“...O homem tem
necessidade de Deus. No entanto, o homem tem medo de Deus”.
Antonio Frederico Ozanam
Os vicentinos, isto é, os membros da SSVP, a Sociedade de
São Vicente de Paulo, conhecem muito bem quem foi Frederico Ozanam. Foi
simplesmente o fundador dessa instituição tão importante pelo bem que faz aos
pobres, necessitados e excluídos e também para seus membros.
Tão importante, que João Paulo II, ao beatificá-lo na
Jornada Mundial da Juventude em 1997, em Paris, o colocou-o como paradigma do
protagonismo juvenil e dos leigos em geral para os dias de hoje. Um santo leigo,
modelo e exemplo de vida, que viveu na primeira metade do Século XIX. Esse
período foi efervescente, com um grande movimento de ideias, revoltas,
revoluções e mudanças sociais. Muitos foram os protagonistas desse período,
entre eles o próprio Ozanam, Marx e Engels... E grandes líderes como Napoleão
Bonaparte... E tantos outros.
Mas, por que será que Ozanam disse esta frase tão
enigmática? Cabem muitas ilações... Podemos arriscar pelo menos uma. Ozanam foi
um jovem amadurecido em sua juventude. Visionário, aos 18 anos concebeu o
projeto de um dia “abraçar o mundo numa
rede de caridade”, projeto esse que fez João Paulo II lançar a “Globalização da Caridade” em contraponto
à globalização econômica, esta muito mais excludente do que inclusiva.
Para uma fé amadurecida não é concebível o “medo” de
Deus. Pois, da mesma maneira, é inconcebível um Deus, que ama tanto suas
criaturas, castigá-las ao ponto de fazê-las sofrer. Deus é misericórdia.
Ozanam, então, alertou seus contemporâneos e os pósteros, que não precisa ter
medo de Deus, basta conhecê-lo melhor, basta compreendê-lo e colocar na vida os
seus ensinamentos. É a coerência entre fé e vida. Ozanam fez isso... E num
projeto de grande escala, apesar da humildade de seus trabalhos. A SSVP nasceu
pequena, humilde, com um grupo de sete jovens idealistas, mas dispostos a dar
sua contribuição altruísta para melhorar o mundo de seu tempo, a partir dos
mais necessitados. Hoje a SSVP está presente no mundo inteiro, concretizando o
sonho de seu fundador, constituindo-se esse sonho o seu grande milagre.
Portanto, não é possível ter medo de Deus. Ele perdoa,
Ele compreende, Ele acolhe, Ele é todo misericórdia. Sim, é bom temer o afastamento
de Deus. Pois, quem se afasta da religiosidade, perde os freios da conduta e
comete as barbaridades (crime horrendos e hediondos) das quais a mídia
sensacionalista tanto gosta. Quem vive longe de Deus curte o seu próprio
inferno.
Por outro lado, que se aproxima de Deus é feliz, mesmo
não estando livres das vicissitudes, dificuldades e surpresas da vida, tem a
consciência tranquila de que “combate o bom combate” e vive o seu céu aqui
mesmo na terra.
Assim, como Ozanam vivenciou, não é necessário ter medo
de Deus.
Imagem: Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário