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"O amor é isso: Não prende, não aperta, não sufoca. Porque quando vira nó, já deixou de ser laço". Mário Quintana
sexta-feira, 31 de março de 2017
quinta-feira, 30 de março de 2017
A SÍNDROME DE "BISONHO"
Bisonho
é um dos personagens da Turma do Ursinho Puff. Ele é o Burro Cinzento, as vezes
Azulado, com pernas bem curtas, com orelhas caídas e crina negra. Não tem calda
e usa uma falsa, presa por um prego. Usa também um laço rosa na ponta dessa
calda. Também é conhecido como Ió.
O mais
importante são as características desse personagem... Pessimista, deprimido, resmungão, nada satisfeito com as coisas ao
seu redor. Triste e sarcástico, suas frases mais comuns são: “...Incrível, nunca achei que fosse dar certo”...
“Fim de linha... Nada a fazer... Sem
esperança das coisas melhorarem... Parece até sábado à noite, lá em casa...”
Bisonho
se transformou em sinônimo de uma série de situações humanas, como soldado
inexperiente ou recruta, pessoas inseguras, preguiçosas, pessimistas,
desanimadas com tudo.
Além
disso, revela uma pessoa desatenta, infantil, que pouco nada se interessa por
conhecimento. Parecendo um idiota, nada compreende, não percebe movimentos e
sentimentos ao seu redor, por isso tudo que faz tem mais chances de dar errado.
Ao
volante, a pessoa bisonha leva uma mula atrás da outra. No futebol, o jogador
bisonho perde gols incríveis e logo vai para o banco de reservas e depois
transferido para um clube menor do interior (quando, não, alijado da prática
esportiva).
O
vendedor bisonho perde clientes... O marido bisonho perde a esposa e
vice-versa. O estudante bisonho nada aprende e fica para trás nos estudos. O Padre
e Pastor bisonhos fatalmente perderão fiéis.
Pessoas
assim, amargas, exalando aquele sentimento de fracasso constante são fortes
candidatas à infelicidade, à solidão, à depressão. E depressão é um perigo! Ser
bisonho constitui uma carga muito pesada para quem é, e para aqueles que com
ele convive. É preciso pensar nisso.
A
solução vem da mesma Tuma do Puff. Exemplo o Tigrão. Personagem animado, para cima,
otimista, exatamente ao contrário do Bisonho.
Como
prudência e caldo de galinha não causam diarreia, todo cuidado é pouco. Não a
irresponsabilidade. Nada de exageros. Não ser “Bisonho” demais nem “Tigrão”
demais. Moderação e equilíbrio, eis a chave.
Isto
porque são necessários, sim, animação, otimismo e fé na vida. Mas com pés no chão. Estabelecer metas, ter
consciência da “missão” e construir uma “visão” de horizonte, de futuro.
É preciso
acordar, ouvir os conselhos, crescer, dar um passo adiante. Assumir-se como
tal. E como tal procurar ajudas, quer profissional (psicológica, psiquiátrica
ou religiosa) ou de amigos ou de grupos de grupos de convivência. Desde que
sejam sérios e comprometidos com a felicidade dos outros.
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terça-feira, 28 de março de 2017
O BOM COMBATE
“Combati o bom combate...” é uma das fortes expressões contidas nas Cartas de
Paulo. Se ficarmos restritos apenas no âmbito religioso, bíblico ou cristão,
temos a ideia de que Paulo sugere a todos a luta pela defesa ou expansão do
cristianismo, que foi o grande mote de sua vida. Aliás, Paulo é um dos esteios
dessa expansão, principalmente no Império Romano.
Isto
posto, podemos inferenciar que a ideia do “bom combate” também pode ser
aplicada à vida, independentemente da religião. A universalidade de Paulo,
permite que seus conselhos possam se transformar em parâmetros para
desconstrução e reconstrução das sociedades.
O “bom
combate” rima com o bem comum. As pessoas não tem que nascer anônimo (até pode
nascer anônimo), crescer anônimo, viver anônimo e morrer anônimo. É um grande
desperdício. As pessoas precisam acontecer! Isto é, ser importante ou fazer a
diferença para alguém, para um grupo, para a família, para a sociedade.
