Possessividade
é irmã gêmea do ciúme, tratado no texto passado. Mas tem algumas
características próprias. Infelizmente um alimenta o outro, num círculo vicioso
crescente que sempre leva a um desfecho desastroso para todas as pessoas envolvidas
no relacionamento.
O
sentimento de posse, tanto quanto o ciúme doentil, é próprio de pessoas
inseguras, com auto-estima baixa, medrosas, sem visão de futuro e que se
agarram às poucas coisas que estão à vista, pessoas e coisas, como tentativa
desesperada de preservar o “pouco” que lhes restam. Mas acabam se afundando...
Pessoas
possessivas tiveram muitos problemas na infância... Tiveram tudo, de tudo, um
“pseudo” amor. Não aprenderam a dividir brinquedos e coisas, a compartilhar a
amizade e não tiveram ensinamentos e exemplos para serem generosas... Cresceram sós, brincaram sós, viveram sós.
Seus pertences, seus ambientes, seus pais, seus avós, seus irmãos, seus primos
eram somente seus. O amor que receberam foi baseado em “quantidade” e não em “qualidade”.
Cresceram biologicamente, não psicologicamente... Permaneceram infantilizados.
Pessoas
que cresceram assim jamais estarão preparadas para um relacionamento sério, maduro,
respeitoso e consistente. E quando o amor acontece, a qualquer momento manifestam
as suas “qualidades” de posse e de ciúme, pois a pessoa amada já não é mais
quem vai caminhar lado a lado, mirando um futuro a ser buscado, mas apenas uma
propriedade sua.
O
inferno, então, se instala na vida dos dois.
Pessoas
possessivas são dominadoras, não admitem compartilhamento, exercem uma marcação
cerrada, nada dividem, sentem prazer em ser assim, pois quanto mais têm domínio
sobre pessoas e coisas mais satisfação e consolo psicológico conseguem. São
sentimentos primitivos, pré-históricos, animalescos que lhes afloram.
Pessoas
possessivas não dão espaço para a pessoa amada. São telefonemas constantes, são
visitas inesperadas, atitudes inoportunas no trabalho, boicotes a compromissos
assumidos... São exposição a ridículos, execração pública, “barracos”
constrangedores em festas e encontros profissionais.
Uma
frase bem comum na boca de pessoas possessivas: “Você é meu/minha”. O amor é apenas uma forma de justificação. São
tão sociáveis quanto antissociais. Tudo depende do quê o ambiente vai lhe
proporcionar em termos de segurança. E ainda por cima usam a pessoa amada como
muleta para suas “fragilidades”.
São
pessoas carentes e estúpidas.
Mas
como são humanas merecem compreensão, compaixão e cuidado. Mas quem cuidará
delas? Ninguém, a não ser elas mesmas. Devem buscar ajuda.
Resgatar
o passado e se reconciliar com ele, eis o caminho. O resto, só o futuro dirá...
Haja sessões psicoterápicas!...
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