quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

PARADIGMAS


Imaginamos que essas coisas todos já sabem. Porém, imaginamos também, a partir da lógica dos paradigmas, quem está  no olho do furacão não o percebe. Dizem os entendidos do assunto que só podemos perceber os impactos de um paradigma quando saímos dele. É por isso que os técnicos esportivos experientes indicam observadores para observarem os jogos da arquibancada, da plateia.

Os paradigmas são modelos ou representações que fornecem ao individuo formas de vida ou circunstâncias que condicionam a forma de viver. Simplificando, um dos nossos grandes paradigmas é o ar. Sem ele não há vida. Como a água é o paradigma do peixe. Muitas espécies de vida são tipicamente das florestas e não se adaptam ao ambiente urbano e vice-versa.

Quem nasce e cresce num ambiente de violência terá a violência como paradigma. Assim, também, o ambiente de rua, das drogas, da pobreza, da miséria, do machismo...

Quem é professor e trabalha nas periferias conhecem histórias de alunos que nunca romperam as correntes que os prendiam à periferia. Estudam na mesma escola desde os primeiros anos até a conclusão do Ensino Médio. Muitas meninas engravidam na escola e ficam por ali nos arredores pela vida inteira. Os meninos mal conseguem alimentar seus filhos e seguem os mesmos passos das mães de seus filhos. Não conseguem romper os paradigmas. De nada adiantam os conselhos dos professores para estudarem com os olhos para além dos horizontes da periferia. Preferem a zona de conforto da permanência.

Alguns paradigmas são irreversíveis, outros podem ser mudados... Muitos dependem do amadurecimento e da evolução emocional. O autoconhecimento é a chave. O problema é que a arrogância das pessoas as impede de abrir suas mentes e seus corações para as mudanças necessárias em suas vidas.

Só os estudos o conhecimento, os sonhos e a utopia fazem a superação. Entretanto, a superação exige prudência, planejamento, metas, objetivos, equilíbrio (parece repetição: é para reforçar)...

Portanto, vencer os paradigmas, especialmente aqueles impeditivos do crescimento, da evolução não é tarefa fácil, pois depende unicamente da própria pessoa e não dos que estão de fora, nas arquibancadas. Elas apenas podem orientar, indicar livros, oferecer caminhos. A decisão é pessoal e intransferível... Não adianta chorar, espernear... A vida é assim. E olhe que o tempo passa... De repente já não se é mais criança... De repente já não é mais “operação subida” e, sim, “operação descida“... Nela a inércia é avassaladora. Não é aconselhável pagar para ver.

Os paradigmas são como o sol: mesmo que não se consiga vê-lo devido ao tempo nublado, mas ele lá está...



Imagem: Google

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