O “bom
combate” não significa violência, mas inquietude. Inquietude com as injustiças,
com a ignorância, com a corrupção, com a exclusão. Exige porém, determinação,
prudência e amadurecimento. E conhecimento.
Pe.
Zezinho, em suas músicas, sempre deixa uma mensagem de paz, de inquietude e de
profetismo. Tudo a ver com o “bom combate”. Com espíritos superiores, isto é,
mentalidades acima das banalidades. O mundo caminha para a banalidade geral.
Combater
o bom combate é lutar por um mundo melhor, sem injustiças e exclusões. São
incontáveis os exemplos.
Há
aqueles que vestem a camisa, a tudo renuncia e parte para uma atividade
voluntária em terras longínquas, no coração do mundo. Lá, batalham, por exemplo
pela saúde dos nativos, combalida pela pelas doenças urbanas levadas pela
civilização branca, havida por riquezas. Muitos morrem junto, vencidos pela
dimensão gigante dos estragos causados pelos invasores.
Pais
que lutam pela educação equilibrada dos filhos e, no final da vida, percebem
que estão deixando não um mundo melhor para os filhos, mas filhos melhores para
o mundo. Não esqueçamos dos pais que fizeram de tudo para os filhos se
tornassem gente. Fizeram isso honestamente, nutridos de ótimos propósitos. Se
os filhos não os corresponderam, não foi por culpa dos pais, que nem por isso
deixaram de “combater o bom combate”.
Mães
que consomem suas vidas nas lidas da cozinha, fazendo de tudo para fortalecer
as asas dos filhos para que eles possam voar com segurança no tempo certo, mas
deixando o “ninho vazio” e essas mães sofrem a solidão do abandono, sem
reclamar, num canto qualquer de um asilo. Guerreiras do bom combate.
Esposas
que se desinstalam, renunciando à sua paz de seu lar, assumem de forma radical
o amor puro e verdadeiro pelo marido e o acompanha por lugares distantes em
busca, por exemplo, de adequado tratamento de saúde. Exemplo claro do “bom
combate”.
E a filha
que opta pelo celibato para cuidar da mãe. Assim o faz dedicando-se 100% de sua
vida. O tempo passa... E quando a mãe falece, ela, a filha já está praticamente
nas mesmas condições da mãe. Quem cuidará dela? Combateu ou não o “bom
combate”?
Há
tantas outras considerações a fazer. Esta é apenas uma pequena mostra.
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domingo, 26 de março de 2017
VARIAÇÕES SOBRE A RIQUEZA
VARIAÇÃOES
SOBRE A RIQUEZA
“Se queres ser perfeito, vai vender tudo que
tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu, depois vem e seguir-me...”
Mt 19-21
Há
tendência natural das pessoas de condenar a riqueza. Menos os ricos, é claro.
Uma leitura superficial (para não dizer tendenciosa) da Bíblia, leva mesmo a
essa conclusão. Parece que a riqueza tem um mal intrínseco. Não é bem assim. No
versículo acima, Jesus questiona e confronta o jovem rico em sua essência, não
condenando a riqueza, mas colocando o seu apego à prova.
Se há
um mal na riqueza é mesmo o apego a ela. Deus não permitiria a riqueza se fosse
ela para prejudicar e perder as pessoas, suas criaturas mais importantes e
elevadas. O diferencial começa aí.
Há o do
livre arbítrio, o exercício das escolhas, as opções. Quem optou por não ter
Deus em sua vida, tudo bem! Parece que quem assim procede tem um sentido maior
de liberdade para tudo fazer. Não é bem assim... Isso é outro departamento e
não o foco nesse momento.
O que
Jesus quer ensinar, entre tantas verdades, é que há uma hipoteca social ligada
à riqueza. Ela é obtida com as benesses da natureza e da vida. Ninguém
enriquece sozinho. Há um conjunto de fatores que conspiram em favor de alguém
que luta e trabalha para construir sua riqueza, além das suas virtudes e
qualidades individuais. Essa hipoteca social sugere que a pessoa rica, e
qualquer outra não rica, precisa perceber o mundo em seu redor e não esquecer
das pessoas desprovidas, pobres, famintas, excluídas. Não é redistribuir sua
riqueza, mas contribuir de forma organizada, serena e consciente com
instituições sérias que cuidam dos desvalidos.
