Patifaria
é uma palavra não muito usada atualmente (aliás, parece que o cabedal de
palavras do português brasileiro está diminuindo, graças ao precário sistema de
ensino da nossa língua). Mas já foi muito utilizada, principalmente nos
clássicos da literatura brasileira. É uma expressão de enorme atualidade,
especialmente no campo político.
Patifaria
faz lembrar uma situação de palhaçada, de brincadeira irresponsável, de
banalização, de desorganização, de bagunça.. Aliás, a banalização é uma das
características mais sérias da sociedade, não só Brasil, mas no mundo afora.
Banaliza-se tudo, inclusive o bem humano mais valioso que é a vida. Mata-se ou
se morre por qualquer coisa e tais fatos são considerados “normais”, como as
guerras que pululam pelo planeta... Patifaria pura.
Para as
pessoas sérias (e céticas...), há uma grande patifaria “rolando” por aí.
Corrupção, tentativas de intimidação da justiça séria e desmonte da
credibilidade do Supremo Tribunal Federal. Os políticos continuam nadando de
braçadas, rindo do povo a quem dizem “amar”, mas que nele pisam sem dó nem
piedade.
Patifaria
rima com canalhice, sem-vergonhice, embuste, populismo barato, atitudes ilícitas,
mau-caratismo. Lamentavelmente esses adjetivos combinam com o mundo político
atualmente
Filho
da patifaria é o patife, a pessoa que incorpora todas as atitudes negativas
relativas à patifaria. É a pessoa que mente descaradamente, que, portanto, não
inspira confiança.
Patife
é o covarde, o medroso, aquele que não toma decisões na hora certa, que tudo
procrastina, isto é, adia indefinidamente. É aquele que brinca com os
sentimentos alheios... É desonesto, mentiroso, canalha... Pratica ações vis e
de má índole. Percebe-se que o patife é indivíduo execrável, não aceito pela
sociedade.
Está
certo que nem todo patife é um criminoso, mas todos os criminosos são patifes,
pois direta ou indiretamente, deles ferem o que há de mais sagrado no universo
humano: a vida! Quem comete pequenos crimes pode não estar comprometendo a vida
de imediato. Está sim, no longo prazo, ferindo, enlutando, descompondo,
desmantelando as estruturas quem mantém a vida digna de uma ou mais pessoas. O
que dizer daquele que mata à sangre frio, que faz emboscada, que estupra, que
rouba e mata?
Percebe-se
que “patife” é uma expressão extremamente pesada para classificar negativamente
uma pessoa. Entretanto ela existe e se encaixa nas atitudes e comportamentos de
quem não tem compromisso com a verdade, com os valores humanos, com o ambiente,
com a vida.
E uma
questão final: qual seria a razão da sociedade “tolerar” patifes no mundo
político, no mundo jurídico, nos postos chaves da estrutura de poder? Ah! É outro
departamento, que passa por algo temido para quem está no topo da sociedade...
A educação! E o povo inerte não procura se educar, se informar e se formar!
E o
fundo do poço se avizinha...
Imagem:
Google
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