Será que existe?
É uma pergunta, cuja
resposta é difícil... O mundo
de hoje prega demais o individualismo. A pregação é do tipo “você tem o Deus dentro de si e tudo pode, de
tudo é capaz!” Você não precisa de ajuda, e quando depende de alguém, tal
ajuda deve ser mínima. A questão é não ficar devendo favor a ninguém.
Esse isolacionismo,
eivado de egoísmo, de medo das pessoas, ainda muito carregado de preconceito,
torna a vida muito difícil, pois gera uma corrente de solidão. As pessoas mal
se conhecem, mal sabem os nomes, muito pouco se falam.
É uma situação muito
triste, pois a vida social é fundamentalmente comunitária. Ninguém é uma
ilha... Há uma interdependência. Uns precisam dos outros.
Como falar em amizade
num mundo assim? Há, sim, um coleguismo mal arranjado. As pessoas falam o
necessário e de repente estão cada um no seu canto, no seu pedaço, com
compromissos mil, responsabilidades múltiplas.
Mas, há luzes ainda
brilhando no fim do túnel. E não são trens vindos no sentido contrário. São
saídas que escancaram as possibilidades de um mundo melhor, sustentado pelo
exercício das amizades verdadeiras.
Amizades verdadeiras
excedem de longe os simples coleguismo.
As amizades
verdadeiras são aqueles em que as pessoas estão juntas nas horas boas e principalmente
uma ao lado da outra nas horas de dificuldades. Enquanto o colega está no seu
canto e simplesmente deseja “boa sorte”, o amigo verdadeiro está ali,
estendendo a mão e dizendo “estamos juntos nessa parada”.
Sim, amizade
verdadeira existe. E se muitas vezes os problemas são grandes demais para uma
solução imediata, o amigo verdadeiro orienta, mostra caminhos, ou
simplesmente ouvi, chora junto ou
ri, diverte, passeia, conta histórias, enfim, vive momentos que servirão
para revigorar o “estado mental”, criar novas forças e partir para a luta. A
amizade verdadeira faz renascer seres humanos.
O coleguismo apenas
conserva o status (se está no fundo do poço, lá permanece).
Conta-se uma história
que numa guerra, um grupo de soldados perdeu a batalha e teve de recuar para
não ter perda total. Já em local seguro,
um soldado avisou ao comandante que voltaria ao campo de luta para buscar um
amigo que certamente estava ferido. O Comandante o proibiu e lhe avisou que se
desobedecesse seria punido. O soldado foi assim mesmo.
Lá chegou e de fato o
amigo estava muito ferido. Colocou-o nos ombros e retornou. Quando chegou, estava extenuado e o
comandante, furioso, gritou: “Eu não lhe proibi
de ir lá? Veja a sua situação, quase morto. E seu amigo está morto! De que
adiantou correr tanto risco? Comandante, retrucou o soldado, pode me punir, me prender, matar. Mas sabe o
que ele me disse quando lá cheguei? ...Eu sabia que você viria...
É essa amizade
verdadeira que muita gente ainda conserva e pratica... Para o bem da
humanidade...
Imagem: Google
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