sexta-feira, 15 de novembro de 2013

OH! MEU BRASIL REPUBLICANO!


Oh! Meu Brasil, hoje é o seu dia, o dia em que você se tornou republicano!

Aprendi na escola que República é uma coisa boa, que significa res publica, ou melhor, “da coisa publica”, um regime político que visa o bem comum. Aprendi que tem gente que até confunde República com democracia e que democracia é o “governo eleito pelo povo e para o povo”.

Sabe, meu Brasil, tudo parece uma coisa boa! Ser uma República, contrapondo a monarquia, aquele governo em que o líder político é vitalício no poder.

Sei que o regime republicano exige a alternância, isto é, o líder, o administrador, tem um tempo específico para governar e dar sua contribuição para você, meu querido país, e ao povo que você abriga.

Porém, meu querido Brasil, sua história, o seu passado lhe foi terrível. Vieram os amigos portugueses, colonizadores, tiraram-lhe tudo... e ainda acostumaram mal o seu povo.

Sabe, meu querido Brasil, esse passado lhe ensinou a infantilidade, a esperar tudo de quem está ou tem algum poder. Vieram os Coronéis e a relação de compadrio; a manipulação, a dependência, as eleições de cabresto, as oligarquias estaduais e o povo cada vez mais longe, esquecido.

É isso que eu lamento meu Brasil: o povo foi esquecido, relegado a um segundo plano, massa de manobra dos políticos, da mídia. O povo ficou sem educação!

Qual a razão, meu Brasil, qual a razão de você não querer dar educação para o seu povo? Medo dos políticos perderem seus poderes? Será que é verdade mesmo que um povo educado é um perigo?

Será que apenas programas de TV, futebol, carnaval, são suficientes?
(Fizeram isso em Roma  - pão e circo – e o Império fracassou!)

Mas, meu país, os desastres ecológicos estão acontecendo no mundo e aqui também. Acontece que aqui o povo sofre mais. É enganado. Os políticos fazem promessas e não cumprem. Parece que torcem para que os desabrigados desapareçam logo ou morram na próxima catástrofe!

Oh! Meu querido Brasil...

Sinto vergonha dessas coisas.

Sinto vergonha dos políticos, sinto vergonha da corrupção, da violência, do preconceito...

Sinto vergonha dos alunos ameaçando ou agredindo professores.

Sinto vergonha das coisas que você copia dos outros países, que nada tem a ver com a nossa realidade.

Sinto vergonha de ver a juventude se consumindo em droga e suas autoridades apenas preocupadas em prender traficantes. Enquanto houver consumo haverá quem forneça.  É como enxugar gelo!

Sinto vergonha da justiça que solta os bandidos presos ela polícia, tornando inócuo do trabalho policial.

Sinto vergonha da impunidade dos poderosos, dentre eles políticos, médicos, advogados, juízes, administradores que abusam de você, do seu e do nosso dinheiro.

Sinto vergonha quando fico sabendo que empresas brasileiras perdem dinheiro lá fora porque seus negociadores brasileiros não sabem negociar em inglês. (Resultado da nossa fraquíssima educação e do desinteresse dos estudantes).

Sinto vergonha da degradação do meio ambiente, da devastação das florestas, dos amimais ameaçados, e do roubo das plantas medicinais desconhecidas por você e patenteadas no exterior.

Oh! Meu querido Brasil...

Queria apenas homenageá-lo, pelos seus 124 anos de República. Queria apenas cantar suas maravilhas, suas conquistas, seus sucessos, suas músicas, seus intelectuais, muitos desconhecidos aqui.

Queria apenas vestir suas cores, enrolar-me em sua bandeira. Mas hoje, ninguém fará isso. Vestirão as camisas de seus times e irão à praia, Vão beber, fazer farra, falar mal de você e de sua gente (E com razão).

Quanto a mim, tenho meu time, mas não vestirei sua camisa.

Mas sua bandeira, meu querido Brasil, continuará em meu coração... Não tenho esperanças de melhora imediata. Farei minha parte, alertando sobre sua verdade.

Quem sabe um dia seu povo acorda definitivamente.



Nenhum comentário:

Postar um comentário