Uma
pequena história:
O
mestre e seu discípulo caminhavam por uma estrada. De repente o discípulo
segura o mestre pelo o braço e fala:
- mestre, este vindo uma carroça...
O
mestre:
- sim está vindo uma carroça e ela está vazia...
Ficaram
à margem da estrada e quando a carroça passou o
discípulo, admirado, comentou:
- Mestre como sabia que a carroça estava
vazia?
O
mestre:
- Pelo barulho. Carroça cheia não faz barulho.
Assim
também são as pessoas...
(Autor
desconhecido)
Agora,
os fatos...
A
Diretoria de Recursos Humanos recebeu um novo dirigente, jovem, idealista,
cheio de vontade. Logo tratou de implantar as mudanças que julgava necessárias
para que sua equipe trabalhasse em sintonia com os seus ideais e propostas.
Logo apareceram
os prós e os contras. Aqueles que entusiasmaram com as suas idéias e aqueles
mais reticentes, “pés no chão”. Entre estes havia aqueles totalmente avessos às
mudanças, do tipo “em time que está
ganhando não se mexe” e aqueles realmente conscientes de que mudar é
preciso, mas com os devidos cuidados.
Era
preciso fazer alguma coisa. O mundo tecnológico em mudança constante reclamava
uma evolução da equipe no sentido do aprimoramento.
Os
entusiastas “puxa-sacos”, aqueles analistas logo se apressaram em apresentar
sugestões, primeiro para ficarem bem na fita com o novo chefe, e depois se
tornarem os salvadores da pátria com suas idéias sendo as vencedoras. E assim
aconteceu.
Ele, o
nosso personagem, estava lotado numa área tido como a prima pobre do departamento,
uma área cujas atribuições eram mais voltadas à execução, prática, do que um ser pensante. Porém, como
ocupava uma função de liderança, estava por dever de oficio, sempre em contato
com a área estratégica e conhecia muito bem quem era quem: os que realmente lhe
davam atenção e os de nariz empinado que não viam ninguém à sua frente, a não ser
não os seus superiores. Difícil convivência.
E
surgiu a grande novidade. Virá da capital um consultor que dará um curso
intensivo de atualização estratégica das práticas de RH, curso esse que
abrangerá todo o final de semana, a começar pela sexta-feira, avançando noite
adentro. Ele foi convocado.
No inicio
dos trabalhos, gente ouriçada, cada um querendo se aparecer mais que o outro. Sorrisos
falsos, plumas de pavão e unhas camufladas. Seguiram-se aquelas dinâmicas
chatas para aquecimento e socialização. Parecia que o Butantã havia sido
transferido para lá. Muitas discussões, só discussões.
Já pela
metade do sábado o consultor estava em
pânico, em razão da improdutividade. O nosso personagem até que tentava dar
seus pitacos, mas nem cócegas fazia, pois “nada” representava naquele ambiente.
Foi
então que o professor resolveu passar a régua, zerar os trabalhos e começar
tudo de novo, com uma nova estratégia, tentativa desesperada de salvar o curso
e fazer jus à “grana” que iria receber.
Começou
por dar voz aos que pouco tinham falado
até então. Virou-se para o nosso amigo e comentou: “...tenho percebido que você nada tem falado. E quando o fez, fez com conteúdo.
Você é muito observador. Quero ouvi-lo...” Encabulado e não acostumado a
situações como essas, fez as suas colocações, as quais só o professor ouviu e
gostou.
Novas
dinâmicas. Que chatice! Aí nosso amigo foi instado a montar um quadro utilizando
as pessoas presentes e que indicasse a sua visão do Departamento. Fez uma cruz,
significando o “sofrimento”. Mas como toda situação de cruz é seguida de
ressurreição, rapidamente foi transformada em flexa direcionada a um objetivo
representado por uma pessoa que foi destacada do grupo. Foi um sucesso.
Seguiram-se cumprimentos, alguns abraços e tapinhas nas costas. Nosso
personagem, então, ganhou visibilidade.
Chuva
de verão...
Resumo
final. O curso foi um fracasso. As pessoas continuaram as mesmas e o Departamento
sofrendo. O jovem diretor foi embora. Veio, outro, e outro, até que um ditador chegou e chutou o
balde. Muitos foram demitidos, inclusive o nosso personagem. O Butantã voltou
para o seu lugar. Mas o ninho ficou... Alguns espécimes também!
Assim é
a vida: “O bem não faz barulho e o
barulho não faz bem”.
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