O humano e o Divino...
A inconstância diante do constante...
Esta semana o mundo
ocidental revive um dos momentos cruciais de sua história. Os momentos
decisivos que marcaram o inicio da sua estrutura cultural com o nascimento do
cristianismo.
Proselitismo à parte,
e também os aspectos filosóficos e sociológicos, a Semana Santa dos cristãos revela as
dicotomias enigma do ser humano, a sua inconstância, a sua vulnerabilidade, a
sua fortaleza, a sua riqueza e sua pobreza, o humano e o divino.
Historicamente
falando, Jesus Cristo, inspirador do Cristianismo, após sua vida pública em que
lançou as bases doutrinárias ao seu grupo mais próximo, os Apóstolos, entrou em
Jerusalém e foi aclamado pelo povo como Salvador e Rei. Logo em seguida, pelo uma
parcela desse povo, gritava em côro para a sua condenação por violar os
princípios do Templo. Inconstância pura.
Essa mudança de
atitude é reveladora desse enigma humano: à sujeição à vontade coletiva,
comanda por grupos formadores de opinião, grupos esses que de pronto percebem a
fragilidade humana, diante das grandes questões da vida.
O ser humano é a
grande maravilha da natureza, onde ocupa um lugar privilegiado, o que lhe dá o
“direito” de explorá-la até a exaustão. Mas é frágil em questões como a manipulação,
a saúde, a capacidade de convívio social.
Por outro lado é forte, muito forte, quando age no coletivo, na força
política, na colimação de idéias e de sonhos. Constroem impérios políticos,
sociais e econômicos. São incapazes de impedir a destruição da natureza, da
erradicação da miséria, da eliminação dos preconceitos, de impedir a volta de
velhas e já superadas doenças.
O ser humano já provou
que é capaz de sondar as profundezas do infinito cósmico, mas ainda não
compreendeu todo o esquema de funcionamento do seu cérebro e eliminar doenças
como o Mal de Alzheimer, a Doença de Parkinson, a Síndrome de Down, o Autismo e
tantas outras...
O ser humano é capaz
de desenvolver altíssimas tecnologias de defesa nacional, mas não consegue, por
evidente egoísmo, juntar tais conhecimentos, para, por exemplo, localizar um
avião com mais de duzentos passageiros a bordo, desaparecido num oceano de
águas profundas.
Eterno mistério, essa
maravilha é capaz de comportamentos espontâneos do tipo “morde e assopra”. Há
momentos que afaga e no instante seguinte, humilha. Atitudes típicas daqueles
que detém algum tipo de poder. Há pessoas que não sabem usar o poder. Este é
para servir, conduzir, formar, preparar, encantar, não para humilhar...
Dicotomias que faz
pensar no verdadeiro sentido da vida. Onde é mais forte o humano? Qual o papel
do divino na vida humana? Quando é que o humano se diviniza? E quando o divino
se humaniza?
A Semana Santa dos
Cristãos é antes de tudo um convite para a revisão de alguns conceitos que a
praticidade da pós-modernidade nos impõe...
Imagem: Google
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