(Interior da Biblioteca
Nacional, Rio de Janeiro)
Muitos
vão dizer que a Biblioteca caminha para uma posição secundária na vida das
pessoas, quando não condenadas ao desaparecimento.
O livro
está sendo repensado. Não em seu conteúdo, mas em sua forma de apresentação. Estão
aí as mídias modernas. A tecnolo0gia da informação está cuidando de tudo. Os
E-books, os textos digitalizados que cabem em pen drives e cartões de memória,
ferramentas que cada vez menos mais informações armazenam.
A
juventude não pensa em outra em informação a não ser aquelas cabem na palma da
sua mão e, se possível, a mais condensada, a mais prática a mais volátil, a
mais banal. Não há mais profundidade de pensamento nem de reflexão.
Mas o
livro e a biblioteca ainda resistem. Ninguém, por enquanto tem a insanidade de
dizer que o livro está fora de moda e caminha para a desnecessidade. É chique
ter um livro na mão. Não porque se gosta dele, mas porque, realmente, é chique
e “cultural”. Dá status!
A
Biblioteca e o livro jamais deveriam sair de moda. Aqueles “nerds” que ainda
frequentam as bibliotecas, que consomem leituras e os livros, têm, de fato, uma
outra visão do mundo. E a tendência é que num futuro muito próximo, esses
“nerds”, ratos de bibliotecas vão comandar, liderar, governar, administrar e
determinar o destino das sociedades, das organizações e do micro-mundo social.
Os
leitores, especialmente os leitores inveterados, absorverão informações (e
formações, porque se informar é uma coisa e se formar é outra), nas bibliotecas
mantém contato com os clássicos. Em cada ramo de atividade há sempre os
clássicos que balizam o conhecimento a partir da publicação da obra. É impensável
alguém tomar conhecimento de todos os clássicos, pois se fixarão naqueles que
mais diretamente influenciam o seu trabalho presente. Os clássicos, muitos
deles, já estão ultrapassados e não condizem mais com a realidade do mundo
contemporâneo. Mas eles foram os primeiros sinais do aprofundamento dos seus
temas. E precisam ser visitados e revisitados sempre.
Além do
embasamento teórico, a leitura dos clássicos proporciona a estabilidade do
modelo que se está adotando no presente. Nesse sentido a biblioteca, para os
apaixonados pelas leitura, pela cultura, pelo conhecimento, ou simplesmente
pelo prazer da leitura, proporciona uma visão antecipada do paraíso, ou do
melhor dos mundos (que é o mundo holístico), da visão do todo e do
distanciamento da mediocridade, da banalidade,
É
lógico que há riscos nessa empreitada. E o risco maior é o da solidão. Quem
sabe das coisas, quem tem a visão holística, buscada e encontrada nas
bibliotecas, nas leituras, no contato com os clássicos, não terá companheiros
de caminhada em número suficiente para uma boa troca de ideias, para uma
comunhão de objetivos, para elaboração de projetos de transformação da
sociedade.
Outro
risco é o da frustração, da decepção, do sentido do nada, no nihilismo, pois a
grande maioria dos membros da sociedade está ou estará absorvida pelo imediato,
pelo banal, pelo prático, pelo consumo.
Fica o
incentivo. O mundo é dos “nerds”, nos “holistas”, dos leitores contumazes,
daqueles que sabem das coisas. Os demais são apenas caixas de ressonância da
elite dominante e do jogo político.
Imagem:
Google
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