“É
muito interessante a ótica: se pensarmos como filhos de Deus, o nosso PRÓXIMO é
a imagem semelhança Dele. Se pensamos como líderes talvez o PRÓXIMO seja uma
ferramenta do sistema; se pensamos como ferramenta do sistema talvez o PRÓXIMO
seja nosso concorrente; como cliente o PRÓXIMO seja o nosso prestador de
serviços; como prestador de serviços, o PRÓXIMO é nosso cliente. Que loucura é
essa? Fica a pergunta: onde este o amor de Deus? Será que estamos adaptando o
amor de Deus à nossa conveniência ou a conveniência faz com tenhamos DOIS PESOS
E DUAS MEDIDAS?”
Mário
Sério R. Santos
É uma
reflexão religiosa... A igreja Católica não está alheia a comportamentos como
esses. Já na reunião dos bispos em Santo Domingo, foi incluída no documento
final a preocupação com a coerência entre fé e vida e um alerta nesse sentido,
pois detectaram que um dos grandes problemas da atualidade da Igreja Católica
era e é essa incoerência de postura: no âmbito da igreja é uma coisa e na vida
social outra (Dois pesos e duas medidas).
Entretanto,
podemos expandir essa reflexão para a nossa vida social. Não é possível agirmos
socialmente em contradição com nossa
essência.
Se
somos bons, religiosos, caridosos, acolhedores, altruístas, essas qualidades podem
e devem marcar nossas ações nos ambientes que frequentamos e principalmente nos
julgamentos que fazemos e decisões que tomamos.
Somente
as pessoas, maldosas, dissimuladas, arreligiosas, estão aptas a agir com dois
pesos e duas medidas, pois não tem consistência moral. Pessoas assim estão sempre atentas para tirar
proveito das oportunidades que se lhe apresentam, mesmo que para isso tenham
que cometer erros de julgamentos, ser incoerentes e incongruentes.
O amor
de Deus pode ser praticado por pessoas que não professam a religião, por opção
consciente e madura. O amor de Deus tem tudo a ver com a proposta da Primeira
Carta de Paulo aos Coríntios, Capítulo I, em que elenca os principais valores e
posturas do amor verdadeiro.
É certo
que a religiosidade é necessária, pois ela capacita as pessoas para o exercício
do amor verdadeiro. Entretanto, podemos encontrar pessoas amorosas, sem que
elas sejam profundamente religiosas. São pessoas que mantém a coerência entre
fé e vida. A fé advém daquilo em que acreditam e acolhem as pessoas com esses
sentimentos. São pessoas fundamentais para a muitas outras pessoas. São
âncoras, ombros amigos, retaguardas de bons conselhos, palavras de apoio, de
incentivo e, sobretudo, atitudes e gestos solidários.
Irmãos
de fé, ferramentas de trabalho, concorrentes, clientes, prestadores de
serviços, voluntários, ou companheiros de caminhada... Nada disso importa ou
faz a diferença, quando os encaramos como Filhos de Deus, merecedores da
coerência entre fé e vida e nunca serem tratados com cois pesos e duas medidas.
Imagem:
Google
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