“Combati o bom combate...” é uma das fortes expressões contidas nas Cartas de
Paulo. Se ficarmos restritos apenas no âmbito religioso, bíblico ou cristão,
temos a ideia de que Paulo sugere a todos a luta pela defesa ou expansão do
cristianismo, que foi o grande mote de sua vida. Aliás, Paulo é um dos esteios
dessa expansão, principalmente no Império Romano.
Isto
posto, podemos inferenciar que a ideia do “bom combate” também pode ser
aplicada à vida, independentemente da religião. A universalidade de Paulo,
permite que seus conselhos possam se transformar em parâmetros para
desconstrução e reconstrução das sociedades.
O “bom
combate” rima com o bem comum. As pessoas não tem que nascer anônimo (até pode
nascer anônimo), crescer anônimo, viver anônimo e morrer anônimo. É um grande
desperdício. As pessoas precisam acontecer! Isto é, ser importante ou fazer a
diferença para alguém, para um grupo, para a família, para a sociedade.
O “bom
combate” não significa violência, mas inquietude. Inquietude com as injustiças,
com a ignorância, com a corrupção, com a exclusão. Exige porém, determinação,
prudência e amadurecimento. E conhecimento.
Pe.
Zezinho, em suas músicas, sempre deixa uma mensagem de paz, de inquietude e de
profetismo. Tudo a ver com o “bom combate”. Com espíritos superiores, isto é,
mentalidades acima das banalidades. O mundo caminha para a banalidade geral.
Combater
o bom combate é lutar por um mundo melhor, sem injustiças e exclusões. São
incontáveis os exemplos.
Há
aqueles que vestem a camisa, a tudo renuncia e parte para uma atividade
voluntária em terras longínquas, no coração do mundo. Lá, batalham, por exemplo
pela saúde dos nativos, combalida pela pelas doenças urbanas levadas pela
civilização branca, havida por riquezas. Muitos morrem junto, vencidos pela
dimensão gigante dos estragos causados pelos invasores.
Pais
que lutam pela educação equilibrada dos filhos e, no final da vida, percebem
que estão deixando não um mundo melhor para os filhos, mas filhos melhores para
o mundo. Não esqueçamos dos pais que fizeram de tudo para os filhos se
tornassem gente. Fizeram isso honestamente, nutridos de ótimos propósitos. Se
os filhos não os corresponderam, não foi por culpa dos pais, que nem por isso
deixaram de “combater o bom combate”.
Mães
que consomem suas vidas nas lidas da cozinha, fazendo de tudo para fortalecer
as asas dos filhos para que eles possam voar com segurança no tempo certo, mas
deixando o “ninho vazio” e essas mães sofrem a solidão do abandono, sem
reclamar, num canto qualquer de um asilo. Guerreiras do bom combate.
Esposas
que se desinstalam, renunciando à sua paz de seu lar, assumem de forma radical
o amor puro e verdadeiro pelo marido e o acompanha por lugares distantes em
busca, por exemplo, de adequado tratamento de saúde. Exemplo claro do “bom
combate”.
E a filha
que opta pelo celibato para cuidar da mãe. Assim o faz dedicando-se 100% de sua
vida. O tempo passa... E quando a mãe falece, ela, a filha já está praticamente
nas mesmas condições da mãe. Quem cuidará dela? Combateu ou não o “bom
combate”?
Há
tantas outras considerações a fazer. Esta é apenas uma pequena mostra.
Imagem:
Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário