Natal é
mais que uma simples data. Difícil até explicá-lo.
Natal é
um grande movimento... De idas e vindas, alegria, festas, confraternizações,
encontros, reencontros, mas também de solidão e tristeza.
Há uma
grande distorção do Natal. Ele é a comemoração do nascimento do ser humano mais
emblemático História, fundador de uma religião que hoje tem mais de um bilhão e
duzentos milhões de seguidores, Jesus Cristo.
Não há
duvida sobre sua materialidade, sua historicidade e sua humanidade. Tem inimigos, tem
aqueles que o combatem... Mas há, sobretudo, além dos que o seguem, aqueles que
o reverenciam e o respeitam. Há questionamentos sobre a estrutura física e
hierárquica que se construiu para divulgar e/ou manter seus ensinamentos
contidos nos Evangelhos, sínteses de sua doutrina.
Porém,
não é isso que interessa agora. Interessa, sim, a distorção capitalista que se estabeleceu, quando o consumismo se tornou a ideologia predominante sobre o
Natal... Comprar e consumir; consumir e comprar... Quem não pode fazer isso não é gente, não tem Natal. Desvirtuamento completo daquilo que simboliza essa
data.
Natal é
reflexão. O que é história, passado, não muda. O que pode e deve mudar são as
propostas pessoais em relação aos sentimentos que o nascimento de Jesus evoca.
Diz a
narrativa que Ele nasceu simples, de uma família simples, em condições simples e precárias, num momento em que sua família cumpria a lei do recenseamento
imposta pelo Império Romano. Semelhanças
com a grande maioria da população, ao longo do tempo. Desse quadro decorre todo
o simbolismo do Natal: simplicidade, desapego, solidariedade, cumprimento da
lei.
A
distorção desse sentimento é a fonte das
exclusões, tristezas e solidão que se percebe hoje em dia.
Luxo,
ostentação, consumo: tudo que o sistema deseja (escravidão?). Em segundo plano
a reconciliação, o perdão, o abraço sincero, a acolhida, a inserção, a
reconstrução da vida em novas bases, conforme a proposta da missão de Jesus na
terra, expressa muito mais por gestos
atitudes que com palavras. Aliás essas atitudes devem ser praticadas
durante o ano todo e não so agora.
O meu
Natal é assim, diferente. É alegre pela família que tenho, mas com uma ponta de
tristeza motivada pelas ausências das pessoas que cultuam essa visão distorcida do capitalismo consumista.
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