medidas.



Imagem: Google

domingo, 5 de julho de 2015

HUMANISMO E HUMANIDADE

Há um evidente embate, feito nos bastidores da vida e não percebido claramente pelas pessoas leigas, isto é, não envolvidas diretamente nas discussões acadêmicas, haja vista o precário estado geral da educação brasileira, entre o “ser” e o “ter”, embate que ganha importância com as “crises”, ditas econômicas, que o mundo está vivendo e que, agora afeta mais diretamente o nosso pais. É o que se refere à condição humana, ou ao Humanismo e à Humanidade.

Não é de fácil compreensão... Nem é nosso propósito aprofundar a discussão, pois “humanismo” e “humanidade” ensejam grandes viagens pela História, pela Filosofia, pela Religião, pela Economia, pelas Ideologias, pela História das Mentalidades. Ainda que de extrema importância, não nos interessam agora.

Tentaremos simplificar as coisas sem banalizá-las...

O Humanismo nasceu da contradição entre Religião versos condição humana, especialmente na Idade Média, quando, historicamente falando, a Religião Católica exercia grande influência nas áreas que viveram sob o domínio do Império Romano, a Europa Ocidental. Para consolidar e manter essa influência fazia um discurso pesado, quase terrorista, usando da condenação via Inquisição de muitas posturas contrárias aos seus ensinamentos. Era o “teocentrismo”.

Já o humanismo, surgiu para colocar o homem como centro das coisas, principalmente do pensamento filosófico, rejeitando essa “pressão” religiosa. Veio o “antropocentrismo”, abrindo as portas para a aceleração do conhecimento humano e do seu domínio sobre a natureza.

Em linhas gerais é isso: o “humanismo” é forma de pensar valorizando o homem e suas potencialidades. Ele está nos fundamentos de muitas correntes filosóficas que foram engendradas depois do Renascimento Cultural até a atualidade. O homem continua sendo um mistério em todos os sentidos e que maravilha e causa espanto ao próprio homem, o que, sem dúvida o remete ao Deus de suas crenças.

A “humanidade” é o humanismo levado aos sentimentos. Reconhecendo-se como centro das coisas, os seus mistérios, desafios, fragilidades, vulnerabilidades, o próprio homem, mercê dos seus valores, percebe que solitário ele nada é. Percebe que é preciso “juntar-se”, fazer e viver comunitariamente. Assim, o sentimento de humanidade favorece o reconhecimento da importância do outro, seu parceiro de caminhada.

E a caminhada só é possível numa operação em que se cruzam o “vertical” e o “horizontal”, conforme a música “Dois Riscos”, do Pe. Zezinho.

O “vertical eleva”, para o encontro com a divindade, para o consolo e conforto espiritual, para o fortalecimento da fé e do sentimento de “humanidade”, para levantar a cabeça e ampliar os horizontes. É o humano se divinizando...

O “horizontal abraça”, para o acolhimento, para o caminhar juntos, para construir ideais, utopias, realizar sonhos, fazer a paz. É o divino humanizando-se...

Tudo muito simples... Basta compreender o maior dos sentimentos humanos: o amor!



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quinta-feira, 2 de julho de 2015

GENTILEZAS SUPERFICIAIS


Nas missas da Igreja Católica há um momento extremamente singelo que é o “Abraço da Paz”. O padre celebrante, ou o concelebrante, ou mesmo o diácono presente, com os abraços abertos, conclama os fiéis presentes a confraternizarem-se: “...Como filhos e filhas do Deus da paz, saudai-vos com um gesto de comunhão fraterna” (Há outras fórmulas dessa oração). Então, as pessoas abraçam gentilmente as que estão à sua direita e à sua esquerda... Ato contínuo o ritual da missa continua...

Porém, o que se vê é, geralmente, uma grande confusão. As pessoas não se abraçam, simplesmente estendem à mão para cumprimentar não só os vizinhos da esquerda ou da direita, mas o que estão atrás, na frente ou nas pontas do banco. E mais importante: é um cumprimento frouxo, um simples encostar de mãos, sem o olho no olho, olhar virado para outro lado e sorriso magro sem descolar os dentes.  Gentilezas superficiais.

Não conhecemos as realidades de outras Igrejas...

O que a gente vê nas Igrejas Católicas é apenas um reflexo do que acontece na sociedade, nas relações sociais e interpessoais.

Há muita correria, o tempo é curto, as atividades intensas... E o tempo que sobra não é suficiente para as conexões via redes sociais. Fica mesmo a superficialidade.

Quando os amigos se encontram as conversas são rápidas e se há gente nova para serem apresentadas, o “muito prazer” é dito sem o olho no olho e sem interrupção da conversa inicial, pois de fato, não “há tempo a perder”... As pessoas são descartadas... Nas reapresentações são comuns expressões como: “Nossa, como não me lembro de você?” Claro que não se lembra... Nem olhou no seu rosto!

Tudo, tudo mesmo, que fazemos para as pessoas, cedo ou tarde, volta para nós. De bom ou de ruim... Inclusive as falsas gentilezas. É a eterna e infalível “lei do retorno”...

É a “dança das gentilezas superficiais”... Tem gente dizendo que “algumas pessoas, só vale a pena conhecer superficialmente mesmo”. É uma triste realidade.

Pessoas com espírito de profundidade não têm pressa, praticam o olho no olho, conseguem ver os sorrisos, o bailar das nuvens, o brilhar da lua cheia, a multidão de estrelas noite sem lua, a peregrinação das borboletas nos jardins, ouvir o agradecimento do beija-flor quando bebe a água que você deixa para ele na varanda da casa ou na sacada do apartamento.

Pessoas superficiais não percebem nada disso. Não têm tempo... Quanto mais um abraço, palavras de carinho, elogios espontâneos e sinceros. Vão logo “imaginando” outras coisas...

O Papa Francisco tem ensinado e incentivado as gentilezas e delicadezas de sempre, com frases como essa: “Dê um sorriso a um estranho. Pode ser a única alegria que ela tenha nesse dia”.

Na pós-modernidade, sob o domínio e o signo da comunicação e comunicabilidade, as sociedades, as famílias, as pessoas estão perdendo a essência do humanismo, que a capacidade de amar profundamente, de fazer amigos sinceros, de praticar solidariedade. Gestos nobres que unem as pessoas e promovem o equilíbrio social e a paz.

Xô!... Gentilezas superficiais...



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