A professora de
Português está distribuindo as provas e as notas não passam de três, numa
escala de 0 (zero) a 10 (dez). Está possessa e indignada.
-
Impossível... Eu expliquei tanto, fizemos tantos exercícios, repeti as
perguntas e vocês tiram essa nota! Só tem uma coisa a lhes dizer: vocês são
burros!
Silêncio por alguns
minutos. Os alunos cabisbaixos.... E a professora volta a gritar...
-
Assumam... Vocês são burros! Burros! Entenderam? Burros! Falem! Alguém tenha a
coragem de se levantar e em pé assumir que é burro! Vamos! Estou esperando!....
Passam-se alguns
rápidos segundos e Frederico se levanta e a professora exclama...
- Ah!
Até que enfim alguém teve coragem de assumir publicamente que é burro.
Frederico, Você só tirou nota 01, abaixo da crítica. Diga-me, por que resolveu
assumir a sua burrice?
- Foi
por pena, professora....
- Pena?
De quem?...
- Da
senhora, professora. É que fiquei com pena da senhora ficar em pé sozinha...
É para refletir.
Uma regra pedagógica
que indica, num processo de avaliação, quando a maioria dos alunos vai mal o
problema passa a ser da professora e não dos alunos. A professora não percebeu
a que seus métodos de ensino eram falhos. E quis atirar a culpa pelo fracasso
sobre os alunos. Certamente ela era autoritária, o que piora a situação, e os
alunos intimidados ficaram acuados pela sua truculência. Sua máscara de
arrogante caiu.
Assim é a vida.
Usamos nossas máscaras... Escondemos a verdade de nós mesmos. E essa falsidade
não conseguimos manter por muito tempo. Não enganamos pessoas por algum tempo.
Entretanto, nós não
nos enganamos desde os primeiros instantes em que resolvemos vestir nossas
máscaras.
E logo, logo, essas máscaras
caem... E a gente se ferra como essa professora se ferrou. A arrogância é um
veneno.
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