Nós não damos conta,
mas convivemos cotidianamente, diariamente, com o confronto entre a ciência e a
fé.
As rádios que
transmitem em AM são quase todas dedicam suas programações a temas religiosos,
pois, pertencem à instituições afins. Muitas “FMs” também. E os temas dessas
transmissões invariavelmente são os “milagres” que podem acontecer em nossa
vida pelo poder da fé. Nesse momento a fé esbarra na ciência.
A Igreja católica,
como instituição milenar, toma cuidados maiores para aceitar um milagre e para
isso recorre à ciência. Se esta não explica o acontecido, principalmente as
curas, oferecendo as situações limítrofes, a Igreja Católica toma para si a
responsabilidade de considerar aquela cura como um milagre. Esse processo dura
anos, até séculos. Não é assim tão instantâneo.
Durante séculos os
teólogos faziam a Igreja a pregar que a terra era o centro do universo, tendo
como base os ensinamentos de Ptolomeu (90-168)m e porque, também, e tal não
poderia ser diferente, Deus escolheu esse planeta para fazer nascer nele seu
filho, feito homem. Esse conflito custou o julgamento inquisitorial de Galileu
Galilei, que com seus cálculos cosmológicos afirmava o contrário: a terra era
apenas um corpo celeste que girava em torno de uma estrela, o sol. Só não foi
condenado, pois, renegou suas afirmações, reafirmando-as depois. Hoje, Galileu
está oficialmente livre das suas acusações.
A encrenca entre
ciência e fé, hoje se mantém, ainda que mais amena. A ciência cuida dos fatos,
dos eventos testáveis em laboratório ou por cálculos matemáticos. Cuida,
também, dos fenômenos físicos naturais e biológicos, estes relacionados à vida.
A ciência investe seus conhecimentos para desvendar os mistérios da mente
humana e das profundezas do universo infinito. Mas várias vezes, por várias vozes,
têm afirmado os seus limites. Após tais limites, os conhecimentos são
transferidos para a fé.
A fé vem de uma
religião e busca a essência das coisas. Está acima da ciência, mas não pode
desprezá-la. Uma descoberta que prove uma verdade definitiva precisa ser aceita
pela fé, mesmo que contrarie a religião que pertence.
A fé é tão essencial
quanto a religião é essencial. Ela humaniza o ser humano, tornando-o, mas
afável, mais acolhedor, mais amigo, mais, altruísta. A ciência pura e simples
pode tornar o ser humano mais árido, mais arrogante, mais senhor de si, mais
egoísta, menos acolhedor, menos amigo, menos altruísta, menos humano.
Fé e ciência caminham
juntas, estão presentes em nossa vida. Se não damos conta disso, seria bom
perceber que seus conhecimentos somados (e com a nossa participação), podem
fazer um mundo melhor.
Imagem: Google
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