Ocorreu-nos uma reflexão sobre esta expressão, algumas vezes utilizada
especialmente em discursos políticos... Percebemos que apesar de pouco falada o
seu significado, a ação que define e representa está fortemente presente no
nosso cotidiano.
Não só os políticos fazem isso (descaradamente), mas muitas pessoas
tripudiam constantemente, sem se dar conta do que isso representa de prejuízo
para os demais.
Em linhas gerais, de acordo com os dicionários, tripudiar é zombar,
escarnecer, humilhar, desrespeitar, menosprezar, contar vantagem, cantar
vitórias, engrandecer-se, enfim querer se aparecer... Como diriam alguns: “...achar-se a última bolacha recheada do
pacote”, ou “...A bala que matou
Getúlio”.
A expressão etimologicamente está ligada ao radical grego da palavra
“pé”, “podos”... Daí as expressões “podologia” ou “podólogo”. Os gregos
sinalizavam com três batidas com o pé quando desejavam se afastar ou se livrar
de uma pessoa.
Vista assim, tripudiar, ainda que inconscientemente (?), é muito grave.
Pessoas não foram feitas para serem humilhadas, desconsideradas ou excluídas de
qualquer processo. Democracia é a ciência da inclusão. E isso vale tanto para
uma visão macro (processos políticos, econômicos, socioculturais e religiosos),
como para a micro-visão, o mundo das relações sociais e interpessoais: círculos
de amizade, convívio conjugal, ambientes empresariais, clubes, vizinhos,
condôminos, enfim.
As torcidas de times de futebol tripudiam sempre. Elas, quando agrupadas
em “organizadas”, se tornam violentas, tripudiam sobre aqueles que apenas
querem se divertir, extravazar sua alegria...
E assim essa praga se espalha, como nas manifestações de rua, em que
pessoas bem intencionadas apenas querem demonstrar sua insatisfação e, de
alguma forma, promover a conscientização política da população, mas eis que
surgem os vândalos, os quais tripudiando sobre as pessoas de bem promovem a
anarquia, a bagunça, a destruição dos bens públicos e particulares,
descaracterizando aquilo que de princípio era bom.
E é extremamente chata a existência de pessoas arrogantes no meio
social. Ridículas, estapafúrdias, grotescas, elas detonam ambientes agradáveis
e felizes, justamente porque tripudiam sobre as demais pessoas.
Que tal acordar para essa realidade. Onde estamos? Que apito tocamos?
Sobre quem tripudiamos?
Que os travesseiros nos ajudem a encontrar as respostas...
Imagem: Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário