sábado, 30 de novembro de 2013

ATOS E SENTIMENTOS


“Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos...
Atos são pássaros engaiolados,
sentimentos são pássaros em vôo”.
(MÁRIO QUINTANA)


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

VOAR


Sonho que o homem alimento desde os tempos de seus ancestrais...
Voar como pássaros!

Voar sempre encanta. Encanta pelas possibilidades... Conhecer as alturas. Ser definitivamente livre das amarras que o prendem á terra, onde a vida, não raras vezes, significa apenas nascer, crescer, casar ou não casar, filhos, envelhecer e chegar ao entardecer da existência e o luto final...

Voar é sinônimo de liberdade... O homem não consegue fazer isso sozinho, não tem asas... Construiu máquinas voadoras maravilhosas,  monstruosas, algumas vezes catastróficas, engenhocas, enfim.... Mas não é a mesma coisa.

Os pássaros voam, migram, mudam de mundos, orientam-se pelo calor do sol e buscam refúgio nos recantos mais exóticos do mundo. Isso fascina o homem... Então ele sonha, pensa, imagina...

O homem ainda quer voar.... Mas ele se consola com a imaginação... Consola-se com a imaginação e suas possibilidades.... Então ele voa.

Voa para os braços da amada distante...
Voa para o paraíso que os pássaros descobrem...
Voa para as regiões do mundo onde palpita a sua história...
Voa para os lugares apenas frequentados pelas celebridades...
Voa para o interior de sua alma, onde constrói os projetos que viabilizarão seus planos para o futuro...
Voa para o universo, conhecer “in loco” aqueles lugares visíveis apenas via ficção científica ou pelos telescópios...

O homem sonha, sonha alto, sonha muito. Às vezes tira os pés do chão, infantiliza-se, aliena-se...

Mas é o sonho que faz o homem caminhar rumo ao conhecimento. Evoluir... Progredir...


Consciente de seu mundo, a terra, que o homem possa continuar sonhando, voando via sua imaginação... Pois os pássaros apenas voam... Não sonham...

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

PERDÃO


Não é fácil falar de perdão.... Se não é fácil falar, mais difícil ainda exercitá-lo. Exige um enorme esforço para a superação de si mesmo... Só quem já foi ofendido, principalmente por pessoas próximas, parentes e amigos tidos como verdadeiros, sabe o quanto de dor inunda a sua alma.

O perdoar, um ato de esquecer as ofensas recebidas, uma necessidade fundamental para nossa vida. Não perdoar significa permanecer escravo da pessoa ofensora. Enquanto a gente permanece remoendo aquela ou aquelas ofensas essa pessoa continua fazendo parte de nossa existência, onde e quando a gente estiver.

O perdão é o caminho para eliminar as feridas da nossa alma. Jamais vai existir um tratamento médico ou psicológico, ou  mudar de religião, ou ler livros de auto-ajuda, que possam curar tais feridas. Eles farão de tudo, nos intoxicarão de remédios, de muitas conversas... Nada vai acontecer... A não ser que aconteça o perdão, a partir de uma atitude sua, própria, consciente de perdoar. Então, antes de investir dinheiro nesses tratamentos, é bom pensar em praticar o perdão. Com isso, tudo ficará mais fácil. É impossível ter uma vida (emocional, espiritual e física) saudável, cultuando mágoas e ressentimentos. Perdoar é a única maneira de ficarmos livres, quebrando os elos que nos unem e nos prendem ao passado.

Quem não perdoa, não pode esperar perdão. “Querer ser perdoado, sem querer perdoar, além de incoerência é crueldade premeditada” (Pe. Zezinho).

O perdão tem o dom de curar os relacionamentos doentes.

O exercício do perdão é também um exercício de sinceridade, de generosidade, de doação. O maior beneficiado é quem perdoa. Menos quem é perdoado. Este muitas vezes nem fica sabendo, pois ou já morreu ou está muito distante no passado, ou muito longe geograficamente. Se estiver por perto melhor ainda. Gera paz, de espírito e de consciência. É gesto de amor, o amor no melhor sentido da palavra: o amor-ágape.

Todas as religiões têm o perdão como um dos elementos fundamentais de seus ensinamentos. E evocam os seus fundadores como exemplos máximos do exercício do perdão. É o caso de Jesus Cristo, que assumiu em sua vida todas as ofensas da humanidade. Como homem foi corajoso. Como Deus, cumpriu sua missão.

Quando a gente perdoa somos mais ou menos isso. É preciso coragem, ter fé, especialmente quando o nosso perdão significa o esquecimento completo e definitivo das ofensas, nada exige do ofensor e o expressa não só por palavras, mas com atos concretos.




terça-feira, 26 de novembro de 2013

COMPULSÃO


Estive pensando seriamente sobre um assunto que está sendo muito comentando ultimamente (parecendo até chique, quando envolve as celebridades da grande mídia).

Mas é um assunto sério, pois é uma doença que vem se alastrando pela sociedade, acometendo pessoas de todas as classes sociais, exigindo uma atenção muito forte de pais, parentes, cônjuges, amigos e autoridades da área da saúde pública.

“As compulsões, comportamentos compulsivos ou aditivos são hábitos aprendidos e seguidos por alguma gratificação emocional, normalmente um alívio de ansiedade e/ou angústia. São hábitos mal adaptativos que já foram executados inúmeras vezes e acontecem quase automaticamente”, Diz o Dr. Geraldo Ballone.

 Ele continua: ”Diz-se que esses comportamentos compulsivos são mal adaptativos porque, apesar do objetivo que têm de proporcionar algum alívio de tensões emocionais, normalmente não se adaptam ao bem estar mental pleno, ao conforto físico e à adaptação social. Eles se caracterizam por serem repetitivos e por se apresentarem de forma freqüente e excessiva. A gratificação que segue ao ato, seja ela o prazer ou alívio do desprazer, reforça a pessoa a repeti-lo, mas, com o tempo, depois desse alívio imediato, segue-se uma sensação negativa por não ter resistido ao impulso de realizá-lo. Mesmo assim, a gratificação inicial (o reforço positivo) permanece mais forte, levando a repetição”.

Compulsão (ou compulsões, pois são muitas), envolve alterações comportamentais, com consequencias na deterioração física, na desorganização da família, no comprometimento da carreira profissional, na área financeira e na evolução crescente da desintegração psicológica.

Quanto a sua origem, podemos citar dois aspectos:
1. Ela começa acontecer com os exageros e descontroles praticados em uma ou mais atividades da vida cotidiana. Serão citadas mais abaixo.
2.  Sua origem (aí se entra no terreno das hipóteses) mais remota está nas várias fases da infância, e até mesmo na vida intra-uterina, quando alguma coisa de errado aconteceu com a pessoa e a marcou para sempre. Rejeição, tragédias, bullyng, doenças graves, estão entre os principais fatos que os estudiosos comentam como possíveis geradores da compulsão, que pode se instalar a qualquer momento.

Listar as compulsões não é tarefa fácil. Aqui seguem algumas:
Compulsão por compras
Compulsão por drogas
Compulsão por limpeza
Compulsão por sexo
Compulsão por jogo
Compulsão por trabalho (os workaholics)
Compulsão por atividade física exagerada
Compulsão por comida
Compulsão por não comer
(E tantas outras...)

As pessoas compulsivas por trabalho, as workaholics, são severas, isoladas, inflexíveis, perfeccionistas, amargas e exageradamente “realistas”. Tais características também são encontradas em pessoas com algumas das demais compulsões.

A Compulsão tem cura. Mas a pessoa acometida por ela, geralmente conhecida como TOC – Transtorno obsessivo-compulsivo, não consegue sair dela sozinho. Precisa de ajuda. E as pessoas que convivem com ela, também. A área da medicina que trata desses casos é a Psiquiatria, que em casos extremos receitam medicamentos antidepressivos. A Psicologia também trabalha muito nesses casos, pois ajuda a pessoa buscar em sua essência as causas remotas da Compulsão e tratá-las.

A ajuda e colaboração das pessoas próximas também é importante. Mas precisa ser uma ajuda séria, construtiva, amiga e amorosa, sempre de acordo com os parâmetros dos psiquiatras e psicólogos.

Na internet há muitas informações sérias a respeito da Compulsão.

