segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

NO LIMIAR DO INFINITO... A SOLIDÃO


No limiar do infinito, a solidão... Duas postagens neste blog, a do Padre Fábio de Melo no dia 09 de Janeiro deste ano e o clipe da música “No More Boleros”, em 16 de janeiro, remete-nos a uma reflexão sobre a ideia do amor vinculado à utilidade e à solidão.

Lembramo-nos dos tempos em que a exploração do  espaço sideral era uma novidade, os livros de ficção científica tinham grande penetração popular e os filme como Jornada nas Estrelas, aquela que era exibida emTVs preto e branco, fazia, igualmente muito sucesso.

A maioria dos temas referia-se ao silêncio e à solidão da imensidão sideral, especialmente no limiar, isto é, nos limites do infinito.

O tempo passou e a exploração espacial tornou-se rotina, apesar das imagens cada vez mais espetaculares chegarem até nós via telescópios potentíssimos e naves espaciais que especulam os limites do universo. As perguntas continuam sem respostas. Não se encontra Deus nessas paragens, obrigando os entendidos a encontrarem uma nova dimensão para o criador do universo e das maravilhas nele contidas. Permanece o silêncio e a solidão nesses confins.

De repente baixamos os olhos e contemplamos o entardecer da vida, a decrepitude, o definhamento da consciência, o enfraquecimento físico e o aumento considerável da dependência.

O Padre Fábio lembra o perigo de amarmos as pessoas pelo interesse e pelo grau de utilidade que as mesmas representam para a nossa vida. O envelhecimento diminui lenta e constantemente o poder das pessoas de serem úteis, aumentando seriamente o risco de ficarem sós.

No More Boleros” reflete a solidão de quem ama e perde a pessoa amada, gerando um vazio em sua alma. Porém, a vida fica sem sentido, pois nela “não há boleros”

Assim, como a busca dos limites do universo reforça a solidão do infinito, a chegada do entardecer da vida também reforça a solidão, não a solidão do infinito, mas a solidão do finito.

Percebemos a solidão do abandono... A solidão do esquecimento... A solidão do medo de ficar só... A solidão da dificuldade de se comunicar... A solidão do desapontamento... A solidão da exclusão. Um preço alto do envelhecimento.

Que mistérios povoam o além dos limites do universo? Que mistérios povoam a mente das pessoas solitárias nos asilos, nos leitos dos hospitais, nos quartos de fundo ou nas cadeiras nos cantos das casas?

Onde está Deus? Deus tem a dimensão maior que o universo sensível aos olhos humanos ou aos equipamentos tecnológicos. Ele está muito próximo de quem O ama e muito distante de quem O rejeita.

E com certeza, bem juntinho dos solitários que esperam o momento de ultrapassar os limites do finito e adentrar na imensidão infinita.



Imagem: Google

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