Ele, aos quarenta
anos, apesar de responsável, trabalhador, pai de família, permanecia um menino,
alegre, observador e sempre pronto para “aprontar” das suas traquinagens.
Ela uma senhorinha já
na terceira idade, mantinha sua postura de gente da classe média alta, cheia de
direitos e apresentando sinais de arrogância.
Nada de comum entre
eles... Distância quilométrica os separava. Não se conheciam, nunca se falaram
e sem a menor chance de e falarem algum dia. Jamais se miraram um no olho do
outro, nem naquele dia.
Naquele dia, ele
tocava sua vida como sempre. O diferencial é que havia ingerido algo que não
tinha caído bem no seu estômago e com conseqüências no intestino. Em outras palavras: estava
dominado pelos gases.
Ela, provavelmente
estava viajando. Ou estava chegando de alguma cidade distante, ou partindo para
algum lugar semelhante.
Ambos precisavam de
dinheiro e foi ao caixa eletrônico do Terminal Rodoviário. Na fila, ele estava
na frente dela. O equipamento era uma cabine fechada e nela só cabia uma única
pessoa. Ele, calmo e tranqüilo, apesar na turbulência intestinal, observava certa
inquietação por parte dela. As pessoas, como acontece nessas ocasiões,
demoravam muito para executar as operações na cabine, que era a única da rede
24 horas. Isso fazia a fila crescer e a inquietação aumentar.
Ao chegar a sua vez,
ele entrou na cabine com a tranqüilidade de sempre. Tinha algumas operações
para fazer e por isso pouca atenção deu ao movimento lá fora.
De repente, mais que
de repente, a velhinha inquieta começou a bater no vidro da porta da cabine
tentando fazer com ele acelerasse o seu processo. Ele fez ouvido de mercador.
Ela continuou a bater e a gesticular. Isso começou a afetá-lo. Mas não se
alterou, não. Continuou a fazer suas operações normalmente. Até que estava
sendo rápido.
Ela continuou a
perturbá-lo. Então ele resolveu a “aprontar.
Em primeiro lugar
tratou de desincumbir-se da sua missão. Assim que terminou, enquanto guardava
os documentos, deixou escapar uma boa dose dos gases que estavam acumulados em
seu intestino. E saiu rapidamente.
A velhinha, de pronto
foi para a cabine. Ele de longe apenas observava os fatos. Ela perdeu a pressa
e ficou um bom tempo com a porta aberta, segurando-a com uma das mãos e com a
outra fazia sinais desencontrados, ora protegendo o nariz, ora comunicando aos
demais que deveriam esperar mais um pouco.
Ele, rindo muito,
perdeu-se na multidão. Tinha “aprontado” mais uma traquinice, batendo de frente
com a velhinha arrogante e apressada.
Paa ele a alegria da
vida... Para ela uma lição a ser aprendida...
Imagem: Google
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