O apego
é um veneno que leva à arrogância, à prepotência, à falta de humildade, à
ofensa e à disposição de taxar qualquer desvalido como vagabundo, malandro. A
existência de malandros e preguiçosos entre os desvalidos, não invalida a
injustiça social a que a maioria do grupo está submetida.
Muitos
pobres odeiam os ricos e a riqueza, como forma de se defender de sua
incapacidade de ascender na escala social. Isso também é outro aspecto a ser
considerado. Muitos ricos odeiam os pobres, como forma de se defenderem e se
protegerem. Tanto de um lado como e outro há a incapacidade de diálogo social,
em busca da paz e do equilíbrio. Por isso os muros, os condomínios fechados, o
isolamento e a exclusão.
A
riqueza está intimamente ligada ao poder. A pobreza, à exclusão. Manda quem
pode... Daí a sabedoria de Jesus ao confrontar o jovem rico em sua essência.
Que o rapaz realmente quer? A certeza de ganhar o céu? Ou a permanência num de
luxo e ostentação sem compromissos com a sociedade?
E no
contexto desse Evangelho (aí está a sua função social) Jesus fornece as dicas:
para segui-lo será preciso total e irrestrita renúncia. E isso pouca gente
gostaria de fazer. No tempo de Jesus e também agora!
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sexta-feira, 24 de março de 2017
DEUS EXISTE...
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A OPÇÃO POR SERVIR
(São Vicente de Paulo, patrono das obras de
caridade)
Eis uma
bela polêmica: a opção por servir. Muitos já imaginam a radicalidade. A missão
em terras distantes, no seu país ou no exterior, com a consequente
desinstalação, com as renúncias, com o desenraizamento.
Essa
gente que se radicaliza e parte para terras longínquas, tendo a possibilidade
de nunca mais voltar, é extraordinária e o mundo precisa. São missões leigas ou
religiosas, são instituições benemerentes que congregam profissionais liberais,
como médicos, assistentes sociais e voluntários de todo o tipo. Não fosse essa
gente regiões inteiras na África, pelo abandono, exploração das riquezas,
conflitos inter-raciais, fome, já tinham sucumbido, numa tragédia humana sem precedentes. E na
Ásia, com as guerras civis intermináveis.
Nesse
sentido, é difícil fazer a opção pelo servir. Entretanto, o serviço ao outro, o
acolhimento do outro, podem ser feitos em escala menor, no universo do
relacionamento de cada um, no âmbito da instituição da qual faz parte, da
religião que adota e frequenta.
Não é
preciso ser entendido nas Escrituras Sagradas de qualquer religião, ou nos códigos
de comportamento das instituições para se compreender que é importante e
necessário a opção por servir. Basta o exercício de escutar o coração. Está
certo que o coração não fala, apenas pulsa. Mas ele dá sempre um sinal para razão,
via sentimento, de que é preciso fazer algo por alguém que está sofrendo, está
sem a dignidade de vida, tão cara ao ser humano.
Muitos
dirão que é preciso cuidado. Os “vicentinos”, isto é os membros da SSVP,
Sociedade de São Vicente de Paulo, especialistas em atendimento aos
necessitados desde 1833, quanto foi fundada na França por Antonio Frederico
Ozanam, têm um conselho: ao se deparar com um necessitado tentar ver se ele já
não é atendido pela SSVP. Em caso positivo, dar a assistência imediata e
encaminhá-lo para um grupo de vicentinos (as Conferências) mais próximo. Em
caso negativo, também dar a assistência
imediata e encaminhá-lo... Os vicentinos têm um esquema de verificação das
necessidades reais das pessoas.
E assim
pode ser feito com outras instituições, espíritas, por exemplo, ou leigas. São
instituições que praticam o São Vicente de Paulo ensinou: a caridade
organizada.
Mas
jamais descartar, jamais dispensar, jamais ofender, jamais humilhar. Jamais
disfarçar o medo com agressões. Se houve situações de risco é melhor nada
fazer, não se expor.
