A arte de viver pode
ser considerada a arte de planejar, de prever o futuro, de buscar uma meta, um
objetivo, a realização pessoal e profissional.
Porém, na prática, no
cotidiano, não temos a certeza, ou a garantia, de que tudo vai sair conforme o
planejado. A vida é plena de surpresas, intercorrências, pois é humana e foge
ao âmbito da ciência.
Muita coisa dá
certo... Por isso vale a pena planejar e se preparar para o futuro. Muita coisa
dá errado, nos pega de surpresa e exige de nós a arte do improviso.
Sim, improvisar também
é uma arte, pois é quando somos instados a solucionar problemas a partir do
nada, começar do “zero absoluto”, sem nenhum preparo prévio.
Futebolisticamente
falando, arriscamos a dizer que a seleção brasileira de futebol, e por
extensão, todos os grandes times, estão fracassando porque os jogadores estão
perdendo a capacidade de exercer a arte de improvisar. Os jogos são chatos, as
jogadas previsíveis, com muito vigor físico, muita correria, muita técnica e
pouca ou quase nada criação e improviso.
Assim, também, está
acontecendo no mundo pós-moderno: muita correria, tudo cronometrado, muito
exercício e pouca arte. Os problemas são resolvidos à base dos manuais e das
pesquisas na internet. Não há diálogo olho-no-olho, não há ombro amigo, calma,
silêncio, escuta. Tudo é superficial.
E nesse mar de
superficialidade, com certeza, vencerá (ou sobreviverá) quem tiver mais
capacidade de improvisar, de escutar, de encontrar saídas honrosas e criativas
para os incontáveis problemas que a vida nos apresenta.
Surgem os estresses,
as depressões. São doenças inicialmente consentidas, pois têm origem nos
problemas cujas soluções não estão nos manuais nem na internet... São problemas
essencialmente humanos, inerentes a cada pessoa... Podem ter soluções
genéricas, mas individualizadas. Quando não resolvidos dão inicio ao círculo
vicioso da carência afetiva, que gera solidão, que gera tristeza, que gera
estresse, que gera depressão... E outras tantas coisas, enfim, contrárias à
vida.
Pois, então, é preciso
rever e repensar tudo isso. A derrota para a Alemanha, na Copa de 2014, todo
mundo fez questão de esquecer. Os seus ensinamentos estão aí... Como a vida...
Vê-la com outro olhar, mais calmo, mais de escuta, para que a arte do improviso
possa se manifestar.
É necessário,
finalmente, canalizar a adrenalina para a solução dos problemas, não para as
“paradas cardíacas” que matam...
Imagem: Google.
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