(São Vicente de Paulo, patrono das obras de
caridade)
Eis uma
bela polêmica: a opção por servir. Muitos já imaginam a radicalidade. A missão
em terras distantes, no seu país ou no exterior, com a consequente
desinstalação, com as renúncias, com o desenraizamento.
Essa
gente que se radicaliza e parte para terras longínquas, tendo a possibilidade
de nunca mais voltar, é extraordinária e o mundo precisa. São missões leigas ou
religiosas, são instituições benemerentes que congregam profissionais liberais,
como médicos, assistentes sociais e voluntários de todo o tipo. Não fosse essa
gente regiões inteiras na África, pelo abandono, exploração das riquezas,
conflitos inter-raciais, fome, já tinham sucumbido, numa tragédia humana sem precedentes. E na
Ásia, com as guerras civis intermináveis.
Nesse
sentido, é difícil fazer a opção pelo servir. Entretanto, o serviço ao outro, o
acolhimento do outro, podem ser feitos em escala menor, no universo do
relacionamento de cada um, no âmbito da instituição da qual faz parte, da
religião que adota e frequenta.
Não é
preciso ser entendido nas Escrituras Sagradas de qualquer religião, ou nos códigos
de comportamento das instituições para se compreender que é importante e
necessário a opção por servir. Basta o exercício de escutar o coração. Está
certo que o coração não fala, apenas pulsa. Mas ele dá sempre um sinal para razão,
via sentimento, de que é preciso fazer algo por alguém que está sofrendo, está
sem a dignidade de vida, tão cara ao ser humano.
Muitos
dirão que é preciso cuidado. Os “vicentinos”, isto é os membros da SSVP,
Sociedade de São Vicente de Paulo, especialistas em atendimento aos
necessitados desde 1833, quanto foi fundada na França por Antonio Frederico
Ozanam, têm um conselho: ao se deparar com um necessitado tentar ver se ele já
não é atendido pela SSVP. Em caso positivo, dar a assistência imediata e
encaminhá-lo para um grupo de vicentinos (as Conferências) mais próximo. Em
caso negativo, também dar a assistência
imediata e encaminhá-lo... Os vicentinos têm um esquema de verificação das
necessidades reais das pessoas.
E assim
pode ser feito com outras instituições, espíritas, por exemplo, ou leigas. São
instituições que praticam o São Vicente de Paulo ensinou: a caridade
organizada.
Mas
jamais descartar, jamais dispensar, jamais ofender, jamais humilhar. Jamais
disfarçar o medo com agressões. Se houve situações de risco é melhor nada
fazer, não se expor.
Na
verdade entre a dedicação radical pelo serviço ao outro e pequenas atitudes
positivas no cotidiano, existe um leque de opções. Cada um pode encontrar
aquele trabalho voluntário que vai lhe proporcionar a alegria de servir. E,
então se perceberá que, ouvir a voz do coração e aderir ao serviço, fará mito
bem a quem recebe e melhor ainda para quem se doa.
É o
milagre da caridade... Que cada um pode fazer e viver!
Imagem:
Google
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