Na
verdade entre a dedicação radical pelo serviço ao outro e pequenas atitudes
positivas no cotidiano, existe um leque de opções. Cada um pode encontrar
aquele trabalho voluntário que vai lhe proporcionar a alegria de servir. E,
então se perceberá que, ouvir a voz do coração e aderir ao serviço, fará mito
bem a quem recebe e melhor ainda para quem se doa.
É o
milagre da caridade... Que cada um pode fazer e viver!
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quinta-feira, 23 de março de 2017
NA BIBLIOTECA A OUTRA VISÃO DO MUNDO
(Interior da Biblioteca
Nacional, Rio de Janeiro)
Muitos
vão dizer que a Biblioteca caminha para uma posição secundária na vida das
pessoas, quando não condenadas ao desaparecimento.
O livro
está sendo repensado. Não em seu conteúdo, mas em sua forma de apresentação. Estão
aí as mídias modernas. A tecnolo0gia da informação está cuidando de tudo. Os
E-books, os textos digitalizados que cabem em pen drives e cartões de memória,
ferramentas que cada vez menos mais informações armazenam.
A
juventude não pensa em outra em informação a não ser aquelas cabem na palma da
sua mão e, se possível, a mais condensada, a mais prática a mais volátil, a
mais banal. Não há mais profundidade de pensamento nem de reflexão.
Mas o
livro e a biblioteca ainda resistem. Ninguém, por enquanto tem a insanidade de
dizer que o livro está fora de moda e caminha para a desnecessidade. É chique
ter um livro na mão. Não porque se gosta dele, mas porque, realmente, é chique
e “cultural”. Dá status!
A
Biblioteca e o livro jamais deveriam sair de moda. Aqueles “nerds” que ainda
frequentam as bibliotecas, que consomem leituras e os livros, têm, de fato, uma
outra visão do mundo. E a tendência é que num futuro muito próximo, esses
“nerds”, ratos de bibliotecas vão comandar, liderar, governar, administrar e
determinar o destino das sociedades, das organizações e do micro-mundo social.
Os
leitores, especialmente os leitores inveterados, absorverão informações (e
formações, porque se informar é uma coisa e se formar é outra), nas bibliotecas
mantém contato com os clássicos. Em cada ramo de atividade há sempre os
clássicos que balizam o conhecimento a partir da publicação da obra. É impensável
alguém tomar conhecimento de todos os clássicos, pois se fixarão naqueles que
mais diretamente influenciam o seu trabalho presente. Os clássicos, muitos
deles, já estão ultrapassados e não condizem mais com a realidade do mundo
contemporâneo. Mas eles foram os primeiros sinais do aprofundamento dos seus
temas. E precisam ser visitados e revisitados sempre.
Além do
embasamento teórico, a leitura dos clássicos proporciona a estabilidade do
modelo que se está adotando no presente. Nesse sentido a biblioteca, para os
apaixonados pelas leitura, pela cultura, pelo conhecimento, ou simplesmente
pelo prazer da leitura, proporciona uma visão antecipada do paraíso, ou do
melhor dos mundos (que é o mundo holístico), da visão do todo e do
distanciamento da mediocridade, da banalidade,
É
lógico que há riscos nessa empreitada. E o risco maior é o da solidão. Quem
sabe das coisas, quem tem a visão holística, buscada e encontrada nas
bibliotecas, nas leituras, no contato com os clássicos, não terá companheiros
de caminhada em número suficiente para uma boa troca de ideias, para uma
comunhão de objetivos, para elaboração de projetos de transformação da
sociedade.
Outro
risco é o da frustração, da decepção, do sentido do nada, no nihilismo, pois a
grande maioria dos membros da sociedade está ou estará absorvida pelo imediato,
pelo banal, pelo prático, pelo consumo.
Fica o
incentivo. O mundo é dos “nerds”, nos “holistas”, dos leitores contumazes,
daqueles que sabem das coisas. Os demais são apenas caixas de ressonância da
elite dominante e do jogo político.
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terça-feira, 21 de março de 2017
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA ÁGUA - 1992
PARA REFLETIR E AGIR
A
presente Declaração Universal dos Direitos da Água foi proclamada tendo como objetivo atingir todos os indivíduos,
todos os povos e todas as nações, para que todos os homens, tendo esta
Declaração constantemente no espírito, se esforcem, através da educação e do
ensino, em desenvolver o respeito aos direitos e obrigações anunciados e
assomam, com medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o eu
reconhecimento e a sua aplicação efetiva.
Art. 1º
- A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada
nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos
olhos de todos.
Art. 2º
- A água é a selva do nosso planeta. Ele é a condição essencial de vida de todo
ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera,
o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos
direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do
Art. 3º da Declaração dos Direitos do Homem.
Art. 3º
Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos,
frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com
racionalidade, precaução e parcimônia.
Art. 4º
- O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de
seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para
garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em
particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
Art. 5º
- A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo,
um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade
vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e
futuras.
Art. 6º
- A água é uma doação gratuita da natureza; ela tem valor econômico; precisa-se
saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem
escassear em qualquer região do mundo.
Art. 7º
- A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira
geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que
não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das
reservas atualmente disponíveis.
Art. 8º
- A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma
obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão
não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
Art. 9º
- A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e
as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
Art.
10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o
consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
Histoire
de L’Eau. Georges Ifrah, Paris. 1992
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segunda-feira, 20 de março de 2017
A LEI DO RETORNO
Frases
muito comuns no cotidiano das pessoas:
(Frases
de domínio público. Autores desconhecidos)
“... A lei do retorno tarda mais não falha!”
“... Nunca faça aos outros aquilo que não
gostaria que fizessem com você.
“... Pode demorar, mas sempre recebemos em
troca aquilo que oferecemos aos outros”.
“... Aqui se faz aqui se paga!”
É uma
ameaça contundente, cabalística ou escatológica. Entretanto, há um fundo de
verdade em tudo isso. Não que essa lei natureza tenha um fundamento científico
e cirúrgico, isto é com exatidão. Como é sabido, tudo que se relaciona com o
universo humano é relativo e está sujeito às condicionantes da vida de cada um:
histórico, emocional, ambiental, psicológico,
Algumas
coisas são verdadeiras. A lei do retorno existe sim, mas funciona interligada à
concepção das escolhas. É possível escolher, mas é relativamente previsível as
consequências, combina com o “retorno”.
Posturas
e atitudes, como a arrogância jamais vão gerar uma chuva de bênçãos, carinho,
amizade, abraços, ombros amigos... A não ser dos bajuladores contumazes, fato
que revela a ilusão de que os arrogantes se dão bem.
A mesma
coisa com os autoritários, centralizadores, ditadores, estúpidos e tantos
outros. Pessoas assim, especialmente aquelas que atuam em postos de comando (e
em todos os campos da atividade humana), estão sendo corroídas por baixo,
boicotadas, solapadas... Um dia caem... Um dia se vêm na rua da amargura,
abandonadas por tudo e por todos, menos pelos fiéis escudeiros bajuladores.
Da
mesma forma aquelas pessoas que constroem correntes do bem... Alias, as
verdadeiras pessoas do bem jamais esperam “retorno” ou compensações pelo que
fazem de bom para outras pessoas. A humildade, a espontaneidade, a prontidão
não permitem que pensem em colher frutos do bem que plantam. Mas eles chegam,
até mesmo em forma de uma consciência tranquila por “combater o bom combate”.
São
Vicente de Paulo, patrono das obras de caridade, dizia que “...devemos servir ao próximo com o suor do nosso rosto que com a força
dos nossos braços”. Milhares ou milhões de pessoas em todo o mundo seguem o
seu conselho. Pessoas que atuam em ONGs, instituições religiosas e
missionárias, fazendo o bem e resgatando a dignidade de outras pessoas. A
alegria de simplesmente servir é o maior retorno dessas pessoas que pertencem
às correntes do bem.
A lei
do retorno não é física e pode jamais acontecer, como pode acontecer
imediatamente. Tudo envolto em imprevisões e mistérios. Sendo essencialmente
humana ela está na consciência de cada um. Pois cada um sabe o exatamente o que
escolheu para a vida. Se existe a reclamação ou a lamentação é porque ainda não
amadureceu no processo de vida.
É bom
crescer, crer e ver que a lei do retorno nasce muito antes, exatamente na
escolha das sementes a serem plantadas. O que vem pela frente é simplesmente
colheita.
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domingo, 19 de março de 2017
sexta-feira, 17 de março de 2017
segunda-feira, 13 de março de 2017
A ESPADA DE DÂMOCLES
A
história ensina... E como ensina!
Siracusa
foi, em tempos remotos, uma importante comunidade grega na ilha da Sicilia, sul
da Península Itálica. Rica, apoiando o avanço comercial dos gregos, foi
administrada por reis tiranos e sanguinários.
Em
período incerto governou Siracusa o Rei Dionísio II, poderoso e igualmente
sanguinário. Muito rico, tinha em sua corte um bajulador contumaz chamado
Dâmocles. Dionísio, apesar do poder vivia infeliz e preocupado, pois tinha
muitos inimigos. Não confiava em ninguém, a não ser em suas filhas. Dâmocles
parecia invejar-lhe o luxo e a riqueza, dizendo aos quatro cantos que Dionísio
era, sim, o homem mais feliz do mundo.
Dionísio,
então, propôs-lhe ceder a Dâmocles pelo menos um dia e uma noite de seu luxo,
para que ele realmente desfrutasse daquilo de que tanto falava. Dâmocles
aceitou e passou a saborear os vinhos e as comidas de primeira linha, e, também
das lindas mulheres que serviam à corte. Entretanto, no auge da alegria e da
felicidade, Dâmocles percebeu que uma espada muito afiada e brilhante pendia
sobre sua cabeça, presa por um finíssimo fio de rabo de cavalo. Mais do que depressa,
mas com cuidado ele se afastou do trono onde estava, desistindo de vez do luxo,
da opulência e da alegria, mesmo que fosse por um dia e uma noite.
Dionísio
interpelou-o dizendo que esta era a situação em que vivia constantemente. Pois
sabia que o risco de a espada cair, por
um simples gesto de quem quer que seja era iminente. Por isso estava sempre triste
e amargurado, temendo pelo pior, isto é, a traição e a morte.
Essa
história foi-nos legada por Cícero, grande filósofo romano do Primeiro Século
Antes de Cristo, que teria lido nas obras do historiador grego Diodoro Sículo
(ou da Sicilia) e popularizada na Idade Média. O ensinamento de Cícero é que a
espada de Dâmocles representa a insegurança daqueles que detém grande poder,
especialmente quando esse poder é mantido pela força, pelo autoritarismo, pelo
sangue. O medo da queda faz o inferno mental desses homens. Os tiranos são
sempre corridos por baixo.
Verdade
ou inverdade, qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência. Pois
falando em vida pública, quem cometeu deslizes, corrupção ativa ou passiva, crimes
contra a sociedade ou contra o bolso do contribuinte ou contra o bem comum,
sabe que a espada um dia vai cair sobre sua cabeça. Não há crime perfeito, a
não ser com a conivência do sistema jurídico e também da sociedade não
politizada.
Do
episódio de Dâmocles e Dionísio pode ter originado ainda a expressão “vida por um
fio”, o fio da espada, o frágil fio do rabo de cavalo que a mantém suspensa.
Como
seria bom uma justiça atuante, não condescendente. Como seria ótimo um povo
consciente e lutador por sua dignidade humana. Como seria maravilhoso o
respeito pelos valores sagrados do universo humano, da natureza, do meio
ambiente.
A
História ensina... E como ensina... Mas quem aprende?
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A PATIFARIA E O PATIFE
Patifaria
é uma palavra não muito usada atualmente (aliás, parece que o cabedal de
palavras do português brasileiro está diminuindo, graças ao precário sistema de
ensino da nossa língua). Mas já foi muito utilizada, principalmente nos
clássicos da literatura brasileira. É uma expressão de enorme atualidade,
especialmente no campo político.
Patifaria
faz lembrar uma situação de palhaçada, de brincadeira irresponsável, de
banalização, de desorganização, de bagunça.. Aliás, a banalização é uma das
características mais sérias da sociedade, não só Brasil, mas no mundo afora.
Banaliza-se tudo, inclusive o bem humano mais valioso que é a vida. Mata-se ou
se morre por qualquer coisa e tais fatos são considerados “normais”, como as
guerras que pululam pelo planeta... Patifaria pura.
Para as
pessoas sérias (e céticas...), há uma grande patifaria “rolando” por aí.
