Palavras
de Ariano Suassuna:
“Eu digo que das três virtudes teologais
chamadas, eu sou fraco na fé e fraco na qualidade, só me resta a esperança. Eu
sou o homem da esperança”.
Ariano
Vilar Suassuna, dramaturgo, romancista, ensaísta e poeta brasileiro, nasceu em
João Pessoa, Estado da Paraíba, no dia 16 de Junho de 1927. Faleceu no dia 23
de Julho de 2014, em Recife, Pernambuco.
Suas
peças teatrais: Uma mulher vestida de Sol, O deserto da princesa, Auto de João
da Cruz, Torturas de um coração, O Castigo da Soberba, O Rico Avarento, O Auto
da Compadecida, O Casamento Suspeitoso, O Santo e a Porca, O Homem da Vaca e o
Poder da Fortuna, A Pena e a Lei, A Farsa da Boa Preguiça, A Caseira e a
Catarina
Seus
romances: d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, a História
d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana (que ele
mesmo classificou como romance “armorial-popular brasileiro”)
Suas
conquistas: Professor de Estética na Universidade de Pernambuco, ajudou a fundar
o Teatro Popular do Nordeste, co-fundador do Conselho Federal de Cultura, diretor
do Departamento de Extensão Cultural da UFPE, defendeu tese de Livre-Docência,
com o título: A Onça Castanha e a Ilha Brasil, Uma Reflexão sobre a Cultura
Brasileira, aposentou-se como Professor Universitário em 1994
Suas
realizações: idealizador do “Movimento Armorial”, para defender, divulgar e
valorizar a cultura popular, para o qual convocou pessoas ligadas a todo tipo
de música, desde o erudito até o compositor e cantador simples do povo.
... E
Muitas outras...
São
tantas, inumeráveis mesmo as qualidades de Ariano. Erudito, Professor
Universitário, Livre-Docente, mas um homem do povo. Quem dele se aproximava ou
com ele convivia, ou seus alunos ou seus discípulos, não se cansam de contar as
tantas vezes que se emoci0naram com sua simplicidade, sua alegria, sua
esperança, seu amor pelo povo, especialmente do sertão nordestino.
Homem
do povo... Amante do futebol, torcedor fanático do Sport Clube do Recife. Aos
80 anos deu o “ponta-pé inicial” de uma partida entre o Sport e o Corinthians.
Pé quente seu time ganhou e a torcida foi ao delírio. Quando ia ao estádio
ficava junto do povo e comandava o grito da torcida. Tinha um jeito especial de
usar as cores do time. Sempre que comparecia a uma solenidade importante usava
terno preto e casa vermelha ( as cores do Sport) o que chamava de “esporte
fino”. O Sport imortalizou o amor de Ariano ao escrever na camisa a sua frase “Felicidade é torcer pelo Sport”.
Alguns
pensamentos seus:
“A massificação procura baixar a qualidade
artística para a altura do gosto médio. Em arte gosto médio é mais prejudicial
que o mau gosto... Nunca vi um gênio com gosto médio”.
“Arte pra mim não é produto de mercado. Podem
me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa”.
‘...É muito difícil você vencer a injustiça
secular, que dilacera o Brasil em dois países distintos; o país dos
privilegiados e o país dos despossuídos”.
“Que eu não perca a vontade de ter grandes
amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de
nossas vidas”.
“Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o
único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a
terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo que é
vivo, morre. (do Auto da Compadecida)”.
2014
está sendo um ano difícil para a cultura brasileira.
O céu
está em festa com as histórias ao vivo de Ariano Suassuna. O Brasil só não está
mais pobre, porque o que ele escreveu continua vivo por aqui.
Mas que
a cultura nordestina está triste não há como negar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário