domingo, 5 de julho de 2015

HUMANISMO E HUMANIDADE

Há um evidente embate, feito nos bastidores da vida e não percebido claramente pelas pessoas leigas, isto é, não envolvidas diretamente nas discussões acadêmicas, haja vista o precário estado geral da educação brasileira, entre o “ser” e o “ter”, embate que ganha importância com as “crises”, ditas econômicas, que o mundo está vivendo e que, agora afeta mais diretamente o nosso pais. É o que se refere à condição humana, ou ao Humanismo e à Humanidade.

Não é de fácil compreensão... Nem é nosso propósito aprofundar a discussão, pois “humanismo” e “humanidade” ensejam grandes viagens pela História, pela Filosofia, pela Religião, pela Economia, pelas Ideologias, pela História das Mentalidades. Ainda que de extrema importância, não nos interessam agora.

Tentaremos simplificar as coisas sem banalizá-las...

O Humanismo nasceu da contradição entre Religião versos condição humana, especialmente na Idade Média, quando, historicamente falando, a Religião Católica exercia grande influência nas áreas que viveram sob o domínio do Império Romano, a Europa Ocidental. Para consolidar e manter essa influência fazia um discurso pesado, quase terrorista, usando da condenação via Inquisição de muitas posturas contrárias aos seus ensinamentos. Era o “teocentrismo”.

Já o humanismo, surgiu para colocar o homem como centro das coisas, principalmente do pensamento filosófico, rejeitando essa “pressão” religiosa. Veio o “antropocentrismo”, abrindo as portas para a aceleração do conhecimento humano e do seu domínio sobre a natureza.

Em linhas gerais é isso: o “humanismo” é forma de pensar valorizando o homem e suas potencialidades. Ele está nos fundamentos de muitas correntes filosóficas que foram engendradas depois do Renascimento Cultural até a atualidade. O homem continua sendo um mistério em todos os sentidos e que maravilha e causa espanto ao próprio homem, o que, sem dúvida o remete ao Deus de suas crenças.

A “humanidade” é o humanismo levado aos sentimentos. Reconhecendo-se como centro das coisas, os seus mistérios, desafios, fragilidades, vulnerabilidades, o próprio homem, mercê dos seus valores, percebe que solitário ele nada é. Percebe que é preciso “juntar-se”, fazer e viver comunitariamente. Assim, o sentimento de humanidade favorece o reconhecimento da importância do outro, seu parceiro de caminhada.

E a caminhada só é possível numa operação em que se cruzam o “vertical” e o “horizontal”, conforme a música “Dois Riscos”, do Pe. Zezinho.

O “vertical eleva”, para o encontro com a divindade, para o consolo e conforto espiritual, para o fortalecimento da fé e do sentimento de “humanidade”, para levantar a cabeça e ampliar os horizontes. É o humano se divinizando...

O “horizontal abraça”, para o acolhimento, para o caminhar juntos, para construir ideais, utopias, realizar sonhos, fazer a paz. É o divino humanizando-se...

Tudo muito simples... Basta compreender o maior dos sentimentos humanos: o amor!



Imagem: Google

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