Corrupção, tentativas de intimidação da justiça séria e desmonte da
credibilidade do Supremo Tribunal Federal. Os políticos continuam nadando de
braçadas, rindo do povo a quem dizem “amar”, mas que nele pisam sem dó nem
piedade.
Patifaria
rima com canalhice, sem-vergonhice, embuste, populismo barato, atitudes ilícitas,
mau-caratismo. Lamentavelmente esses adjetivos combinam com o mundo político
atualmente
Filho
da patifaria é o patife, a pessoa que incorpora todas as atitudes negativas
relativas à patifaria. É a pessoa que mente descaradamente, que, portanto, não
inspira confiança.
Patife
é o covarde, o medroso, aquele que não toma decisões na hora certa, que tudo
procrastina, isto é, adia indefinidamente. É aquele que brinca com os
sentimentos alheios... É desonesto, mentiroso, canalha... Pratica ações vis e
de má índole. Percebe-se que o patife é indivíduo execrável, não aceito pela
sociedade.
Está
certo que nem todo patife é um criminoso, mas todos os criminosos são patifes,
pois direta ou indiretamente, deles ferem o que há de mais sagrado no universo
humano: a vida! Quem comete pequenos crimes pode não estar comprometendo a vida
de imediato. Está sim, no longo prazo, ferindo, enlutando, descompondo,
desmantelando as estruturas quem mantém a vida digna de uma ou mais pessoas. O
que dizer daquele que mata à sangre frio, que faz emboscada, que estupra, que
rouba e mata?
Percebe-se
que “patife” é uma expressão extremamente pesada para classificar negativamente
uma pessoa. Entretanto ela existe e se encaixa nas atitudes e comportamentos de
quem não tem compromisso com a verdade, com os valores humanos, com o ambiente,
com a vida.
E uma
questão final: qual seria a razão da sociedade “tolerar” patifes no mundo
político, no mundo jurídico, nos postos chaves da estrutura de poder? Ah! É outro
departamento, que passa por algo temido para quem está no topo da sociedade...
A educação! E o povo inerte não procura se educar, se informar e se formar!
E o
fundo do poço se avizinha...
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domingo, 12 de março de 2017
MELINDRES
Os
melindres fazem parte da condição humana... E o humano é sempre um mistério,
jamais comporta uma solução pronta uma resposta definitiva. O incerto, como na
vida, faz parte da condição humana.
Porém,
a maioria dos especialistas, quando consultados, insiste em recorrer aos
dicionários, que definem os melindres como “delicadeza
no trato, pudor, recato, decência, faculdade de se ofender, suscetibilidade”...
Mas as
definições e suas intercorrências vão mais longe. Antes de mais nada, melindres
têm relação, também com a botânica, quando trata da “planta da família das
asparagáceas, do gênero “aspargos”, cultivada pelas raízes, com propriedades
terapêuticas. Melindre também é um tipo de bolo caseiro a base de mel ou leite
condensado.
O que nos interessa mesmo é a condição humana, os sentimentos mais profundos que
afetam as relações interpessoais.
Pessoas
dotadas de melindres são aquelas que são sensíveis, que se magoam facilmente, que não
compreendem a posição, muito menos a opinião do outro. São
“afetadas” por qualquer coisa, especialmente quando confrontadas com
realidades diferentes daquelas que imaginam para seu mundo.
Pessoas
melindrosas ou melindradas se afastam das rodas de amigos, principalmente
quando alguém, inadvertidamente ou não, rouba a cena e se tornam o centro das
atenções. Ficam sérias, sisudas, se fecham para os sorrisos e para os diálogos.
São pessoas imaturas, infantis, infantilizadas e, por isso mesmo arrogantes.
E não há nada pior para os
relacionamentos saudáveis do que pessoas arrogantes, metidas, autoritárias,
prepotentes.
As
pessoas melindrosas estão sempre na defensiva... E também prontas para o
ataque. Exigem cuidados dos interlocutores, pois como vasos de cristal fino,
podem se quebrar sob a ação da mais suave brisa. Acontece que ninguém vai administrar
“melindres” de outras pessoas. Estas que cresçam, amadureçam e ocupem os seus
lugares no trem da História mercê de seus próprios méritos, como a cultura, a
sabedoria, simpatia, a empatia, a humildade e a amizade... Sobretudo o
acolhimento.