Tenho esperança de que as pessoas compulsivas venham a encontrar os caminhos para que sua vida seja normal e feliz.



segunda-feira, 25 de novembro de 2013

RESPEITO A INDIVIDUALIDADE


Uma das regras de ouro da boa convivência humana é o respeito à liberdade do outro. Cada individuo tem suas qualidades, características e personalidade própria,  que o faz único. Por isso ele é “indivíduo”, isto é, indivisível, inseparável alma e corpo, corpo e mente.

Mesmo aqueles gêmeos univitelinos não são iguais. Podem ter a mesma fisionomia, a mesma estatura, a mesma envergadura, a mesma fisionomia, os mesmos hábitos, confundidos por pais, mães, parentes e namorados e namoradas, porém em alguma característica, em alguma particularidade eles são diferentes.

Para respeitar o outro é absolutamente necessário conhecer todas as questões  que envolvem a formação e o processo de crescimento do ser humano. Portanto, muito estudo.

Respeitar a individualidade do outro é não invadir o seu espaço. Cada pessoa tem um espaço único, só seu e que só ele e Deus conhecem. Não invadir o seu espaço, é não tentar dominá-lo, não submetê-lo à obediência cega, não limitar seus gostos e opiniões.

Isso vale para todos os processos de relacionamento, incluindo a amizade, o emprego, a prestação de serviços, o relacionamento a dois, a relação cliente-fornecedor, a relação professor-aluno e tantos outros

Respeitar a individualidade envolve também a eliminação do preconceito em todas as suas formas. Para acabar com esse sentimento abominável é necessário uma conversão íntima, natural, progressiva, educacional do ser humano para ser humano, de gente para gente. Isso quer dizer, não adianta falar que não tem preconceito... É, antes de tudo necessário  extirpá-lo da mente, das premissas, do coração e todo esse processo se projetar nas atitudes do cotidiano.

Um relacionamento a dois, maduro, duradouro, só é possível, se as pessoas se amam, se conhecem, se respeitam, se somam, e caminham lado a lado mirando objetivos únicos, um futuro único. É lógico que nesse nível de amadurecimento, esses objetivos são colimados, meditados e construídos a dois, tendo como pano de fundo e não só o amor, mas a amizade, o respeito, a felicidade e a paz.


Respeitar a individualidade é um belo caminho para a construção da paz e da felicidade.

domingo, 24 de novembro de 2013


E por falar em saudade onde anda você
Onde anda seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou louco de prazer
E por falar em beleza onde anda a canção
Que se ouvia nos bares de então
Onde a gente ficava, onde a gente se amava
Em total solidão
Hoje eu saio na noite vazia
Numa boemia sem razão de ser
Na rotina dos bares, que apesar dos pesares
Me trazem você
E por falar em paixão, em razão de viver
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos  lugares, na noite nos bares
Onde anda você.


Vinicius de Moraes

sábado, 23 de novembro de 2013

FANATISMO....................(Ouçam a música abaixo, na bela interpretação de FAGNER


Fagner, sobre poema de Florbela Espanca

Minh’alma, de sonhar-te perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
Pois que tu és já toda minha vida.

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu a amor a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história, tantas vezes lida!

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa...”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina, fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como deus: princípio e fim!


Eu já te falei de tudo, mas tudo isso é pouco,
Diante do que sinto



Fanatismo - Raimundo Fagner (1981)

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

FINITUDES


Hoje é sexta-feira, último dia útil da semana, simbólico, ansiosamente aguardado por tanta gente. Casual Day, happy-hours, festas, cachaçarias, confraternizações... Os bares cheios e as escolas vazias... Parece que o mundo vai acabar em breve, muito breve.

Vem-me a sensação de finitude... E é sobre isso que eu quero refletir nesta sexta-feira. Fim-de-semana, fim de um monte de coisas...

Volto-me ao passado, revejo minha história, a concepção, o fim da gravidez de minha mãe, o fim da primeira infância, o fim da puberdade, o fim da adolescência, o fim da juventude, a idade adulta... Que outros fins terei?... Mas qual a “finalidade” da vida?

Perdas e ganhos... Quantos “ganhos”? Quantas “perdas”?

