O cinema é uma das fontes de diversão popular. É também uma mercadoria
que precisa ser vendida. Não vamos aqui entrar no mérito de sua história, como
começou, como cresceu e se transformar na “indústria” que é hoje.
Interessa-nos as suas linguagens e as maneiras que nos afetam. O cinema,
hoje muito mais um programa de televisão, ocupam as pessoas quase a totalidade
dos seus sentidos, principalmente a visão, a audição e com muita intensidade a
emoção.
O cinema é um veículo de comunicação, portanto. Suas luzes atraem,
comovem, emocionam cativam, concentram, pedem silêncio, Nasceu como
entretenimento, como diversão. Porém, sua história coincidiu com os períodos
das grandes crises do Século XX. Por isso se transformou, também, num forte e
intenso meio de propaganda ideológica. Especialmente durante as Grandes Guerras
e nos períodos entre elas, onde floresceram os grandes sistemas ideológicos
como o capitalismo, o comunismo, o fascismo e o nazismo. No pós-guerra, a
Guerra Fria, a Corrida Armamentista, a Corrida Espacial, as guerras
localizadas...
O cinema fez parte de todo esse contexto, ora servindo a um dos lados,
ora ao outro lado. Ele também teve sua guerra particular, que no fundo era uma
guerra de informação.
Hoje, o cinema está a serviço do consumo, portanto do Capitalismo. Nos
seus primórdios as produções, inspiradas no teatro e na literatura, beiram a
inocência, a infantilidade, o divertimento puro e simples. Com o tempo, mercê
das contingências histórias e do avanço tecnológico, suas produções foram se
sofisticando e se transformando em indústria pesada, exigindo financiamentos
gigantescos e o emprego de milhares de pessoas, especialmente nas
especializações exigidas.
Essas sofisticações não pararam apenas nos aparatos produtivos, mas
também nas mensagens embutidas subliminarmente. Seus conteúdos continuaram em
boa parte direcionada ao divertimento, mas outra boa parte destinada à reflexão
adulta, com histórias picantes, conflitos de consciência, retratos cruéis da
realidade pessoal. Para esse tipo de filmes, passaram a ser exigida maturidade
para vê-lo e compreendê-lo. Daí os filmes adultos, não só pela abordagem
sexual, com nudez pura, mas também pelo conteúdo ideológico, político e de
transformação social... Portanto, revolucionária.
Uma coisa é importante para o expectador de cinema refletir: um filme
nada mais é uma literatura viva, filmada conforme o pensamento e a ideologia de
seu diretor. Em conjunto com o produtor e com o roteirista ele conta uma
história a partir de sua visão de mundo. Se eles estão a serviço de um sistema,
vão atendê-lo e tentar “fazer” a cabeça do expectador. Se eles não estão
vinculados a nenhum grande sistema, tornam-se underground (subterrâneos) e
produzem mensagens fortes de transformação, muitas vezes boicotadas pelo
mercado. De mundo surgem obras primas, chamadas cinema de arte.
O cinema hoje é popular, popularesco... Mesmo as grandes séries que
arrebatam milhões e faturam bilhões (para a vibração do mercado).
O cinema de arte continua sendo feito às duras penas. Tem um papel a
cumprir... Para tão poucas pessoas verem, ouvirem e se transformarem...
Imagem:
Google
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