O passado é algo irreversível em nossa vida.
Ninguém consegue se livrar dele. O que muda mesmo é a maneira da gente lidar
com o mesmo. Depende da nossa maturidade.
É isso. Depende da nossa maturidade! E é aí
que o bicho pega. Pega porque nem sempre crescemos em maturidade da mesma
maneira que crescemos biologicamente. E muitas vezes nem é culpa nossa. Tudo
tem a ver com a nossa vida em família. Tudo intimamente ligado à educação que tivemos.
Tudo precisa ser feito de forma harmoniosa.
Nada de exageros... Nem de um lado nem de outro. Autoridade na medida certa.
Nada de autoritarismo, do tipo patriarcalismo arcaico, nada de excesso de
liberdade (como pregam educadores modernos). A base sempre é encontrar o
equilíbrio entre liberdade e responsabilidade, direitos e deveres. Nem prender
de mais, nem soltar demais. Nem muito amor, aquele que sufoca e infantiliza,
nem amor de menos, aquele que abandona.
Um crescimento assim, natural, normal,
permitindo que cada idade seja vivida no tempo certo, com as atividades
corretas (brinquedos, passeios, relacionamentos sociais de acordo com a idade,
e tudo o mais) é mesmo o ideal. Mas nem sempre é assim.
Crescemos com esse desequilíbrio, com débitos
ou créditos. E quem sofre as conseqüências somos nós mesmos. Ou nos
transformamos em arrogantes, metidos, antipáticos, ou continuamos infantis,
sempre dependentes de alguém. E o que vemos? Pessoas doentes, relacionamentos
doentios, sociedade conturbada, intolerância, preconceitos, violência, pessoas
tristes, frustradas, incertas, infelizes.
As pessoas resolvidas, com certeza tiveram
uma educação que favoreceu a conquista da maturidade.
Mas há solução. As pessoas mal-resolvidas na
vida podem buscar uma reconciliação com o seu passado. Buscar o entendimento da
sua vida, de seu processo educacional tanto em casa como na escola, analisar os
acontecimentos que marcaram sua trajetória, os impactos deles na sua formação e
conformação do presente. Aprender com os erros... E virar a página.
Reconciliar-se com o passado é colocá-lo no
seu devido lugar e não transformá-lo em “cavalo de batalha” de sua vida
presente. Jogar nele toda a culpa de nossa infelicidade. Sim, a culpa (não, a
responsabilidade) é toda nossa. E cabe a nós mesmos a atitude corajosa de
enfrentá-lo.
O virar a página não é simplesmente esquecer
o passado, mas ter um olhar diferente para ele. Compreendê-lo e discernir sobre
as conseqüências dele em sua vida e a partir daí, reconformar o presente e
preparar-se para o futuro em novas bases. E sermos felizes para sempre...
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