Nas noites sem nuvens miro o infinito. Vejo as estrelas, as nebulosas, tento encontrar as constelações, os buracos negros. Invejo os astrônomos e os autores de ficção científica.
Aí me lembro dos “entendidos”: eles falam que em termos de conhecimento do universo estamos apenas engatinhando.

Quero pensar da “finalidade” da vida. De onde vim e para onde vou? Qual o verdadeiro sentido da vida? Trabalhar? Apenas trabalhar?

Por outro lado, outros dizem que já tocamos em quase todos os planetas do nosso sistema solar e isso é um grande avanço do conhecimento humano, mas ainda não sabemos tudo sobre, por exemplo, o nosso cérebro e de outros sistemas do nosso corpo. Que mistério é esse? Contradições...

E as questões da alma? Acredito que a alma existe, pois senão eu não haveria de gostar de música, de livros, de arte. Não acreditaria no amor, nos sentimentos, nas pessoas... Não teria a certeza de que nesse quesito somos diferentes dos animais. A origem da nossa consciência também é outro mistério.

Ah! Sim, lembrei-me de um cientista que disse que o conhecimento humano vai até um limite. Depois disso fica no âmbito da fé. A fé é uma questão do espírito, da alma...

Não há finitudes, mas continuidades... Sim, Deus existe e eu acredito n’Ele.





quinta-feira, 21 de novembro de 2013

LUZ PRÓPRIA


Uma pequena história:

O discípulo, muito triste procurou seu mestre. Este lhe perguntou por que estava triste. O discípulo emendou:
- Meus amigos reclamaram de mim, dizendo que sou muito simples, não gosto de barulho, não uso roupa da moda, fico pouco tempo nas festas, e que não tenho luz própria. O mestre retrucou:
- Existem pessoas que gosta do sol artificial, de luzes artificiais, fogos de artifício, coisas passageiras. Existem outras pessoas que preferem o sol real, que brilha sempre. Mesmo num dia nublado, temos certeza que ele está lá. Qual é o seu sol? O discípulo respondeu:
- Eu prefiro o sol real. O mestre, então, completou:
- Pois continue assim meu filho. O tempo vai passar e de repente as pessoas vão perceber a sua luz que é perene.

Ter luz própria é algo que diferencia e qualifica as pessoas, tornando-as iluminada e iluminadora. Dentre as qualidades de uma pessoa com essas características destacam-se a simplicidade, a alegria, a espontaneidade, a liderança, as capacidades de ouvir, de falar o necessário, de observar o ambiente, de estar antenado ao que está acontecendo no mundo. Uma pessoa assim está sempre bem informada e não só informada, mas formada sobre a maioria dos assuntos.

Uma pessoa que tem luz própria está sempre cercada por outras pessoas, porque, de alguma maneira, ela atraí amigos e os amigos gostam de estar junto dela, pois ela sempre as melhora, ela tem sempre algo de bom para oferecer: um conselho, um apoio, uma palavra amiga ou simplesmente um sorriso amigo.

Na maioria das vezes as qualidades das pessoas iluminadas são naturais, vem do berço, da sua estrutura familiar, dos valores cultivados na infância e juventude. São como sol real que brilha constantemente. Mas podem ser adquiridas, dependendo exclusivamente da força de vontade e determinação das pessoas.

Para que isso aconteça, como é muito difícil ter um mestre, é necessário uma auto-avaliação e seguir os exemplos das pessoas bem sucedidas.

Vale o ensinamento do Dr. Walter Doyle Staples, no seu livro “Pense como um vencedor‘:

“Quando você muda o seu modo de pensar, mudam suas crenças. Quando você muda suas crenças, mudam suas expectativas. Quando você muda suas expectativas, muda sua atitude. Quando você muda sua atitude, muda seu comportamento. Quando você muda o seu comportamento, muda seu o desempenho. Quando você muda o seu desempenho, você muda a sua vida”.

Esse é o meu desejo sincero.


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

AMOR AO PRÓXIMO


Uma das mais importantes regras da maioria das religiões e que tem impacto direto na vida social é o amor ao próximo. No Cristianismo ele é muito forte, pois foi expresso pelo próprio fundador Jesus Cristo na célebre frase “ama teu próximo como a ti mesmo”. E Ele ensina em várias passagens descritas pelos Evangelistas a forma de expressá-lo na prática.