Pessoas
cheias de melindres, arrogantes e antipáticas por natureza, são sérias
candidatas à vida solitária... e triste. E por mais que se debatam por atenção,
carinho e amizade, mais se afundam no lamaçal do isolamento e do ostracismo.
Por
isso mesmo que pessoas assim não conseguem ser líderes, quer de comunidades,
movimentos, igrejas (padres, pastores, etc.) ou de grandes empresas ou grupos empresariais, como os executivos de ponta.
Não dá
para imaginar executivos de grandes corporações fazendo “beicinho” só porque
ouviram críticas, zombarias, as pessoas mudaram de assunto quando se aproximaram da roda. Isso é o mínimo que líderes, ouvem. Eles têm é que se preocuparem com
as grandes questões, menos com os melindres de sua imaturidade.
E assim
acontece em todos os campos da atividade humana. E a vida!
Imagem Google
sábado, 11 de março de 2017
domingo, 5 de março de 2017
ACIDENTES NO CARNAVAL 2017
A
Polícia Rodoviária Federal Brasileira, em seu “site” oficial, informa que houve
“redução nos acidentes durante o Carnaval”
de 2017. Está no “site”: o “órgão contabilizou
1.696 acidentes contra 1791 no ano passado. Por outro lado, número de mortes
nas rodovias federais aumentou 23,9%”.
Segundo
a PRF houve queda de 5,3% nos acidentes. Entretanto, “registrou
um aumento no número de mortes decorrentes destes acidentes. No período do
Carnaval desde ano foram 140 óbitos
contra 113 no feriado de 2016”, portanto um “crescimento de 23,9%”.
E
continua a informação do “site” da PRF: “Entre
a sexta-feira, 24 de fevereiro, e a quarta-feira de cinzas, 01 de Março, a PRF
registrou 323 acidentes agraves, aqueles com vitimas graves ou óbitos, contra
397 acidentes do mesmo tipo em 2016 – uma redução de 18,64%”.
E
continua...
“... Mesmo com a redução no número de
acidentes na rodovias do país, o número de óbitos foi superior ao ano passado.
De acordo com as estatísticas do órgão, acidentes com múltiplos óbitos contribujíram
com esse acréscimo”,
“Apenas 11 acidentes foram responsáveis por
44 mortes. (...) Em um único acidente registrado em Goiás, 8 pessoas morreram.
Desses onze acidentes fatais, dez foram
registrados coo colisão frontal, tipo de acidente normalmente relacionado à
ultrapassagens indevidas e excesso de velocidade”.
Outros
dados relevantes destacados pela informação do “site” da PRF:
- Principais
causas dos acidentes: excesso de velocidade e a embriaguez ao volante;
- “Durante os seis dias de Operação neste
ano, a PRF contou com a utilização de 1.200 viaturas, l.600 quilômetros e 200
radares portáteis...”
- “Foram fiscalizadas 222.801 pessoas em
205,137 veículos...”
- ‘”Realizados
98.920 testes por etilômetros, que resultaram 2.019 pessoas multadas e 214
presos;
- A PRF
flagrou 108.267 motoristas trafegando acima da velocidade máxima (15% a mais
que no ano passado);
- Foram
84.867 infrações diversas de trânsito. Dessas quase 12mil ultrapassagens indevidas
e quase seis mil pela falta do cinto de segurança.
-
Outras 800 pessoas presas por diversos crimes;
- E
ainda, 1,5 tonelada de maconha e quase 50 quilos de cocaína apreendidos.
Parece
enfadonho relatar esses dados, mas vale a pena refletir sobre eles,
principalmente sobre os acidentes e suas causas: a irresponsabilidade continua
sendo a maior causa. As pessoas se sentem empoderadas ao volante e, assim,
acham que podem agir como bem entendem, comprometendo vidas e entristecendo as
famílias.
Carnaval
é sinônimo de alegria, de descanso, de repouso, de lazer, etc.. Mas não pode
ser sinônimo de irresponsabilidade, falta de educação, de arrogância, de
tristeza.
Imagem:
Google
sábado, 4 de março de 2017
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