Não, ele não lamenta a
solidão em que vive, por livre e espontâneo querer. A solidão o deixa triste,
sim! Mas a solidão o permite ser ele mesmo. A solidão o liberta, pois ele pode
pensar, ele voa por lugares nunca antes imaginados.
Ele, o solitário, pode
caminhar os seus próprios caminhos, frutos de suas próprias escolhas. Ele busca
os sons que gosta de ouvir, e os encontra. São melodias que o conduzem aos
universos dos sentimentos, universos nos quais pode perceber luas, planetas
brilhantes e estrelas que cintilam apenas para ele!
O solitário,
paradoxalmente, dialoga com ele mesmo e com as coisas que estão em seu
derredor, especialmente as plantas de seu jardim. Ele se questiona... E sabe
que não há culpa nem culpados... Ele se compreende e sabe que há um tácito
perdão... Uma indelével emoção no seu diálogo, na reconciliação com o seu
passado.
A solidão o faz
crescer, como gente, como ser humano... A solidão o permite desconstruir e
reconstruir os seus sonhos... Ele amadurece... Porém, não é uma operação calma
e tranqüila. Dói (e muito!), como um parto. Ele chora... Lágrimas de sangue que
brotam do recôndito de sua alma.
Pensa em Deus... Será
que Deus existe para um homem solitário? Sim, Deus existe, pois só Ele conhece
o lugar onde o homem (e todos os homens) vive a sua solidão!
O seu amadurecimento o
faz concluir que a solidão total é impossível.
Nem Deus quer isso para seus filhos. Os seres humanos não foram criados
para viverem sós, e sim para a convivência, para o grupo, para a família, para
a sociedade.
Então, movido pela
saudade, o solitário concorda... A solidão é triste!
Imagem: Google
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