Muitos homens e mulheres assumiram a condição de amar plenamente as pessoas, tornaram-se ícones e fizeram essa  idéia sobreviver no tempo e ainda hoje é tão forte quanto necessário.  Ninguém esquece, e são unanimidades as figuras de Madre Tereza de Calcutá, no mundo e de Irmã Dulce, no Brasil. Outros exemplos estão por aí. Basta um olhar mais atento ao nosso redor e na História da Humanidade.

Não vou entrar no mérito das definições de amor. Quero apenas me fixar no “no amor ao próximo”, que hoje é o mesmo que solidariedade e altruísmo.

Para que eu possa me dedicar às pessoas que necessitam de mim, preciso ter, antes de tudo, uma disposição íntima, um desprendimento, uma humildade, uma simplicidade, para poder olhar para quem está do meu lado e sentir que essa pessoa precisa de mim. Eu preciso desejar para as pessoas o que eu quero p’ra mim. Eu preciso fazer para elas que eu desejo que elas me façam.

Hoje, há as formas modernas de necessidade, não apenas a necessidade clássica, marcada pela pobreza. Pessoas de qualquer nível social necessitam de algo, em algum momento. Todas as pessoas precisam de nosso amor-doação, que é a solidariedade, o amor-ágape.

Há “n” formas de amar ao próximo. Jamais devo me sentir ou me apresentar superior às pessoas. A solidariedade me leva a me colocar ao lado delas.


E nem é necessário perguntar às pessoas se elas estão precisando. Basta olhar para elas. Os olhares tristes, perdidos em algum ponto no horizonte, comunicam muito mais que palavras.

Ativo minha solidariedade na partilha do tempo, no ouvir as angústias das pessoas, suas tristezas, suas alegrias, suas decepções e esperanças. Orientá-las quando as situações exigem ou possibilitem.

Expressar o meu amor, na assistência às necessidades materiais momentâneas, uma eventual falta de dinheiro, de remédio, de uma viagem emergencial; ou temporárias, orientando-as na busca de um emprego ou aperfeiçoamento profissional para se predispor a uma melhoria salarial ou busca de novas oportunidades.

São incontáveis as possibilidades. Todos passam por situações assim. Todos. Não precisa ser religioso praticante... Basta despertar esse sentimento de amor, que muitas vezes está adormecido dentro nós.

É triste, muito triste, ver pessoas sofrendo, principalmente os mais próximos e especialmente os amigos.


São João da Cruz, um dos mais importantes doutores da igreja assim se expressou: “...No entardecer da vida seremos julgados pelo amor...”.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

PONTO DE PARTIDA



Todos os dias a vida nos desafia a tomar decisões. O próprio ato de acordar e de se levantar já é uma tomada de decisão. Se eu decido a me levantar eu decidi a viver... E viver é tomar decisões, é negociar, é se responsabilizar por atos que a cada instante somos instigados a realizar e a agir, enfim, tomar decisões. São os pontos de partida.

Pontos de partida são objetivos que traçamos para ser atingidos a curto, médio ou a longo prazos.

Cada decisão é o inicio de uma caminhada. Um ponto de partida. Podemos imaginar as conseqüências, podemos calcular os resultados, mas jamais saberemos o que de fato vai acontecer. Os pontos de partida acontecem em nossa vida todos os dias com suas virtudes e méritos, mas, também, seus riscos.

Os pontos de partida geram riscos.

Se decidimos, usar nossa liberdade para ir e vir, freqüentar ambientes impróprios, encontrar pessoas inadequadas, é um ponto de partida... Podemos ser felizes por alguns momentos, mas podem trazer problemas irreversíveis. É como saborear uma laranja lima: doce e saborosa no início e amarga no final.

Se sonhamos gerar um filho, é um ponto de partida... Um filho é uma realidade “ad eterna” em nossa vida, na alegria, na tristeza, na frustração e no sucesso. Haja noites indormidas...

Se decidimos estudar ou parar de estudar e buscar outro caminho, é um ponto de partida... Surgirão  as consequências referentes ao futuro.

Se buscamos um novo amor, é um ponto de partida... Um novo amor é uma caminhada no escuro. Jamais saberemos se vai dar certo ou não. Só mesmo na intimidade do cotidiano, esse encontro vai se mostrar viável ou não. Cuidado para não se apaixonar antes da hora.

Se terminamos um relacionamento, é um ponto de partida... Dores surgirão, sentimentos de vazio e busca de forças para a recuperação, equilibrar-nos emocionalmente, para um novo ponto de partida. Permanecermos sós ou buscar um novo relacionamento.

Se decidimos nos calar sobre determinado assunto, é um ponto de partida... O silêncio é um direito inalienável nosso. É uma atitude de segurança, mas bem que nossa voz poderia ajudar as pessoas e terem seus novos pontos de partida.

Se resolvemos, ao contrário, falar, é um ponto de partida. Não temos garantias de que seremos bem compreendidos. Uma palavra mal colocada pode gerar desdobramentos imprevisíveis.  Podemos, sim, ajudar pessoas a terem novos pontos de partida. Tudo é possível.

Pois, é a lista é interminável, com aspectos positivos e negativos. Lembro-me da lenda africana que conta que todos os dias, assim que o sol nasce, a gazela tem a certeza que deverá correr muito. Essa será a diferença entre a vida e morte, pois atrás dela vem o leão. Já o leão, na mesma hora, tem a certeza de que deverá correr muito mais que a gazela para alcançá-la. Será a diferença entre a vida e a morte (de fome). Quanto a nós, não sabemos se somos gazela ou leão. De qualquer forma temos que correr e muito. É um dos  nossos pontos de partida...


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A SOLIDÃO NECESSÁRIA


Oi solidão, venha cá, senta aqui... Precisamos conversar um pouco. Sabe, hoje tive um “dia daqueles!”... Quanta correria! Estou cansada, muita cansada, mas feliz. Não, não estou triste, só preciso conversar um com você.

Sabe amiga, há tanta coisa para se fazer hoje em dia...

Li recentemente um artigo de Rubens Alves, chamado “A Pedagogia dos Caracóis” e fiquei impressionada e pensativa, pois na correria do dia-a-dia, a gente acaba não percebendo muitas coisas que acontecem ao nosso redor. O caracol, caminhando bem devagar tem muito mais possibilidades de viver  bem e melhor.

É o trabalho profissional, com suas imprevisões. A gente, de manhã, faz um plano para o dia, mas às vezes nada dá certo. E isso cansa mais que o normal.

Quando a gente chega a casa e ainda tem muito que fazer. De repente a gente olha para a janela e percebe que o dia passou, já é noite e é hora de pensar nas coisas que precisarão ser feitas amanhã.

Vou para o sofá e acabo por me deitar e (quantas vezes) durmo ali mesmo! Quando acordo já tarde, mas mesmo assim ainda tento acessar a rede social. Tenho muitos amigos e amigas. Sinto saudade deles, como eles sentem saudade de mim. Gosto de conversar com eles, Alguns me mandam coisas banais, algo sem sentido ou fundamento. Não dou importância para essas mensagens. Mas a maioria é coisa boa, mensagens lindas, que fazem pensar e eu gosto de compartilhar com outros amigos meus.

Mas, chega um momento que a gente precisa parar, sabe solidão. Olhar para o passado, recordar as coisas boas, ver os erros, não lamentá-los, mas aprender com eles.  Ver o presente, o que eu tenho? Marido? Filhos? Emprego? Sonhos?

Sonhos me fazem pensar no futuro. Futuro existe? Ou é algo que se constrói aqui e agora? Não sei amiga solidão. Preciso pensar sobre isso...  O que ensinar aos filhos? Como conviver com a tecnologia, como por exemplo, a internet?

Amiga, nunca me esqueço de você... Como é bom ficar um tempo só!

Eu sei que preciso ler, me informar. Estou lendo um livro... Mas na realidade, você, solidão é mesmo necessária para me ajudar a fazer esta viagem, que na verdade é para dentro de mim mesma...

