Uma historinha:
Certa vez perguntaram
ao Buda o quê ele ganha com a meditação. Ele respondeu:
- Nada... Mas deixe eu lhe explicar o que eu perco com ela:
ansiedade, raiva, depressão, medo da velhice e da morte
Em última análise Buda
fala do desapego, pois o “nirvana” que se atinge praticando a meditação é o
total desapego dos problemas da vida. Não é fuga, pois a vida continua os
problemas esperando soluções. A meditação e o desapego conduzem a pessoa à
tranqüilidade, à maturidade para viver sem ansiedade e fazer com que as coisas
aconteçam naturalmente.
Interessa-nos, por
ora, o desapego, que é exatamente a falta de apego, de afeição. É, também,
desinteresse, indiferença. desprendimento... É viver com pensamento voltado
para o presente, sem preocupações com o passado nem ansiedade em relação ao
futuro.
O desapego é uma
conquista, uma vitória sobre nós mesmos... É a superação de nossa
infantilidade, de nossas frescuras, de nossa arrogância, de nossa mesquinhez,
de nossa mediocridade. É um crescimento.
Ser desapegado das
coisas, dos bens, do egoísmo, não é ser mão aberta, pródigo, gastador, volúvel.
O desapegado é aquele que dá a importância devida às coisas, às pessoas,
respeitando o lugar delas (pessoas e coisas), na nossa vida.
O apego aprisiona... O
desapego liberta! Pessoas livres podem voar, sobrepujar as mesquinharias. Pode
conhecer os melhores ambientes e as melhores pessoas. Está livre para crescer
em cultura, conhecimento e sabedoria... Pode, enfim, ter uma qualidade
diferente de vida, atingir o conhecimento holístico (isto é, do todo)...
Pessoas desapegadas já
descobriram que é preciso aliviar a bagagem da caminhada, especialmente
daquelas coisas que as prendem ao passado. Do passado só se liberta a partir da
reconciliação com ele, livrando-se das culpas e aprendendo as lições, sem
amarguras.
O desapegado perceberá
o quanto é importante (e superior) viver uma vida simples, leve, alegre,
acolhedor, cercado de pessoas simples, boas, leves, de riso fácil, de saúde
boa, com foco no presente.
O desapegado pode até
meditar um pouco mais para aperfeiçoar o seu desapego, pois sabe que “quanto
mais, melhor!”. Tempo para isso ele tem, já que a correria dos tempos atuais,
que atinge em cheio os “escravizados do apego e do tempo”, não lhe faz diferença
alguma.
Imagem: Google
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