Contamos no dedo
aqueles que permanecem em sua terra natal até o final da vida e podem bater no
peito, dizendo: “...Nunca saí daqui!”.
Partir, vencer
estradas, é o sonho de muitos, a grande maioria, especialmente para a conclusão
dos estudos e a construção de sua carreira. Existe uma empatia entre as pessoas
e a sua cidade natal. E o sonho da volta é expresso no silêncio, ou através de
um desejo explícito, em cartas e até mesmo através de poemas, de canções
sertanejas ou populares.
Gonçalves Dias
imortalizou “Minha terra tem Palmeiras”,
quase um hino de saudade de sua terra, o Brasil. E quem ainda não cantou “Saudades de Minha Terra”, composta por
Goíá e Belmonte, popularizada pela dupla “Belmonte e Amarai”, ou “Meu pequeno Cachoeiro”, obra de Raul
Sampaio que se refere à sua cidade natal (Cachoeiro do Itapemirim) e que Roberto
Carlos, também de lá, que a tornou imortal?
A terra natal é uma
referência de valores, de cultura, de música, de histórias da infância, de
aventuras dos tempos escolares, de segredos, de amores não correspondidos, e
paixões deixadas para trás. Mas nada impede o partir, o buscar o próprio
destino que significa, antes de tudo, o rompimento do cordão umbilical, das
amarras, enfim, do desgrude da saia da mãe, síntese da tradição familiar.
Partir é libertar-se, proclamar a independência.
Muitos são filhos
pródigos... Não dão certo... E a única alternativa é voltar...
Mas a grande maioria
permanece distante. Ou continuam partindo, ganhando outros espaços, desbravando
outros mundos, realizando-se pessoal e profissionalmente... Ficam famosos e se
tornam heróis, ganham ruas, ou praças, edifícios públicos com seus nomes.
Outros têm até semanas culturais para lembrar suas trajetórias, suas obras,
suas contribuições para a melhora do mundo. Alguns nunca voltam para sua terra,
nem mortos.
Outros (e são tantos)
permanecem no anonimato e nesse silêncio desaparecem ou são esquecidos para
sempre.
Mas enfim, o
importante, mesmo é que partir para longe da terra natal... É exercer o livre-arbítrio,
o direito de “ir e vir”, e realizar o grande sonho: ser feliz.
Sim, a busca da
felicidade é o grande motor da partida... E assim a terra natal continua e
continuará lá, alimentando saudades e inspirando os poetas.
Imagem: Google
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