Preciso de tempo, preciso de você, amiga solidão!





domingo, 17 de novembro de 2013

SONETO DO AMOR TOTAL



Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente

E de te amar assim, muito e amiúde
E que um dia teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

(Vinicius de Moraes)

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

SE A MÁGOA TIVESSE COR (FLORBELA ESPANCA)

Teus olhos tem uma cor
de uma expressão tão divina,
tão misteriosa e triste
Como foi a minha sina!

É uma expressão de saudade
vagando num mar incerto.
Parecem negros de longe...
Parecem azuis de perto...

Mas nem negros nem azuis
são teus olhos meu amor...
Seriam da cor da mágoa,
Se a mágoa tivesse cor.

OH! MEU BRASIL REPUBLICANO!


Oh! Meu Brasil, hoje é o seu dia, o dia em que você se tornou republicano!

Aprendi na escola que República é uma coisa boa, que significa res publica, ou melhor, “da coisa publica”, um regime político que visa o bem comum. Aprendi que tem gente que até confunde República com democracia e que democracia é o “governo eleito pelo povo e para o povo”.

Sabe, meu Brasil, tudo parece uma coisa boa! Ser uma República, contrapondo a monarquia, aquele governo em que o líder político é vitalício no poder.

Sei que o regime republicano exige a alternância, isto é, o líder, o administrador, tem um tempo específico para governar e dar sua contribuição para você, meu querido país, e ao povo que você abriga.

Porém, meu querido Brasil, sua história, o seu passado lhe foi terrível. Vieram os amigos portugueses, colonizadores, tiraram-lhe tudo... e ainda acostumaram mal o seu povo.

Sabe, meu querido Brasil, esse passado lhe ensinou a infantilidade, a esperar tudo de quem está ou tem algum poder. Vieram os Coronéis e a relação de compadrio; a manipulação, a dependência, as eleições de cabresto, as oligarquias estaduais e o povo cada vez mais longe, esquecido.

É isso que eu lamento meu Brasil: o povo foi esquecido, relegado a um segundo plano, massa de manobra dos políticos, da mídia. O povo ficou sem educação!

Qual a razão, meu Brasil, qual a razão de você não querer dar educação para o seu povo? Medo dos políticos perderem seus poderes? Será que é verdade mesmo que um povo educado é um perigo?

Será que apenas programas de TV, futebol, carnaval, são suficientes?
(Fizeram isso em Roma  - pão e circo – e o Império fracassou!)

Mas, meu país, os desastres ecológicos estão acontecendo no mundo e aqui também. Acontece que aqui o povo sofre mais. É enganado. Os políticos fazem promessas e não cumprem. Parece que torcem para que os desabrigados desapareçam logo ou morram na próxima catástrofe!

Oh! Meu querido Brasil...

Sinto vergonha dessas coisas.

Sinto vergonha dos políticos, sinto vergonha da corrupção, da violência, do preconceito...

Sinto vergonha dos alunos ameaçando ou agredindo professores.

Sinto vergonha das coisas que você copia dos outros países, que nada tem a ver com a nossa realidade.

Sinto vergonha de ver a juventude se consumindo em droga e suas autoridades apenas preocupadas em prender traficantes. Enquanto houver consumo haverá quem forneça.  É como enxugar gelo!

Sinto vergonha da justiça que solta os bandidos presos ela polícia, tornando inócuo do trabalho policial.

Sinto vergonha da impunidade dos poderosos, dentre eles políticos, médicos, advogados, juízes, administradores que abusam de você, do seu e do nosso dinheiro.

Sinto vergonha quando fico sabendo que empresas brasileiras perdem dinheiro lá fora porque seus negociadores brasileiros não sabem negociar em inglês. (Resultado da nossa fraquíssima educação e do desinteresse dos estudantes).

Sinto vergonha da degradação do meio ambiente, da devastação das florestas, dos amimais ameaçados, e do roubo das plantas medicinais desconhecidas por você e patenteadas no exterior.

Oh! Meu querido Brasil...

Queria apenas homenageá-lo, pelos seus 124 anos de República. Queria apenas cantar suas maravilhas, suas conquistas, seus sucessos, suas músicas, seus intelectuais, muitos desconhecidos aqui.

