Dá arrepios... Mudar
de casa, um dos maiores desafios da vida. Quanto menos mudar melhor (Mais
coisas inúteis se acumulam).
A vida segue... Tudo
no lugar, arrumadinho. O que se procura se acha. Mas a grande verdade é que as
inutilidades vão ficando por baixo. Mudar de casa é confronta-se com elas.
Aja estresse!
Estresse não, irritabilidade específica para esse momento surreal na vida de
qualquer um. Surreal porque nada do que se planeja dá certo. Não se encontram
as caixas em número suficientes. A mesma coisa acontece com os jornais
necessários para embrulhar os copos, porcelanas, “cristais”, louças e afins.
Os desmontadores e
remontadores desaparecem. Os amigos, ajudantes em potencial... necas de
pitibiriba! Você está só, literalmente só. A mudança é inacabável. Os
transportadores contratados só fazem aquilo que você orienta (ou ordena). Não
querem correr o risco de potenciais prejuízos.
Nervos à flor da pele.
E começam a sair coisas. Surgem aquelas que delas você já não se lembravam e agora
tem de lidar com elas.
Tudo estava
arrumadinho... E agora? Será que vai caber lá? Tem que jogar fora tudo ou quase
tudo. Mas neste instante não dá tempo de “selecionar”. Tem que ser levado! Meu
Deus, o que será de mim? E a mudança tem que acontecer.
A mudança acontece em
três fases: o antes, o durante e o depois.
É lógico que no “antes” há a preparação, com todas as vicissitudes, Há
uma esperança que nada vai dar errado. No “durante”, tem os inevitáveis imprevistos.
A geladeira que riscou, a máquina de lavar que bateu, o colchão que rasgou, a
caixa de copos que caiu... As coisas velhas que entopem o caminhão (Mas como
tudo isso estava lá?), Vem o “depois”.
Tudo foi colocado de
qualquer jeito. Extenuados os transportadores vão ir embora, deixando para trás
um enorme “abacaxi”. Não, hoje não dá para fazer mais nada!. O que se consegue
é descolar um café preto com pão sem manteiga. A água para beber está quente.
Ah! Sim, um cantinho para dormir talvez seja possível.
Passará um tempo muito
longo até reorganizar as coisas. E, principalmente, eliminar as velharias. Os
guardados há mais de um ano devem ser eliminados. E as relíquias? E os objetos
com valores emocionais? E os totens de família?
Mudar de casa é
redescobrir-se... É confrontar-se consigo mesmo... Com suas perdas e ganhos... Com o que realmente tem valor em nossa vida.
Mudar de casa é mudar,
não só de endereço, mas os conceitos... Rever os apegos, enfim a forma de
encarar a vida...
Pena que mudar é, para
quem a faz é uma grande e inesquecível tragédia grega. Mas, pensando bem, apesar
dos “arrepios”, tem o seu lado bom.
Quem muda,
literalmente, não é mais o mesmo!
Imagem: Google
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