Queria apenas vestir suas cores, enrolar-me em sua bandeira. Mas hoje, ninguém fará isso. Vestirão as camisas de seus times e irão à praia, Vão beber, fazer farra, falar mal de você e de sua gente (E com razão).

Quanto a mim, tenho meu time, mas não vestirei sua camisa.

Mas sua bandeira, meu querido Brasil, continuará em meu coração... Não tenho esperanças de melhora imediata. Farei minha parte, alertando sobre sua verdade.

Quem sabe um dia seu povo acorda definitivamente.



quarta-feira, 13 de novembro de 2013

PALHAÇO


Estou te imaginando, Palhaço, meu amigo...
Estou te vendo, pois estás sempre em minha mente.
És simpático, és alegre...
Conheço tua história...

Tens andado pelas estradas, pelas vilas, pelas cidades, pelas praças,...
Alegrando, animando gentes de todas as idades, especialmente as crianças.

Lá na Roma Antiga, estavas nas esquinas fazendo estripulias, alegrando as multidões, fazendo-as esquecer os desmandos dos imperadores.

Andastes pelos palácios, onde já fostes “bobos da corte”, desentediando aqueles ambientes frios, políticos, marcados pela etiqueta e pela corrupção.

Ah! Meu amigo palhaço...
Tua vida não tem mudado. Vieram os circos. Ganhastes mais platéias.
Tua maquiagem o diferencia....
Tuas roupas extravagantes, antigamente cheias de palha, permitem-lhe as “palhaçadas”...
Que divertem as crianças,
Que fazem rir os grandes,
Que geram fantasias, sonhos...

Ah! Meu amigo palhaço...
Causas medos, traumas, superstições, nunca superados...
És amado, nunca odiado, às vezes evitado.
És ingênuo...
Uns te acham não tão confiável...
És comparado aqueles que não levam as coisas a sério

Ah! Meu amigo palhaço...
Sei que és humano...
Sei que sonhas... És responsável...
Sei que choras, ri, preocupa-te com aqueles que amas.
Sei que amas: tua gente, teu trabalho...
Sei que no palco dás tudo de ti, que és autêntico, puro de alma...

Ah! Meu amigo palhaço...
Não desistas de tuas palhaçadas,
Não te preocupes com os medos,
Continues fazendo sonhar, rir, chorar, pois tu és aquele que ainda ajuda a fazer a vida ter sentido.







terça-feira, 12 de novembro de 2013

INSENSATEZ


CANTA FERNANDA TAKAI


Ah, insensatez que você fez
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor
O seu amor
Um amor tão delicado
Ah, por que você foi fraco assim
Assim tão desalmado
Ah, meu coração, quem nunca amou
Não merece ser amado

Vai meu coração ouve a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Vai, meu coração, pede perdão
Perdão apaixonado
Vai, porque quem não pede perdão
Não é nunca perdoado

TENHA MENTE GRANDE


“Tenha mente grande.

Resista, ao enfrentar dificuldades no lar, estar sem dinheiro até para o insignificante, haver perdido oportunidades, sentir-se debaixo de pressões, carregar a velha mágoa, a dor insistente, o parente difícil, a incompreensão da pessoa amada, ver o tempo passar sem fazer nada de útil.

Se crer em objetivos mais altos, educar valores na alma e pensar positivamente, tudo isso não é nada. A força das dificuldades terá sido mais fraca do que a resistência e não causará sofrimento.

Uma mente grande é como um caminhão grande, transporta maior peso”.

(Lourival Lopes)


segunda-feira, 11 de novembro de 2013


"Tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo".  Mário Quintana)

domingo, 10 de novembro de 2013

INSENSATO DESTINO

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Oh insensato destino pra que
Tanta desilusão no meu viver
Eu quero apenas ser feliz
Ao menos uma vez
E conseguir o acalanto da paixão

Fui desprezado e magoado
Por alguém que abordou meu coração
Fui desprezado e magoado
Por alguém que abordou meu coração

Destino porque fazes assim
Tenha pena de mim
Veja bem não mereço sofrer
Quero apenas um dia poder
Viver num mar de felicidade
Com alguém que me ame de verdade
(Bis)

Link hattp/fagalume.vagalume.com.br/almirguineto/insensato destino.htm
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